quarta-feira, 15 de julho de 2015

POESIA


A MÃE TERRA


Puxando pela vida como o boi,
Outrora, pela carreta puxou,
Eternamente – sempre assim foi
E o tempo nada mudou.

Curvado pelos anos, pelo Sol tisnado,
Nasceu servo e servo continua,
É certo, nunca, nunca foi mandado,
Mas de seu, só o tempo e a charrua.

Uma vida no espaço de uma aldeia,
Nasce o Sol, começa a sua guerra.
Essa guerra é a sua epopeia.
O que lhe fica sempre é a Terra.

Esta é uma mãe acarinhada,
Só ela existe só ela tem sentido,
Sem ela ele seria um nada,
Não mais do que um vagido.

Sem ela seria um verme insignificante,
Ela é o ar que vaidoso respira,
É o pão que o alimenta a cada instante,
É o ribeiro, o espelho onde se mira!

Inverno, Primavera, calor escaldante de Agosto,
Cada dia sempre a mesma ânsia,
Comerá o pão duro com o suor do rosto,
E vertical, viverá a sua insignificância!

Vivendo à margem do mundo,
O Cosmos para ele não existe,
Só esse amor telúrico fecundo,
O faz viver e sempre subsiste!

15 JULHO 2015

Um Poema do Poeta Costeleta
Manuel Inocêncio da Costa