quinta-feira, 20 de maio de 2010

DO CORREIO ELECTRÓNICO

ENTRE O NADA E A DOR …
PREFIRO A DOR


Haja saúde.

È assim que se cumprimentam os homens da minha terra, quando se cruzam na estrada ou chegam à venda. È o dardevaia.

Depois de uma ausência mais ou menos longa, por motivos de força maior, cá estou, um bocado àrrasca ainda, mas com vontade de chega ao fim desta página. Vamos ver. Sinto-me melhor do acidente que sofri mas ainda distante dos mínimos.

Bati com as costas na parede por deslizar no bidé da casa de banho e fui parar ao Hospital, a um sábado, para ser operado no domingo às 10.

Deram-me uma cama para me deitar e descansar e, nesse domingo, às oito chegou a brigada dos enfermeiros. O senhor aí, toma banho aonde? Não sei, vou ser operado às 10. Ah… então é aí.

Vire-se, disse a chefe.

E eu, que tinha uma tendinite na perna esquerda, que me provocava dor, virei-me num arco a 50%, para me poupar.

E a Chefe, em tom de guerra: Vire-se…

E foi nessa altura que percebi a frase em título, escrita por W. Faukner, no seu Palmeiras Selvagens. Naquela situação era a hora da dor e decidi-me por ela. Parece-me que bem.

A propósito disto, vem-me à memória aquela cena do operário que estando adoentado, foi até ao café beber aguardente.

Um amigo viu e interrogou-o, então Zé?

Que interessa, vou morrer daqui a três ou quatro dias.

E morreu.

Aqui ganhou o nada.

E foi baseado neste pequeno pormenor que escrevi o livro “COMO SE GOSTASSE”.

A sair ainda este ano.

É tudo por hoje.

Um abraço do

João Brito Sousa