ILUSÕES IV
Uma manhã destas pus-me a caminho, a pé, para visitar o José.
Quando cheguei à entrada do quintal puxei o cordel e ouvi a sineta dentro de casa a badalar.
José apareceu à porta, olhou-me e exclamou:
- Está fechada à chave por causa dos ciganos.
- Já há alguns dias que não conversamos e resolvi fazer esta visita, respondi
José abriu a porta. “Faça favor de entrar, senhor Fernando”.
Entrei e sentei-me no sofá. José sentou-se na minha frente na poltrona.
- Então José, muita leitura? Venho trazer-lhe o livro que me emprestou.
- Agora tenho-me dedicado ao computador e ler as mensagens da internet.
- Muita coisa interessante?
- Numa das mensagens li que o SÓCRATES parece aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário. De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedir-se, agradecidos, do Constâncio, e já dão a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.
- Promessas de salvação?
- Estamos bem entregues! Querem-nos servir a sopa dos pobres, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, e dão aos boys a sopa dos ricos, andam pela União Europei sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé, com um nível “acima do lixo”.
- Já ouvi dizer que quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB, e a subir, rematou Fernando.
- Sim. Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais e promessas. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde? Não me recordo onde li isto, faz-me lembrar umas crónicas do Joaquim Letria…
- Tens toda a razão José, só não percebo aqueles que votaram neles, e querem repetir para viverem de promessas..
- Pois, é a crise que os carneiros não querem ver!
- Pois, são mesmo carneiros, e estes governantes são uma ILUSÃO, são como os ilusionistas. Nós vemos todos os truques, mas não percebemos. Eles não querem que percebamos. Bem, já sei que não me ofereces o almoço. Vou andando para casa fazer o meu. Até à próxima José.
- Vá com Deus. E que ele nos ajude!
Montinho
Nota:- Ponto final nesta minha série ILUSÕES.
- Espero que esta última vire realidade... no bom sentido.