quarta-feira, 28 de julho de 2010



AS FRIAS MADRUGADAS


O título é do Fernando Namora, o escritor médico já falecido. Estive a ler alguns poemas seus, com aquela dose de pessimismo q.b. e, entretanto, lembrei-me do meu aluno da primária, o Luís Matos, que era um craque na aritmética e tinha um raciocínio apurado, lógico e seguro. Nas outras disciplinas também era bom, mas na aritmética, upa…upa.
Mas o Luís, possuía uma particularidade interessante, ou talvez não: - não jogava à bola com os outros colegas. Nem lá aparecia por perto. E aquilo dava-me que pensar, porque razão o Luís não gostava de jogar à bola se a miudagem toda gostava!
A lógica da vida não será tão linear assim. Às vezes, as situações não encaixam na nossa maneira de ver as coisas. Cada um de nós tem o seu destino. Ou o seu fado, como quiserem. E além disso, há a esperança, que se traduz num pedido de empréstimo de qualquer coisa à felicidade.
A felicidade, esse estádio que está difícil de atingir, porque a humanidade está de costas voltadas para ela. A vida de hoje é briga.
Briga-se por uma oportunidade de emprego que nos surge, briga-se por um lugar na fila, briga-se na estrada e por aí fora. E não vejo hipótese de as coisas mudarem. Os exemplos que vêm de cima são péssimos. E, estou convencido que são para continuar.
A imprensa tem falado em desvios de fundos, por pessoas que até tinhamconseguido algum prestígio, que se veio saber agora, foi conseguido à custa de atitudes menos próprias, que violam princípios, que não respeitam as normas estatuídas.
Encontrei o Pai do Luís por estes dias e fiquei a saber que uma dose forte o tinha levado. Pensei: o Luís tinha qualquer coisa, tinha esse pressentimento. Um rapaz com um raciocínio tão certinho e colocou-o ao serviço da causa errada. Os fraudulentos que a Imprensa fala hoje, são possuidores de bons indicadores intelectuais e não atinaram com o caminho certo; só burrada.
São as frias madrugadas da vida.
Mas a sociedade terá de mudar, com o esforço de cada um dos seus elementos, tentando perceber o que está errado e o que está certo. E aí entram os escritores, os professores e todos aqueles que deram provas de querer participar. E estão disponíveis para contribuir para um mundo melhor. Mas devemos ser humildes, uns e outros. A vida de hoje deixa-se ir na onda da arrogância e da maledicência. Erasmo de Roterdão já alertou para isso há quinhentos anos e entre nós, Almeida Garrett fez esta pergunta: quantos pobres é preciso sacrificar para se obter um rico.?
Esta resposta tem de ser dada.
A vida continua, sim, mas com a cara meio embaciada e de cabeça curvada. Mas que diabo, será difícil ver onde está esse lado negro que nos faz sofrer e envergonhar? Sim, porque a humanidade sofre, pelo que faz e pelo que os outros fazem E tem de saber as causa. Mas, enquanto aquela história, contada por Agostinho da Silva se mantiver viva, do puto que chega da escola e diz à mãe, raios, a escola nunca mais arde, a caminhada será difícil e complicada. Qualquer romance, poema, artigo para jornais que eu escreva, terá de vir parar aqui, à zona onde o homem se encontra. Normalmente a fazer asneiras.
Mas tem de arrepiar caminho.
Acho eu.
João Brito Sousa


Uma Viagem de sonho...Ou o sonho duma viagem

Há hora previamente estabelecida, juntámo-nos todos no aeroporto de Faro. Costeletas e esposas, outros familiares e alguns amigos.
Voo Faro/Lisboa e transferência para voo da SATA, Lisboa/Ponta Delgada.
Mais costeletas se juntaram ao grupo de Faro, acompanhados igualmente das respectivas esposas, familiares e amigos.
Transbordávamos de alegria e excitação. A viagem e o passeio aí estavam e o convívio de todos durante alguns dias.
Excepcionalmente o voo partiu a horas, e no avião, o convívio começou com os mais afoitos (medo todos temos, embora uns disfarcem melhor do que outros), deambolando de cadeira em cadeira, contando anedotas ou falando da última aquisição para o plantel do SLB ou do SCP.
A aterragem no aeroporto de Ponta Delgada, foi magnífica e eis-nos finalmente no transfer a caminho do Hotel: Unidade hoteleira muito bem escolhida, no centro da cidade, e com todas as comodidades que a nossa provecta idade justifica e merece.
Feito o chek-in, arrumada a bagagem e até à hora de jantar, uma visita pedestre à cidade. Divididos em grupos, mas sempre com a preocupação de nos alternarmos, permitindo dessa forma que o convívio se generalizasse.
No dia seguinte após o pequeno almoço, uma visita em autocarro à ilha, percorrendo todos os lugares maravilhosos, nomeadamente as lagoas, as furnas ( aonde almoçamos o famoso cozido nas mesmas), as praias, os locais mais pitorescos e genuínos.
Regressados ao Hotel, o descanso, o jantar (sempre com rotatividade nas mesas) e o café com digestivo ( em nada comparado ao do Alberto Rocha, embora também de qualidade apreciável).
No dia seguinte manhã livre, para depois do almoço nos dirigirmos ao aeroporto e voar para a ilha do Faial.
Neste voo em avião da Sata, ainda a hélice, e que faz as carreiras inter-ilhas, tivemos oportunidade de ver à nossa direita a famosa montanha do Pico, pois o voo fez-se a uma altitude mais baixa, que a da referida montanha. Linda paisagem!
Aterrámos no aeroporto, e mais uma vez os transferes nos levaram, não para o Hotel, mas para uma visita a toda a ilha, com almoço durante o percurso. Os Capelinhos ( vulcão adormecido), as bordadeiras, as vinhas, o artesanato e finalmente a cidade da Horta com a suas magníficas baía e marina, por onde têm passado dos mais importantes veleiros que atravessam o Atlântico. Também o Bar do Peter não podia deixar de ser visitado. Fizemos a famosa travessia do canal do Faial, com 8 quilómetros de extensão, recordando Vitorino Nemésio, o açoriano mais famoso que passou pela nossa televisão e que nos deixou esta imagem, finalmente real aos nossos olhos.
Chegados à Ilha do Pico, fomos transportados para uma unidade hoteleira perto do mar, que reunia igualmente excelentes condições.
Jantar e cama, porque o dia tinha sido cansativo e a travessia do canal, mesmo com bom tempo, é complicada.
No dia seguinte, pequeno almoço e mais uma visita guiada a toda a ilha. Esta, ilha de baleeiros e vinhateiros, assentou toda a sua economia nestas duas actividades. Tivemos ocasião de ver o museu da pesca da baleia, e apreciar a heroicidade destes pescadores. Igualmente, os artefactos feitos dos ossos das baleias, demonstram também que, a rudeza desta actividade não retira arte e criatividade a estes verdadeiros artistas.
O vinhedo, plantado em parcelas de terreno protegidas por muros feitos em pedra solta, extraída ao longo do tempo para permitir pequenos espaços de cultivo e de protecção aos ventos de norte, e que são hoje Património da Humanidade. Estivemos no sopé da montanha mais alta de Portugal, visitámos a cidade Lages do Pico, e regressámos ao Hotel. Jantar e cama, porque a idade dos viajantes não permite grandes saídas nocturnas, depois de um dia de intenso passeio.
Após o pequeno almoço, fizemos o chek-auto e deslocámo-nos para o aeroporto. Voámos para a Ilha Terceira. Chegados, tomámos o transfer para Angra do Heroísmo: Lindíssima cidade que começámos a apreciar ainda antes da chegada ao Hotel. Boa instalação hoteleira, na Praça Principal, permitindo fazer todos os percursos pedestres com facilidade.
Resto do dia livre, com um jantar servido com gastronomia da região num restaurante típico, e a que não faltaram as danças e cantares da Ilha, com actuação de dois excelentes conjuntos.
No dia seguinte, viagem guiada a toda a Ilha. Particularizo o guia que nos acompanhou: Homem perto dos quarenta, intelectual com profundos conhecimentos de todos os aspectos da sua Ilha, nomeadamente, cultural, económico e histórico. Uma barba rala de côr ruiva e a sua imagem de marca - uma bengala, que em determinados momentos lhe servia de "ponteiro".
A Ilha, a exemplo das outras já visitadas, é essencialmente agrícola, com particular relevo para as suas vinhas. Visitámos uma adega, mas foi nas duas principais cidades, que se concentrou a visita. Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, que se rivalizam na sua importância.
Angra do Heroísmo, repleta de história, tem na sua arquitectura o seu bem mais precioso. As casas desde o rés-de-chão aos segundos andares, apresentam as janelas com lindíssimas sacadas em ferro forjado trabalhado. O centro histórico que é Património da Humanidade, sofreu grande destruição com o terramoto de 1980, mas felizmente foi totalmente reconstruido, mantendo a traça original.
Regressados ao Hotel, preparámos as malas, fizemos o chek-out, e fomos transfidos para o aeroporto, para efectuarmos o voo Ilha Terceira/Lisboa/Faro.
Despedimo-nos dos costeletas lisboetas e seus acompanhantes e eis-nos de volta a Faro.
Quer em Lisboa, como em Faro ficámos com a certeza que o convívio costeleta se alargou às caras-metade, e que dorante, também elas terão prazer em nos acompanhar, pois saberão que lá estarão também, as outras "costeletas".... Trimmmm, trimmmm, trimmmm....Tocou o despertador como habitualmente às 07.45. Acordei...Acabou o sonho! Mas ficou o desejo de que o mesmo, nesta ou noutra viagem, se possa transformar em realidade.
Estou disponível!




jorge tavares
costeleta 1950/56
BOXE

Pesquisei sobre Boxe depois dos anos 50 .
Reduzida as matérias que encontrei sobre a época áurea da atividade no Algarve ,
Conheci alguns dos protagonistas como o José Luiz , foi o que chegou mais longe , e infelizmente nos deixou bastante cedo .
Na defesa de Faro num artigo já com alguns anos assinado por Nuno Graça e com comentários do nosso amigo João Brito de Sousa , falava entre outros de Damião e Helder Grelha .

Nome completo Damião Sousa Encarnação , pouco tempo andou no Boxe , que eu saiba ainda é vivo caso contrário já teria sido informado por ser meu tio ou seja irmão de meu Pai .
Entre amigos ficou conhecido porque sempre que algum adolescente da nossa época e até anos depois , motivado pela popularidade dos grandes lutadores Americanos e alguns pela leitura da Banda desenhada em que um dos Heróis dos quadrinhos era o Luis Eurico treinado pelo José Gomes .
Ao ser indicado o Damião como ex-pugilista para verificarem se tinham algumas qualidades , os candidatos em aprender a denominada Nobre Arte , não eram estimulados por ele , batia forte mesmo e essa forma afastava os interessados .
Essa fama perdurou como denominação de Durão (quanto a minha nada tem a ver com o desporto ) por muitos anos , até tinha quem teimasse que quase aos setenta anos já neste século XXI , era homem bastante capaz de enfrentar um conhecedor como Marco da Encarnação na casa dos 20 anos e praticante por mais de 10 anos e pupilo de Victor Fernandes, homem que considero dos grandes impulsionadores do Boxe no Farense e Algarve nos últimos anos .

No entanto tudo tem sua época e com aparecimento de outras modalidades de lutas o boxe também teve seu tempo .

Nos últimos anos surgiu o Bento que se tem destacado no entanto estou pouco informado sobre sua carreira .

Helder Grelha o conheci bem no Sitio do Chalé das Canas antes de ir para França
Por acaso numa viagem a Saint Ouen ( arredores de Paris ) na publicidade em cartazes vi um Gitano Português Campeão do Mundo no Catch ( Luta Livre ) precisamente o Helder Grelha . apoiado pela marca Renault onde também trabalhava como piloto de provas nas pistas experimentais da marca . Em Paris o visitei acompanhado do irmão de minha ex-mulher em que eram ligados por parentesco . Isto foi em 1969 , depois não retornei a vê-lo .

José Luis e Helder Grelha , tinham em Comum as conquistas amorosas e ao contrário do Damião deixavam a violência no Ringue !
Nos convívios do dia a dia eram pessoas passivas aceitando provocações algumas mesmo pesadas que encaravam brincando sem nunca recorrer á violência .

Todos eles representam um pouco da História da nossa cidade , que na generalidade é recordado entre outros acontecimentos .

Saudações Costeletas
António Encarnação