domingo, 10 de agosto de 2014

CRÓNICA SEMANAL



A NAÇÃO E O ESTADO

Quando existe uma nação que pode sobreviver independentemente de um Estado, significa que existe a partilha de uma identidade completa, que abrange a totalidade dos factores que caracterizam uma nação; a língua, a etnia, um código de valores e comportamentos, um percurso histórico. Aqui o nacionalismo não está dependente de qualquer prévia idealização social ou de qualquer ideal espiritual mal definido, ele ganha forma pela vontade de preservar a identidade da comunidade, garantir a sua sobrevivência, e pela vontade de nesse processo melhorar as condições de vida dos seus membros, na exata medida em que cumpre o seu papel histórico de sempre. Neste contexto, um Estado será o corolário lógico do funcionamento da nação mas um Estado que não tenha como objetivo a preservação e continuidade futura da identidade integral da nação em todos os seus aspetos não poderá representar um ideal nacionalista, indepen-dentemente da visão social perseguida.

IN BLOG


BIOGRAFIA



Recebido do Costeleta Poeta Casimiro de Brito, que transcrevemos:

BREVE BIOGRAFIA DE CASIMIRO DE BRITO

Poeta, romancista, contista e ensaísta.
Nasceu no Algarve, em 1938, onde estudou (depois em Londres) e viveu até 1968. Depois de uns anos na Alemanha passou a viver em Lisboa. Teve  várias profissões mas actualmente dedica-se exclusivamente à literatura.
Começou a publicar em 1957 (Poemas da Solidão Imperfeita) e, desde então, publicou mais de 40 títulos. Dirigiu várias revistas literárias, entre elas "Cadernos do Meio-Dia" (com António Ramos Rosa), os Cadernos "Outubro/ Fevereiro/ Novembro" (com Gastão Cruz) e "Loreto 13" (órgão da Associação Portuguesa de Escritores). Actualmente é responsável pela colaboração portuguesa na revista internacional Serta e faz parte da direcção do Festival “Voix Vives” de Sete bem como da World Haiku Association, sediada em Tóquio.
Esteve ligado ao movimento "Poesia 61", um dos mais importantes da poesia portuguesa do século XX. Ganhou vários prémios literários, entre eles vários prémios nacionais e o Prémio Internacional Versilia, de Viareggio, para a "Melhor obra completa de poesia", pela sua Ode & Ceia(1985), obra em que reuniu os seus primeiros dez livros de poesia.
Colabora nas mais prestigiadas revistas de poesia e tem obras suas incluídas em 212 antologias, publicadas em vários países.
Participou em inúmeros recitais, festivais de poesia, congressos de escritores, conferências, um pouco por todo o mundo.
Foi director de festivais internacionais de poesia de Lisboa (Casa Fernando Pessoa), Porto Santo (Madeira) e Faro. Foi vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores, presidente da Association Européenne pour la Promotion de la Poésie, de Lovaina e foi presidente do P.E.N. Clube Português, de que actualmente é presidente da Assembleia Geral. Obras suas foram gravadas para a Library of the Congress, de Washington.
Foi agraciado pela Academia Brasileira de Filologia, do Rio de Janeiro, com a medalha Oskar Nobiling por serviços distintos no campo da literatura — entre outras distinções.
A Académie Mondiale de Poésie (da Fundação Martin Luther King), galardoou-o em 2002 com o primeiro Prémio Internacional de Poesia Leopold Sédar Senghor, pela sua carreira literária. Ganhou o Prémio Europeu de Poesia Sibila Aleramo-Mario Luzi, com a sua antologia Libro delle Cadute, publicada em Itália em 2004. E o prémio “Poeteka” na Albânia.
Tem traduzido poesia de várias línguas, sobretudo do japonês e foi traduzido para galego, espanhol, catalão, italiano, francês, corso, inglês, alemão, flamengo, holandês, sueco, polaco, esloveno, servocroata, grego, romeno, búlgaro, húngaro, russo, árabe, hebreu, chinês, albanês, macedónio e japonês.
Em 2006, foi nomeado Embaixador Mundial da Paz, no âmbito da Embaixada Mundial da Paz, sediada em Genebra. Agraciado com a Ordem do Infante pela Presidência da República.
Últimas obras editadas: Livro das Quedas, Arte de Bem Morrer, Amar a Vida Inteira Amo agora (com a cantora argentina Marina Cedro). A editar brevemente: Livro do Desejo (romance),  Livro de Eros (fragmentos sobre o amor) e Livro dos Haiku.

Para os interessados o e-mail
         cdbpoeta1938@gmail.com


CRÓNICA DE FARO


À venda a casa do Zeca Afonso


É ali, no coração da histórica “Vila a Dentro”, mais exactamente no n.º 12 da típica Rua Professor Norberto da Silva, que se situa, com traços pombalinos, casa que, durante cerca de três anos, viveu o Dr. José dos Santos Afonso, o conhecido por milhões de portugueses e por esse mundo fora, apenas e só, que para tanto como queria e era de seu timbre e vivência congénita, por “Zeca Afonso”.
Foi nesta casa, tão singular e de tão profundo sentido para as gentes farenses, que durante este triénio da década e sessenta do século passado e a quando do exercício pleno das funções de professor na Escola Tomás Cabreira, que o autor de “Grândola Vila Morena”, canção do alvor de um tempo novo para a Pátria Portuguesa, que Zeca Afonso embalou sonhos, propósitos e poemas.
Expandia a sua pedagogia de verdadeira educador muito para além das paredes da sala de aulas daquela emblemática Escola, para o convívio autêntico e motivador, com o acolhimento fraterno que lhe era congénito e o muito saber que repartia em acontecida comunhão de solidários ensejo.
Ali foi colocada, pelo Município, uma placa onde se pode ler: “Zeca Afonso/Trovador da Liberdade/Professor e Compositor/Viveu em Faro/entre 1961 e 1964/25 de Abril de 2011″.
Pois a conhecida por “Casa do Zeca Afonso”, que com todo o respeito que sempre houvemos e hemos pela propriedade privada e que é uma referência para a capital sulina, está à venda. Não escapou a esta avalanche do “Vende-se” que prolifera por toda a cidade e é uma referência do mercado imobiliário, de há anos a esta parte.
Entendemos que, bem andaria o Município, avaliado o valor do imóvel em termos justos e correctos, sem querermos desconhecer as suas dificuldades financeiras, em adquiri-la e nela fazer uma “Casa Museu” dedicada a quantos nesta Grei se houveram e foram honrados pelo seu empenho em prol da liberdade, da justiça e da democracia, numa homenagem sublime ao homem bom, idealista e generoso e um dos mais conhecidos músicos deste nosso tempo, em cujos gestos e composições aqueles ideais aconteceram. Que bem a mesma ficaria entregue ao merecidamente aplaudido “Ecos de Coimbra”, liderado por esse intérprete excepcional, que é o José Maria Oliveira, que tanto privou com o Zeca Afonso, pelas suas ligações ao Mestre e à Lusa Atenas!

João Leal