quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

RECONHECIMENTO DE MÉRITO A UM COSTELETA POR UM BIFE

(pessoal da JUNTA COM O PRESIDENTE)



Às 23:01 terça-feira, 17 fevereiro, o “REGIÃO SUL” publicou este apontamento assinado pelo ex - Presidente da Câmara Municipal de Faro, Dr. José Vitorino.

O JOSÉ JÚLIO NETO VIEGAS, foi o meu primeiro parceiro de carteira, 1º ano 1ª turma, na sala 18 do 1º andar, 1952. Era uma jóia. O resto está aí.

A MORTE DO AMIGO JOSÉ JÚLIO
por José Vitorino


UM GRANDE HOMEM QUE DEIXOU TODOS MAIS POBRES E A CULATRA DE LUTO

Depois de uma paragem prolongada que abrangeu o período das FESTAS do NATAL, ANO NOVO e REIS, estou de volta com as crónicas quinzenais, reflectindo ou dando testemunho sobre pessoas e temas.
Muitos são os temas da maior importância e actualidade que podia abordar, mas retomo as crónicas com um testemunho e homenagem de profunda tristeza pelo falecimento de um GRANDE HOMEM que deu muito de si e que, apesar de já estar “na casa dos 60”, ainda tinha muito para dar e servir.

Em 7.1.09, morreu “O AMIGO JOSÉ JÚLIO” da Culatra. MORREU UM HOMEM BOM! A referência ao “AMIGO JOSÉ JÚLIO”, tem um duplo significado. Primeiro, porque era amigo de todos, com todos convivia, todos respeitava e por todos era respeitado. Segundo, porque pessoalmente também tive o privilégio de ser seu amigo e era precisamente assim que o tratava quando a ele me dirigia “ENTÃO AMIGO JOSÉ JULIO, COMO VAI ISSO!” Mas, mais, para além da sua morte, mantenho essa profunda amizade, agora muito sofrida!

Foi uma amizade construída de forma absolutamente desinteressada, em que nenhum dos dois serviu o outro, nem se serviu do outro. Nasceu naturalmente e foi crescendo, assente numa recíproca admiração e respeito, pela forma vertical e coerente de estar na vida, defesa de valores e perante realidades e problemas concretos que era preciso resolver. Foi uma enorme perda para a sua família, amigos e, sobretudo, para a CULATRA que amava e pela qual lutava em todas as frentes de forma intransigente, como dirigente das várias Associações. A participação maciça no seu funeral dispensa palavras sobre o quanto era admirado.

Considero-o um homem completo, perante si próprio e perante a sociedade. Tinha a sua ideologia bem marcada, ao mesmo tempo que sabia estar a integrar-se em pleno na sociedade a que mais estava ligado, trabalhando em unidade para além das ideologias. Homenagear e lembrar O AMIGO JOSÉ JÚLIO é falar também da luta da Culatra e dos Culatrenses pelo acesso aos direitos mais elementares (água, esgotos, etc), de gentes que ao longo de décadas têm sido esquecidas. Por isso, não tenho dúvidas em afirmar que a melhor forma de o homenagear é prosseguir essa autêntica “guerra” pelo que é justo, ainda com maior união e força. Estou certo que os Culatrenses o farão e, por mim, também estarei sempre na linha da frente!

Era (é) um homem com grande experiência de vida e profunda sabedoria. É certo que no dia a dia não podemos contar mais com a sua opinião, o seu conselho e com a sua indomável força serena. Mas há uma coisa que podemos e devemos fazer: conhecendo-se a sua personalidade, embora não seja o mesmo, devemos tentar fazer o “exercício” de, perante cada situação concreta e aplicando os seus valores, procurar actuar como ele o faria. È preciso seguir-lhe o exemplo!

Esta será a melhor forma de o manter “vivo” e entre nós, homenageando-o e minimizando tão grande perda!

Por isso, termino proclamando: VIVA O “VIVO” AMIGO JOSÉ JÚLIO!

Com saudações algarvias.

Publicação de
JBS