segunda-feira, 30 de maio de 2011



Á CONVERSA COM O ZÉ ELIAS MORENO

Por João Brito Sousa

Conversar com o Zé Elias, o nosso Nestlé como disse o nosso Fernando Oliveira, é sempre motivo de satisfação porque o Zé sabe lidar com as coisas importantes e menos importantes da vida.

É um costeleta fixe. Gosto da sua maneira de ser.

Da escola lembra-se de tudo. Desde a primária, onde nos conhecemos. É um homem preocupado com o nosso destino enquanto povo.

Perguntei.lhe porque não se dedicava à escrita, por achar que tem jeito e podia falar desse povo, escrevendo.

Respondeu-me: - Sabes, não tenho muito tempo para isso. O Diogo é que tem talento e já lhe disse isso a ele. A mim, por enquanto, reservo-me o papel de observador atento. Gosto de dar uma olhada nos acontecimentos do mundo e sou daqueles que considera a família o pilar fundamental da existência de cada um de nós. Não havendo unidade familiar perde-se de certo modo o estímulo para a luta. Porque a vida é isso mesmo, é procurar chegar a um destino e a um lugar que vem connosco à entrada desse inicio de caminhada. Mas gosto da escrita, prosa e poesia, sobretudo neste último aspecto da literatura onde já tenho feito umas coisas. O meu colega da Marinha Mercante, Pedro Valdoy é que é bom nisso. A literatura é uma ferramenta que nos põe em contacto com os problemas concretos da vida e, disse um autor que não me lembra agora o nome, se não nos tornar felixes pelo menos evita que sejamos infelizes. Saramago não é de opinião da utilização da palavra felicidade; ele defende a utilização da palavra harmonia. Foi um grande pensador, como aliás são todos os bons escritores.

A tua vida, daquilo que sei, foi feita subindo a corda a pulso. Concordas com esta afirmação.

A vida de cada um de nós é trabalho, dedicação, estudo permanente e muitas coisas mais. Subir a corda a pulso é conseguir um estatuto à custa das nossas capacidades de trabalho, capacidades intelectuais, capacidades de cumprimento das normas instituídas pelas sociedades e por ai fora. Eu, pessoalmente, sempre tive uma apetência para o trabalho de mãos, o que pode ser considerado uma mais valia perante os que não a possuem, porque somos mais criativos. E a vida, hoje é inovação e tecnologia. E aí eu funcionei plenamente. Gostei do que fiz.

Recordações da Escola, tens ?

Obviamente que sim. E óptimas. Recordo alunos e professores. Tudo boa gente.

O que vais fazer agora ?

Vou gradar a terra com o tractor. Queres vir comigo ?

Outro dia, disse eu. E despedimo-nos.
Nota – Este texto é inventado por mim.

3 comentários:

Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira disse...

Oi ermão
Já tinha percebido que foi inventado... Gostei de ler e de colocar depois de colocar a falta de letras de algumas palavras. Geralmente leio antes de colocar.
E não se esqueçam que o Grande Almoço Anual é já no próximo dia 11,
Um abraço
Roger

Anónimo disse...

Caro JBS(pecial):
Trato-te assim, porque é assim que considero a nossa velha amizade.Uma vida de tu cá...tu lá e umas conversas descomprometidas e despretenciosas, que tu generosamente transformas em entrevistas de charme, que não mereço.
O prazer que tenho em conversar e conviver, contigo e com os outros amigos, compensa-me da angústia que me persegue por sentir que me vai faltando tempo para a realização de todos os meus sonhos e ambiciosos projectos.
Assim sendo só uma realidade e uma atitude se impõem;Viver o Presente.
O passado passou.
O futuro é uma incógnita.
Por isso há que disfrutar dos que nos são queridos,dos amigos e do melhor que estiver ao nosso alcançe, neste banquete que foi posto à nossa disposição: a vida, que é de todos o maior bem.
Por isso acabei por não ir para o campo gradear a horta.
Mas passei um dia muito agradável no CCB, a assistir à Gala 2011 do Ginásio Clube Português a aplaudir o meu neto, que, quem sabe se não poderá vir um dia a ser o atleta que o avô nunca foi.

Obrigado pela tua amizade.

Grande Abraço.
JEM

jctavares@jcarmotavares.pt disse...

Meu caro E. Moreno,

Não posso deixar de me introduzir nesta tua "conversa " com o João, para passar o meu pensamento sobre a nossa aprendizagem escolar e os reflexos na nossa intelectualidade.
A malta do comércio por vezes "inchava-se " quando se comparava com os da indústria, apelidados da "ferrugem". Enquanto uns faziam a sua aprendizagem alicercada na leitura os outros faziam-no tambem, mas em muito menor quantidade, porque o torno, a freza, e outros, era o objectivo do curso.
Aparentemente poder-se-ia pensar que os futuros homens com vocação literária seriam sempre oriundos do curso comercial...erro!
A prová-lo E. Moreno ês um exemplo vivo desse pensamento errado.
Um abraço e parabens pelos teus escritos, especialmente pelo humanismo que os mesmos reflectem.
jorge tavares
costeleta 1950/56