domingo, 5 de agosto de 2018

CRÓNICA DE FARO de João Leal

O "PIRES MARTINS" do "DN"

 OPINIÃO DE JOÃO LEAL
Franco, jovial, trabalhador, fraterno e solidário, João Pires Martins, o “Pires Martins”, do “Diário de Notícias”, ou o “Janico da Cova da Muda”, como por diferentes sectores era conhecido e, com toda a afetividade tratado e referido, foi um querido amigo que nos deixou, mantendo bem viva a saudade, o apreço e a amizade mútua que sempre nos ligou durante décadas. Natural de Almodôvar era um devotado alentejano que defendia e amava até à exaustão a “terra que não tem sombra senão a que vem do Céu” e por ela, pelo seu engrandecimento e valorização, deu o melhor do seu muito e qualificado esforço. Mas este almodovarense tinha, para além de fortes raízes algarvias e de, em simultâneo defender tudo ao que a esta Região importava, um profundo e carismático amor à terra algarvia. Demonstrou-o muitas e incontáveis vezes numa prática quotidiana num testemunho vivo, de modo próprio ao seu Concelho de São Brás de Alportel a que estava visceralmente ligado quer por assinaladas formas de viver e de estar com esclarecida motivação como e sobretudo por laços ancestrais e contemporâneos de família.
Era falar na Cova da Muda, na Mesquita, nos parises e em tantos outros locais da Serra do Caldeirão ou na própria vila do concelho emancipado de Faro em 1914 para os seus olhos brilharem de júbilo, tal como acontecia com a cidade capital sulina, em cujo Centro Universitário Hospitalar findou os seusn dias de honrada e benfiquista existência.
Para além de Almodôvar e da capital algarvia João Pires Martins viveu ainda em Lisboa, onde ingressou no “Diário de Notícias” e de onde viria a ser transferido para Faro, assumindo a chefia administrativa da Delegação (primeiro na Rua Vasco da Gama e depois na Rua Brites de Almeida) do prestigioso matutino que Eduardo Coelha fundou há 174 anos e de, quase em simultâneo, deixaria a sua edição imprensa diária para passar a sê-lo apenas ao Domingo. Aliás foi neste tempo que o jornal da Avenida Liberdade lisboeta conheceu a fase maior expensão no Algarve chegando a ter um caderno quotidiano com oito páginas dedicado ao rodapé português, que conquistou para além de milhares de assinantes diversas distinções, entre as quais a outorgada pela hoje Região de Turismo do Algarve. Vasco Grade, António Vinagre, Paula Murtinheira, José Manuel OIiveira, Elizabete Rodrigues, Telma Veríssimo e alguns outors eram os obreiros nesta “pedrada no charco”, que abrangia todo o Algarve e os concelhos de Ourique, Almodôvar e Castro Verde, quando finda a mesma foi por outros prosseguida e com êxito assinala-se
Homem que defendia sem temor e em tempos dificeis as suas convicções religiosas, políticas, desportivas, erc. o fotojornalista conceituado (a fotografia era um dos seus lazeres prediletos), com a colaboração e exposições várias, tinha na dedicada esposa e estimada filha, os “grandes amores da sua vida”. Adeus, Amigo Martins, até um dia!
Nota: O autor não escreveu o artigo ao abrigo do novo acordo ortográfico
João Leal

LEITURA PENSATIVA



PARA QUE UM BOM PENSADOR POSSA LER
E PENSAR NESTE FIM DE FIM DE SEMANA
                                    LOUCOS E SANTOS

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.

Um arranjo de Autor desconhecido.