quinta-feira, 21 de agosto de 2014

CRÓNICA DE FARO


O monumento 
ao coronel Pires Viegas


Encontra-se, indesejável e incompreensivelmente, desde há muito, em notório estado de abandono e de evidente degradação o monumento erigido em 1971 à memória de um dos mais ilustres militares e autarcas farenses, o Coronel João dos Santos Pires Viegas.
Situado na praceta do mesmo nome, ali nas imediações do Mercado Municipal, na confluência com a Rua General Humberto Delgado, que até ao 25 de Abril se designou de Engenheiro Duarte Pacheco, foi concebido pela notável artista contemporânea professora Emília Pratz, que nos deixou impressionantes testemunhos da sua criação artística em escultura, pintura e tapeçaria.
Trata-se de uma “Cruz de Guerra” estilizada, ao centro da qual se encontra a efigie do Coronel Pires Viegas e alguns dos seus elementos biográficos, grande parte já elegível pelo desaparecimento das letras reveladas em bronze, fruto de roubos, vandalismo, incúria, etc.
O homenageado, que nasceu em Faro em 1865 e veio a falecer em 1937, na sua terra natal, frequentou o Liceu João de Deus na capital algarvia e, mais tarde, em Lisboa, a Escola do Exército, seguindo, com grande brilhantismo, a carreira militar, destacou-se em especial nas campanhas de pacificação de Moçambique e de Angola, de modos próprio nas lutas contra os Namarrais, no Niassa e do Sul da terra angolana). Foi també Governador das províncias do Huíla e do Cunene, havendo comandado o Regimento de Infantaria de Évora e presidiu à Câmara Municipal de Faro.
O monumento, para além do seu valor simbólico e artístico, veio embelezar a vertente sul da Praceta que ostenta o seu nome, surgiu quando a “Faro, cidade em quarto crescente”, como a denominou há mais de quatro décadas, nestas colunas, o escritor e jornalista Mário Zambujal, autor de tantos êxitos da literatura portuguesa contemporânea, começava a galgante caminhada do seu crescimento na segunda metade do século passado.
Agora encontra-se abandonado, com notórios sinais de esquecimento e de pouca ou nenhuma atenção do Município pela sua conservação e o respeito e orgulho que são devidos a um dos mais destacados farenses do nosso tempo. À noite é uma escuridão plena a área envolvente em notório contraste com a iluminação que envolve o edifício sede da AMAL (Associação dos Municípios do Algarve), onde funcionou, anteriormente, a RTA (Região de Turismo do Algarve).
Depois lançamos o pedido – sugestão à Câmara Municipal de Faro, pelo restauro do Monumento ao Coronel Pires Viegas, pedido que esperamos mereça também a positiva intervenção junto da autarquia da delegação da prestigiada Liga dos Combatentes.

João Leal


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