terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

ENCONTROS NA CIDADE

Jorge Tavares
As " rifas "


Esta época do ano trouxe à minha memória as famosas "rifas", não só porque frequentei algumas, como creio que a grande maioria dos "jovens" da minha idade, também as frequentou. A nossa ligação às raparigas era, no nosso tempo, bastante restritiva. Em regra os contactos faziam-se através dos bailes nas colectividades recreativas, em geral ao Domingo ( matiné ou soiré). Esta introdução obriga a uma passagem pelas ditas colectividades, que descrevo sem qualquer arrumação especial: - Vinte de Janeiro, Artistas, Musical, São Luís, Bom João, Grémio, Club Farense, Ginásio, Cuf (Alto rodes) e Sport Lisboa.O primeiro baile do ano, era na Passagem do Ano, e os bailes prosseguiam até à Terça-Feira de Carnaval - Bailes de Carnaval ou Mascarinhas. Finda esta época, entrávamos em período de "jejum" nos contactos com "elas", porque só voltava a haver bailles pela Páscoa ( e um ou outro baile da pinhata, nos arredores da cidade).A grande imaginação das mães, particularmente nos arredores da cidade, que "gostavam" de ver as fihas casadoiras, e porque para tal era indispensável o contacto com "eles", proporcionavam encontros nas suas casas, juntando às filhas, as vizinhas solteiras. A modalidade do encontro passava pela aquisição de latas de rebuçados, que depois vendiam avulso aos rapazes visitantes, para poderem jogar às cartas com as raparigas. Normalmente, a bisca era o jogo preferido e as apostas, os rebuçados. As mães assistiam ao jogo de olhos bem abertos, embora por vezes os fechassem - voluntária ou involuntariamente - permitindo assim o complemento dos olhares com a almejada carícia. O local aonde decorriam estas "rifas" acontecia em regra, na Penha, Montenegro, Pontes, Patacão e Rio Seco. Os jovens citadinos, calcorrevam a pé estes caminhos de terra batida, para poder partilhar com elas estes tão desejados encontros e "jogar" uma boa biscada.
Seria interessante o testemunho de costeletas que tambem tivessem vivido esta experiência.

JORGE TAVARES
Colocado por Rogério Coelho

MUITO BEM, JORGE TAVARES


ENCONTROS NA CIDADE

É com enorme regozijo que recebo os textos do Jorge TAVARES, recordando coisas da juventude, informando que vamos publicá-los oportunamente.

Gostava que desenvolvêssemos aqui o título que é de sua criação, o

ENCONTROS NA CIDADE

abraço do


João Brito Sousa