domingo, 14 de março de 2010

EFEMÉRIDE

ANIVERSÁRIOS

Fazem anos na segunda quinzena de Março, os Associados Costeletas:

. 17 - Maria da Nazaré Romão Santos; Maria Videlmina Rosa Santos. 19 - José Ma¬nuel Martins Molarinho; Maria José dos Santos Capela Coelho. 20 - Lucília Jesus Rodrigues Vieira. 21 - José Alberto Figueira Guerreiro; Horácio António Rosa da Cunha. 22 - Otílio Fernandes Correia Dourado; Maria Madalena Guerreiro Chumbinho; José Maria Coelho Adrião. 23 - Teodósio Vairinhos da Silva. 25 - Maria da Encarnação Marreiros Alves; Isabel Encarnação Pires Santos Valente. 26 - Osvaldo Santos Agostinho; José Vitorino C. Neves do Arco. 28 - António Pires Guerreiro Nicolau; Maria Celina Pontes Gonçalves Filipe. 30 - José Maria Ferreira Delgado; Ludgero Paquete Rocha; Vinebaldo Evangelista Ferradeira Charneca.
PARABÉNS A TODOS
RC

PROSA CONTO - Tema Futuro

Um Futuro Atribulado! …

De Maria Romana

Há muitos, muitos anos, numa bonita aldeia, talvez, já desaparecida, pelas mutações do meio-ambiente, à qual lhe tinha sido dada o nome de Paraíso, pelas belas paisagens que eram verdadeiras maravilhas... Vivia um abastado lavrador, com a mulher e dois filhos gémeos - Luís e António.
Sezinando, era este o seu nome, trazia ao serviço, homens e mulheres a quem pagava a mísera jorna. Os pobres jornaleiros queixavam-se de que ganhavam tão pouco que, nem sequer chegava para sustentar a família, trabalhando desde o romper do dia, até ao pôr do sol... E o avarento patrão logo, lhes respondia que, se não estavam satisfeitos que se fossem embora, pois o que não faltava por aí, era gente para trabalhar. E com tal agressividade, gritava aos "sete-ventos", que tinha dois filhos, a quem tinha que preservar o seu futuro e, por isso, não iria desbaratar inutilmente, o seu dinheiro!
O tempo corria veloz; Luís e António estavam na idade de continuar os estudos, para isso, teriam que se deslocar para a grande cidade, muito distante da aldeia. E, no dia aprazado, com os bolsos cheios de dinheiro, lá partiram de malas e bagagens e as recomendações dos país e despediram-se até para o ano... E assim acontecera!
Passado esse tempo, regressaram à aldeia para o gozo de férias. As perguntas dos pais, não se fizeram esperar : Então, como foi a adaptação? Fizeram amigos e eles, ajudaram-nos!? Ficaram bem instalados? E os estudos vão bem? Os filhos responderam que não poderiam ser melhores. Até conseguiram instalar-se numa das repúblicas da Universidade... Os pais com estas notícias ficaram mais tranquilos e a preocupação foi afastada...
Assim, ano após ano, tudo se processava do mesmo modo...
E, quando faltava apenas, um ano para terminar a "licenciatura", o pai perguntou-lhes se estavam com boas esperanças, e se brevemente, lhes dariam essa grande alegria de vê-los formados. Eles responderam, que nas próximas férias iriam trazer o "canudo"... que lhes daria condições para advogar, faltando apenas, os estágios ...
O pai ao ouvir, tais afirmações, ficou tão envaidecido e a alegria era tanta, que nem sabia o que dizer!
Mas os filhos não voltaram no ano seguinte, nem no outro ... Sezinando desconhecia a razão de tão grande ausência. Não havia motivo para esse procedimento. A preocupação era tão grande, que perdia a esperança de ver voltar os filhos. Ele que se tinha sacrificado a ponto de ter que vender quase todos os bens, para assegurar a estadia dos filhos, sem passarem privaçõesl Agora, via-se num dilema, difícil de resolver. Até os trabalhadores aos poucos o foram abandonando e, para cúmulo da desgraça, a mulher tinha falecido. Sezinando estava psicologicamente perturbado, via-se entre quatro paredes, num verdadeiro isolamento e o coração repleto de cicatrizes. Percebia que tinha sido cruel e um patrão avarento, que não auxiliou os que mais precisavam, por só pensar no futuro dos filhos mas, foi a sua desgraça. Os bens que tinha, estavam reduzidos a uma pequena quinta à casinha, onde iria terminar os seus dias! ... E ajoelhando-se, elevou as mãos ao céu e pediu perdão a Deus, por todo o mal que tinha feito ...
Às vezes deambulava pelas ruas da aldeia e, certo dia, ouviu à boca ¬pequena, que os filhos nunca tinham frequentado nenhuma faculdade e que tinham desbaratado o dinheiro que o pai lhes dava, em vicios e, por maus caminhos ...
Sezinando ficou perplexo, inactivo, sem forças para reagir. Não havia dúvidas, os filhos tinham mentido, quanto à sua verdadeira situação, por isso, não tiveram coragem de voltar! Sezinando ia envelhecendo e vivia sem ter uma palavra amiga.
Agora, sim, tudo estava claro. E chorava amargamente, pelo futuro que tinha construido! ...
Uma tarde, quase ao sol-pôr, Sezinando encontrava-se encostado à porta, que dava acesso à rua, quando viu surgir dois indivíduos que se encaminhavam para ele, que mais pareciam malfeitores; o pobre homem tentou fugir mas, apenas tinha dado alguns passos, ouviu:
- Não fuja meu pai! nós somos os seus filhos
- Luís e António. Voltamos para vos pedir perdão e a sua bênção e receber-nos em sua casa. Juramos perante Deus que viemos para tentar restituir os bens perdidos, preservar o pouco que ainda existe, trabalhando, arduamente a terra, da qual nunca deveriamos ter saído, porque o nosso futuro está aqui, na terra que nos viu nascer!...
"Ficção"