O monumento
ao coronel Pires Viegas
Encontra-se,
indesejável e incompreensivelmente, desde há muito, em notório estado de
abandono e de evidente degradação o monumento erigido em 1971 à memória de um
dos mais ilustres militares e autarcas farenses, o Coronel João dos Santos
Pires Viegas.
Situado
na praceta do mesmo nome, ali nas imediações do Mercado Municipal, na
confluência com a Rua General Humberto Delgado, que até ao 25 de Abril se
designou de Engenheiro Duarte Pacheco, foi concebido pela notável artista
contemporânea professora Emília Pratz, que nos deixou impressionantes
testemunhos da sua criação artística em escultura, pintura e tapeçaria.
Trata-se
de uma “Cruz de Guerra” estilizada, ao centro da qual se encontra a efigie do
Coronel Pires Viegas e alguns dos seus elementos biográficos, grande parte já
elegível pelo desaparecimento das letras reveladas em bronze, fruto de roubos,
vandalismo, incúria, etc.
O
homenageado, que nasceu em Faro em 1865 e veio a falecer em 1937, na sua terra
natal, frequentou o Liceu João de Deus na capital algarvia e, mais tarde, em
Lisboa, a Escola do Exército, seguindo, com grande brilhantismo, a carreira
militar, destacou-se em especial nas campanhas de pacificação de Moçambique e
de Angola, de modos próprio nas lutas contra os Namarrais, no Niassa e do Sul
da terra angolana). Foi també Governador das províncias do Huíla e do Cunene,
havendo comandado o Regimento de Infantaria de Évora e presidiu à Câmara
Municipal de Faro.
O
monumento, para além do seu valor simbólico e artístico, veio embelezar a
vertente sul da Praceta que ostenta o seu nome, surgiu quando a “Faro, cidade
em quarto crescente”, como a denominou há mais de quatro décadas, nestas
colunas, o escritor e jornalista Mário Zambujal, autor de tantos êxitos da
literatura portuguesa contemporânea, começava a galgante caminhada do seu
crescimento na segunda metade do século passado.
Agora
encontra-se abandonado, com notórios sinais de esquecimento e de pouca ou
nenhuma atenção do Município pela sua conservação e o respeito e orgulho que
são devidos a um dos mais destacados farenses do nosso tempo. À noite é uma
escuridão plena a área envolvente em notório contraste com a iluminação que
envolve o edifício sede da AMAL (Associação dos Municípios do Algarve), onde
funcionou, anteriormente, a RTA (Região de Turismo do Algarve).
Depois
lançamos o pedido – sugestão à Câmara Municipal de Faro, pelo restauro do
Monumento ao Coronel Pires Viegas, pedido que esperamos mereça também a
positiva intervenção junto da autarquia da delegação da prestigiada Liga dos
Combatentes.
João Leal
Sem comentários:
Enviar um comentário