terça-feira, 3 de maio de 2011

A CABRINHA E O FRIO

Alfredo Mingau


Se alguém não compreender alguma coisa do que está escrito, volte a ler o texto.
Se continuar a não entender, então o defeito está no conto. Não há gente estúpida, só há contos mal escritos.
Geralmente os contos são textos com valor.
E os pequenos contos, como gosto de escrever, têm uma pequena vantagem. É que, enquanto esperamos que o “ovo esteja cozido” ou que o número de telefone que marcámos fique desimpedido, podemos ler o conto. Basta ter o portátil aberto, refiro-me aos textos deste blogue.
Podemos lê-los sentado, de pé, ao vento, à chuva não porque ela é o inimigo número um dos electrónicos.
Portanto, não levantam obstáculos à má disposição e ao nervosismo.
Tudo nos "trinques". Como eu gosto!
E, enquanto esperam que o “ovo esteja cozido”, aqui vai uma pequena história.
O “Moce”, Costeleta dos quatro costados, criou na sua quinta, ali para os lados da meia légua, uma cabrinha de estimação. Com grande paciência e pachorra foi ensinando a cabrinha a executar certas habilidades. Bem domesticada e ensinada, o “Moce” resolveu apresentar a cabrinha na televisão. E se bem pensou melhor o fez. E a cabrinha, sem rede de protecção, deu um espectáculo na televisão equilibrando-se no gargalo de uma garrafa.
Este “Moce” com o passar dos tempos – não tenho conhecimento se a cabrinha fez o último equilíbrio num belo assado no forno – resolveu afastar-se do frio. Adquiriu um apartamento em S. Paulo, no Brasil. No Inverno calor no Brasil, no Verão calor em Quarteira.
E porque o ovo já deve estar cozido, termino esta pequena história.
Acham que é ficção ou precisam de voltar a ler?
Inté!

PS – Fugindo à minha forma e tipo de escrita, gostaria de dedicar este texto ao nosso amigo Costeleta Venâncio de Jejus. Um abraço.

3 comentários:

  1. Obrigado pela dedicatória! Mas se me permites, terei de fazer algumas correcções, senão, não dá pra entendê! Primeiro, a cabrinha, não era uma cabrinha, mas sim um borreguinha e não acabou em nenhum assado, porque não teria coragem para tal. Quando já velhota entreguei-a um vizinho que tinha um rebanho para que procreasse e por lá ficou. De quando em vez ia visitá-la mas acabei por não saber como acabou. Quanto ao apartamento, tambem não é em S. Paulo, fica a cerca de trezentos quilómetros para Sul dessa cidade, na cidade de Curitiba, capital do Estado do Paraná. Se poderes recomendo-te uma visita. Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Meu caro Venâncio de Jesus.

    Acabo de ler o teu comentário.

    O texto que escrevi é uma criação minha. Como todas as que escrevo.

    Qualquer parecença com algo de real é mera coincidência. Não se trata de um texto histórico pessoal, porque, não referencia nomes de pessoas. “o moce costeleta de quatro costados”, somos todos os que frequentaram a Tomás Cabreira. “Meia Légua”, “S. Paulo” e “Quarteira”, são meras referências não pontuais. Poderia ter escolhido outras.

    Não é licito escrever algo de real ocorrido, mencionando nomes, sem autorização dos seus participantes criativos.

    Qualquer autor escolhe e insere as nuances que pretende incluir na sua obra. “Cabrinha” ou, suponhamos, “vitelinha”, “porquinho” não obstaria à rejeição da ideia em si.

    O facto da dedicatória à tua pessoa apenas assenta na ideia de chamar a “terreiro” mais um comentador. O que consegui!

    Um abraço

    Alfredo Mingau

    ResponderEliminar