terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

DO CORREIO

Padeira


RUA BRITES DE ALMEIDA


Todos os Costeletas conhecem esta Rua , que vai do Largo do Pé da Cruz até “ ao Largo da Alagoa “ Praça Alexandre Herculano e também é continuada por outra Rua que dá até ao Arco do repouso início do Largo São Francisco .
Foi uma Mulher do Povo cuja vida se tornou Lendária ! nasceu em 1350 , talvez entre Faro e Loulé . Filha de donos de uma pequena taberna , bem cedo se revelou uma moça nada de acordo com o papel de submisssão tradicional da mulher nessa época . Falam que não era bonita mas sim muito Forte , se fosse actualmente de certeza que teria fama de lésbica.
O jogo do Pau era uma arte que o Povo cultivou até há cerca de meio Século, como forma de defesa imitando a espada “ arma da época “ e Brites cedo dominou o jogo do Pau e também a espada . Ficando orfã pouco depois dos vinte anos , vendeu todos os seus bens e se fez ao mundo, andou de feira em feira, cidade em cidade e sua fama de valentona a procedia . Foi essa fama , que levou um soldado alentejano machista e fanfarrão a lhe propor de forma maldosa “ casamento “ , ao que ela o desafiou para um duelo e se ele vencesse casava ( entendem ? ) com ele . Por acidente o feriu de forma profunda que o levou á morte .
As leis na época eram muito sumárias e matar um soldado era crime grave , a nossa conterranea decide fugir para Espanha embarcando num Barco o transporte mais prático na época , não contava era que a embarcação fosse atacada pelos Piratas mouros que assaltavam as costas Portuguesas da mesma forma que os Portugueses e Espanhois assaltavam as do Norte de África , acabou sendo presa e vendida como Escrava em Argel a um senhor que também era dono de outros dois escravos Portugueses .
A vida como Escravo não era fácil e ela pela mãnha se finge de obediente , até que surge a oportunidade e matam o Dono , roubam um Barco e fogem . No entanto uma tempestade atrapalhou os objectivos e acabaram por apanhar terra próximo da Ericeira .
Não tinha prescrito ou sido esquecido o caso da morte do soldado , sabia que podia ser apanhada e daí convenceu os companheiros a seguirem sua vida , se disfarça de Homem compra 2 mulas e exerce actividade de Almocreve ( transportes de terra em terra de mercadorias ) mas não sendo já muito nova esse modo de vida torna-se difícil , e passando por Aljubarrota é informada que a Padeira da terra está muito velha e precisa de uma ajudante acabando por ser admitida , passado dois a tres anos morre a padeira e Brites fica herdeira da Padaria .
Todos conhecem os factos históricos que levou á batalha de Aljubarrota , a nossa Algarvia já com cerca de 40 anos e debaixo daquele entusiasmo ouve o fragor da batalha e não aguenta, o antigamente vem à tona. Corre para o campo da peleja, recolhe a espada de um moribundo e trata de juntar-te à tropa portuguesa e à arraia-miúda que perseguem os espanhóis já em fuga .
Desgrenhada, esfarrapada, ensanguentada, ao anoitecer chega a casa. Estranha que a porta do forno da padaria esteja fechada quando tem a certeza que a deixou aberta. Trata de reabri-la e dentro do forno vê sete soldados castelhanos que fingem dormir. Agarra na pá de ferro e começas a arrear porrada valente em todos eles. Gritando de dor, vão todos saindo, um a um. é quanto basta para que, dando um golpe na nuca de cada qual, todos eles tombam mortos. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituido uma espécie de milícia que perseguia os inimigos, matando-os sem dó nem piedade.
Consta que se casou mas se desconhece a data da sua morte .
A história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária , uma heroína transmitida e celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais . A 14 de Agosto, há uma procissão em Aljubarrota. E à frente dessa procissão vai sempre a pá de ferro atribuída .
Desconheço se a Placa da Rua brites de Almeida faz menção á Padeira de Aljubarrota ?
Aproveito para enviar um abraço ao costeleta Alfredo Mingau autor da Rubrica e agradecer as dicas que me deu .
Saudações Costeletas
António Encarnação


O GOSTO DE ESCREVER

De Alfredo Mingau

Quando se escreve, e quem o faz com o objectivo da satisfação, tem sempre presentes três aspectos fundamentais:

a narração, a descrição e a dissertação

NARRAÇÂO

Narrar é contar uma história, que pode ser real ou imaginária, fictícia, ou, mesclando dados reais e imaginários. Essa história deve envolver personagens, que interagem entre si gerando acontecimentos, os quais ocorrem em um determinado lugar e em uma determinada época.
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Assim, a narração se caracteriza por ser uma modalidade dinâmica de redação, na qual predominam os verbos de ação, ao contrário da descrição, onde predominam verbos de estado (ser, estar...).
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Ela baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo que não mantenham relação de linearidade com o tempo real. Assim sendo, está pautada em verbos de ação e conectores temporais.
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A narrativa pode estar em 1ª ou 3ª pessoa, dependendo do papel que o narrador assuma em relação à história. Numa narrativa em 1ª pessoa, o narrador participa activamente dos fatos narrados, mesmo que não seja a personagem principal (narrador = personagem).
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Já a narrativa em 3ª pessoa traz o narrador como um observador dos fatos que pode até mesmo apresentar pensamentos de personagens do texto (narrador = observador).

DESCRIÇÃO

A Descrição, ou texto descritivo, é a redacção que dá informações detalhadas sobre determinado ser, objecto, lugar ou mesmo um sentimento. O objectivo desse texto é fazer com que o leitor consiga imaginar e recriar na própria mente a imagem do ser ou objecto descrito.
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Num texto descritivo, não há uma relação de anterioridade ou posterioridade entre as frases. Dessa forma, sua ordem pode ser alterada sem mudança do sentido global do texto.
Predominam os substantivos e adjectivos, e apesar de ser possível a existência de verbos de acção, prevalecem os verbos de estado (ser, estar...).

DISSERTAÇÃO

Em primeiro lugar, é preciso analisar o tema dado e levantar idéias sobre o assunto.
Na maioria das vezes, o tema é amplo e pode dar margem a vários desdobramentos. O Costeleta João Brito de Sousa, que me recorde, comentando alguns dos meus textos escrevia, “tem pano para mangas, dava para escrever um livrto”.
Não perca tempo, preocupando-se com estar inspirado ou não.
Anote todas as ideias relacionadas ao tema que lhe vierem à cabeça. Faça como eu.
Essas anotações o ajudarão a definir a linha de raciocínio a ser seguida na dissertação.
Uma dica para quem está se preparando e quer fazer boas redacções dissertativas é ler revistas, jornais, artigos, livros etc.. Eu leio muito.
Quanto mais material for lido, mais ideias surgirão nos momentos necessários.
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Esta terceira modalidade, a dissertação, que é a que nos interessa, tem como objectivo defender uma ideia por meio de elementos que reiterem a todo momento o ponto de vista de quem escreve, tornando cada vez mais esse ponto de vista aceitável, perante o leitor.

Nota do autor: - Tenho vários trabalhos “em cima do joelho” de grandes figuras Algarvias. Este meu texto é apenas uma narrativa descriminada sobre a dissertação que emprego na congeminação das minhas obras para o blogue
Inté
Recebido e colocado por RC.

DESMOTIVAÇÃO


"As pessoas que vencem neste mundo são as que procuram as circunstâncias de que precisam e, quando não as encontram, as criam." (George Bernard Shaw)

A perda de entusiasmo é um processo endógeno, ou seja, inerente a cada um. Parte de dentro para fora e pode ser consequência de diversos factores. Primeiro, de um trabalho desalinhado com os propósitos de cada um, em especial missão e visão. Segundo, é natural que gradualmente o interesse se desvaneça, e não se enxerga sentido no que se faz, porque, se insurge contra outrem. Terceiro, não aceitar as considerações que façam do nosso trabalho

Aplacar os sinais de desmotivação depende exclusivamente de cada um. Em princípio, é necessário estar atento para identificar estes sinais. Em seguida, procurar agir para combatê-los. Isso pode significar mudar ou melhorar o ambiente de trabalho, buscar relações mais amistosas com os outros, mesmo que não os conheçamos.

É necessário alterar, sempre que possível, a rotina, perseguir novos desafios e estreitar um diálogo construtivo, para não haver perda de entusiasmo. E aí, a desmotivação desaparece para dar lugar a projectos mais criativos! A comunidade “Costeleta” gosta de criatividade.

A desmotivação e o afastamento resultam em saudade. Saudade de voltar a criar, de conviver. Porque escrever é conviver.
E escrever no nosso Blogue é conviver.
RC



A crueza dos números


Abrir o blogue dos costeletas e ler os seus textos e comentários continua a preencher algum tempo do meu espaço de leitura.
Com alguma tristeza, esse período tem vindo a diminuir e por vezes, limito-me a abrir e fechar o site, porque há pouco ou nada para ler.
Esta situação, aliada à curiosidade natural da minha formação profissional, conduziu-me à análise do conteúdo estatístico inserido, e muito bem, no blogue e referente ao número de textos publicados por dia/mês/ano.
Duma forma sucinta passo a descrever:
No ano de 2009 os textos publicados mensalmente, de Janeiro a Dezembro, foram os seguintes:47, 41, 35, 44, 30, 44, 39, 57, 68, 78, 107, e 101.
Em Janeiro de 2010, o número de publicações foi de 49 e nos primeiros 10 dias de Fevereiro, foi 8.
Estes números demonstram que no ano transacto o blogue foi enriquecido com a participação dum maior número de textos a partir do mês de Agosto, atingindo o seu nível mais elevado nos primeiros 10 dias de Dezembro.
Esta tendência inverteu-se a partir do final de Dezembro, tendo-se agravado particularmente, no mês passado, sendo que a expectativa para o corrente mês não é melhor.
Procurei fazer uma reflexão sobre as razões que possam estar na base deste aparente vazio de colaboradores, analisando quem escrevia, quem escreve, quem comentava e quem comenta.
Penso ter encontrado algumas razões para tal, mas porque as mesmas poderão ser demasiado críticas e algo fracturantes, limito-me a transmitir as que individualmente me assistem: Também deixei de escrever e comentar ... por desmotivação ( talvez temporária).

Um abraço costeleta

Nota: Acabei de tomar conhecimento da c omemoração do quinquagésimo aniversário de casamento dos costeletas e particulares amigos - Mimi e João, bem como Maria José e Rui. Parabéns a ambos os casais pelo bonito aniversário, especialmente como exemplo para as novas gerações.

Jorge Tavares
costeleta 1950/56