quinta-feira, 14 de abril de 2011


SONHOS E PESADELOS


Isto é assim, felizmente ainda há quem tenha sonhos, porque a maioria esmagadora da população portuguesa, só tem pesadelos.
Não sei se o que vou escrever é “politica” mas também não estou preocupado com isso. Sei isso sim, que é o que assisto diariamente, o que leio, o que sinto.
Com uma paciência e um discernimento que nunca é demais enaltecer, o colega Rogério vai gerindo as situações. Quem é que fere a liberdade de um ou de outro, até onde vai a liberdade de cada um. Uns pretendem dizer o que lhes vai na alma e são acusados de escrever sobre politica, mas isso só acontece quando o que escrevem é contrário à forma de pensar do(s) outro(s).
Outra situação que me parece dever referir é que uma maior assiduidade de colaboração de alguns, representa uma menor participação de outros, nalguns casos mesmo, afastamento.
O facto que refiro no parágrafo anterior, por si só é indiciador de que “O sonho de uma terça-feira!” da autoria do costeleta Jorge Tavares, por motivos óbvios, não passa mesmo de um sonho.
Se aqui no nosso blogue onde está em jogo a opinião de um ou de outro, a visão de um ou de outro, é o que se vê. Como pensar que será possível entendimento quando todos os personagens do sonho se sentarem em volta do “bolo” que já não é, mas sim o resto de uns ossinhos bem minguados, mas que os abutres não largam.
Em relação ao texto a que faço referência acima, permito-me questionar um parágrafo:
“Esta estabilidade permitiria garantir solidez financeira à Segurança Social para um largo período de tempo.”
Mas a S.S. não tem solidez financeira? Então para onde foi o dinheiro do Fundo de Pensões da Segurança Social, aquele aplicado que já está desfalcado de cerca de 50%. (fala-se em 55%, mas como isso seria uma ilegalidade, ficamos nos 50) Quem o desfalcou? Qual foi o governo que usou esse dinheiro? Vai resgatar essa divida ou não vai?
Esse dinheiro não é do Estado, esse dinheiro é dos contribuintes da S.S. e destina-se a garantir o pagamento das pensões durante 2 anos em caso de ruptura, (nada impossível) sabe-se que neste momento ele garante apenas 11 meses.
O Estado ao pagar pensões e reformas não está dando nada ao cidadão, o Estado, (I.G.F.S.S.) que em principio é pessoa de bem, tem a responsabilidade de gerir esse dinheiro e deve fazê-lo bem. Se assim não for os responsáveis deviam responder pelos seus actos, criminalmente.
Só quando quem gere as coisas do Estado passar a ser responsabilizado criminalmente, por gestão danosa e falsas promessas, poderemos vir a ter alguma esperança. Sendo necessário para isso também que a Justiça funcione.
Sendo público que este Fundo é gerido pelo Instituto de Seguros de Portugal e sendo também público que as companhias de seguros foram também convidadas, para além dos bancos, a adquirir dívida pública, fica fácil concluir onde se encontra aplicado o tal dinheiro que falta no Fundo de todos nós. Daí que eu tenha concluído que nesta parte do texto do colega (acho que somos duas vezes colegas, de escola e de profissão) não é com certeza um sonho mas sim um pesadelo.
Termino como comecei “Não sei se o que acabei de escrever é política, mas também não estou preocupado com isso,” sei que é o reflexo do que estou sentindo.
Mais uma vez o nosso colega e amigo Rogério, a quem manifesto o meu apreço, pelo seu trabalho e bom senso, vai ter que decidir se é publicável.
Um abraço para todos.

Ferreira Borges