quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

RUAS DA CIDADE DE FARO












RUAS DE FARO.

“Uma das condições básicas para o exercício da cidadania é ter um endereço regularizado.”
In Diário do Município

Depois da Administração do blogue “A DEFESA DE FARO” ter publicado algumas crónicas minhas falando de pessoas e de outras coisas da cidade de Faro, vou tentar escrever alguma coisa sobre as ruas da urbe, umas que eu percorri e conheci e outras sobre as quais tive que ler alguma coisa.

As ruas são vias públicas, que, se urbanas, são ladeadas por casas, muros ou jardins. No centro dessas vias, normalmente, transitam veículos. As crianças ficam na calçada. E cada rua tem a sua história.

Entremos em Faro pelo Arco da Vila.

È aí que começa a Rua do Município que já foi Calçada da Igreja, Calçada do Bispo e Rua do Aljube. O Aljube, prisão eclesiástica, esteve instalado no edifício onde depois funcionaram a secção comercial da Escola Tomás Cabreira, a Intendência da Pecuária e parte da Delegação da Policia Judiciária.

Quando eu cheguei a Faro em 52 para continuar os estudos, a Escola já não se situava aqui nesta Rua do Município mas sim junto ao Jardim da Alameda. A Escola saiu mas ficaram as histórias dos alunos e professores, talvez as mais pitorescas de todas as histórias que temos para contar.

Retirado, com a devida vénia do “NAQUELE TEMPO”, publicação da AAAETCABREIRA, aqui vai um resumo de um episódio passado no ano lectivo de 1951/52, aí na escola Tomás Cabreira, quando faltou um professor à aula do 2º ano 4ª turma, do Curso Geral de Comércio, turma esta sobejamente conhecida nesse tempo, dado as individualidade que continha.

Perante a falta do professor a questão que se colocava. era saber como esgotar o tempo que, normalmente era consumido no Jardim Manuel Bívar, logo a seguir ao Arco da Vila.. Mas aconteceu que ao sair da Escola, a porta do Tribunal estava aberta e desenrolava-se por lá uma audiência. A rapaziada entrou no dito e sentou-se na primeira fila. Mas não correu bem. Comentário para aqui comentário para ali dos alunos, aquilo resultaria em gargalhadas, que prejudicou no Tribunal o bom andamento dos trabalhos.

Às tantas, perante o reboliço gerado, o Senhor Doutor Juiz mandou pender a malta. A coisa esteve preta.. mas nada veio a acontecer...

Hoje pode constatar-se que esta rua tem muita procura, especialmente de turistas que vão em demanda do Largo da Sé e, virando-se para trás a meio da subida, fotografam as cegonhas que estão em seus ninhos no alto do Arco da Vila.

Quem vai à Câmara passa por ali, quem vai `a Igreja da Sé igualmente tem de passar por ali. O mesmo se passava comigo nos anos sessenta quando me dirigia para a Escola do Magistério, deixando a bicicleta motorizada, meio de transporte que utilizava no Arco da Vila, logo ali à entrada.

O Arco da Vila foi construído no princípio do século XIX, conforme inscrições contidas na parede, pelo arquitecto italiano Francisco Xavier Fabri, por encomenda do .senhor Bispo D ..Francisco Gomes,

Faro, uma cidade rica em História. Vamos tentar conhecê-la através da história das suas ruas..

João Brito Sousa