quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

NAQUELE TEMPO: " A Açoteia"


O SORRISO

Os sinos da velha igreja soaram. É quase noite. A chuva cai tristonha, lentamente, muito lentamente,

O homem grita, a mulher segue-o. E a chuva indiferente, continua a cair.

O velho recorda, o menino sorri.

Acendem-se as luzes. Calaram-se os choros, os queixumes; mas a tristeza voltou.

Tudo isto é vida, sim é vida que passa, que ri e não torna mais. A lua redonda desponta lá muito longe rindo, rindo perdidamente.

Eu da minha janela vejo tudo isto. Vejo a vida lá fora a rir-se de mim.

Estou triste, porque quero misturar-me com ela, rir com ela perdidamente.

A chuva cai com mais força, a vida continua a fugir-me.

As sombras alongam-se na rua, o comboio passa.

Passa a vida indiferente, tudo passa estrangula-me e não me deixa pensar.

Ela não me ama, não me deseja. Sou matéria que ela arrastou e converteu em lama. O dia chegou. O sol voltou a brilhar. Lá fora a vida continua

António Anselmo Viegas

IN AÇOTEIA Nº 1

ABERTURA

(o moço e a bandeira)

VAMOS ABRIR O NOSSO ESPAÇO

Este espaço é nosso .

Por isso o Dr. Libertário Viegas escreve ao Domingo, o Camarada Rogério Coelho escreve à segunda - feira, a esposa a Isabelinha escreve à terça,`a quarta escreve o Felizardo, à quinta escreve o Norberto Cunha, à sexta o Pudim Paixão e ao sábado escreve o Romualdo Cavaco.
Até lá, aí vai

Um abraço
do JBS