domingo, 13 de julho de 2014

NAQUELE TEMPO



Um texto para recordar

ERA... NAQUELE TEMPO
"... Era um tempo em que tudo se fazia tremendamente simples.
Os sorrisos rasgados eram consequências de situações de amizade.
Liberdade era sinónimo de poder brincar e ficar sujo, sem tempo contado.
As maiores frustrações decorriam de mau desempenho de fazer.
As grandes dores eram causadas por ferimentos no corpo.
A tristeza era sempre passageira, não ousava vir para ficar.
Os melhores amigos eram companheiros de todas as horas.
Os pais, super-heróis.
Houve um tempo em que tudo era tremendamente simples.
Sábado à noite, no Verão, era apenas a oportunidade de brincar com os amigos no Jardim Manuel Bívar.
Sucesso era passar de ano sem chumbar para repetir
Os desentendimentos eram resolvidos pela dinâmica porrada, pedido de desculpas dos pais, e puxão de orelhas.
Alegria acima de todas as expectativas era o primeiro dia de férias de verão.
Competitividade era somente o que tornava aqueles jogos de “hóquei” na nossa rua, em que as balizas eram as sarjetas
Amor era um sentimento puro, que não causava dor, geralmente platónico
A noite de natal era mágica, com a alegria de manhã, ao encontrar na chaminé um par de peúgas e uma "tablete" de chocolate; o Pai Natal era um grande camarada. Os ovos de Páscoa causavam euforia.
Programa de férias era assistir ao Sábado no cinema Santo António, à matinée, os filmes do Abot e Costelo.
Naquele tempo tudo era tremendamente simples.
E tem dias que o fantasma doce dessa simplicidade lança olhares espantados, como que perguntando “quando foi que a vida ficou tão complicada...?"


Rogério
Costeleta dos anos 40




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