A MÃE TERRA
Puxando pela vida como o boi,
Outrora, pela carreta puxou,
Eternamente – sempre assim foi
E o tempo nada mudou.
Curvado pelos anos, pelo Sol tisnado,
Nasceu servo
e servo continua,
É certo,
nunca, nunca foi mandado,
Mas de seu,
só o tempo e a charrua.
Uma vida no
espaço de uma aldeia,
Nasce o Sol,
começa a sua guerra.
Essa guerra
é a sua epopeia.
O que lhe
fica sempre é a Terra.
Esta é uma
mãe acarinhada,
Só ela existe
só ela tem sentido,
Sem ela ele
seria um nada,
Não mais do
que um vagido.
Sem ela
seria um verme insignificante,
Ela é o ar
que vaidoso respira,
É o pão que
o alimenta a cada instante,
É o ribeiro,
o espelho onde se mira!
Inverno,
Primavera, calor escaldante de Agosto,
Cada dia
sempre a mesma ânsia,
Comerá o pão
duro com o suor do rosto,
E vertical,
viverá a sua insignificância!
Vivendo à
margem do mundo,
O Cosmos
para ele não existe,
Só esse amor
telúrico fecundo,
O faz viver
e sempre subsiste!
15 JULHO 2015
Um Poema do Poeta Costeleta
Manuel Inocêncio da Costa