Uma autonomia realizada, um sonho que prossegue a sê-lo
Opinião de João Leal
“A autonomia regional é filha do 25 de Abril e assente no desenvolvimento
regional, um legitimado auto – governo dos açorianos”, afirmou em sessão
realizada no auditório da Biblioteca Municipal António Ramos Rosa, o líder da
Comissão da Assembleia Regional da Região Autónoma dos Açores, Dr. Jorge Costa
Pereira. Como estas palavras e toda a sua judiciosa intervenção foram por nós,
regionalistas desde o sempre, bebidas com a avidez própria de quem acredita um
dia já próximo deixará este mundo sem conhecer o Algarve onde nasceu e sempre
viveu com a sua autonomia própria reconhecida e votada na Assembleia da
República.
A sessão organizada pela prestante e interventiva Casa dos Açores no
Algarve, assinalou o 20.º aniversário do restauro na nossa Região dessa
festividade, que é um dos ícones da terra açoriana no “Culto ao Divino Espírito
Santo”, levado para as nove Ilhas Atlânticas pelos povoadores algarvios e que
entre nós teve a sua derradeira expressão no século dezanove, como o demonstra
o doutro investigador Dr. Adérito Vaz, na cidade de Tavira. Foi a 9 de Junho de
1996 que aquela instituição regionalista reuperou tal manifestação no Sul
Ibérico e que, como assinalou o seu devotado presidente diretivo, Rubem Santos,
“o Algarve não só assiste a este resgate do Culto ao Divino Espírito Santo,
como o vive com intensidade específica há duas décadas, razão porque me sinto
feliz a estar aqui comemorando o seu 20.º aniversário”.
A Delegação da Assembleia Regional dos Açores, que o deputado insular Dr.
Jorge Costa Pereira liderava, era constituída por mais quatro parlamentares dos
Partidos Socialista – (3), Social Democrata (2) e Centro da Democracia
Cristã(1) e fez esta deslocação “no âmbito das competênciaslegislativas”, como
o destacou, referindo com merecidos elogios a obra de intercomunicação
desenvolvida pela Casa dos Açores no Algarve, que considerou “verdadeiramente
notável e simbólica”.
Ao encerrar a sessão, em que na vasta assembleia presente se pressentia a
interrogação “e para quando o Algarve”, o Dr. Rogério Bacalhau Coelho
(Presidente da Câmara Municipal de Faro) saudou os visitantes, prestou a sua
homenagem à Casa dos Açores e destacou o interesse permanente do seu líder,
Rubem Santos e agradeceu a visita e todo o simbolismo de que a mesma se
revestia.
Como que numa saudação final de “bem – vindos” e de reconhecimento pela
mensagem expressiva o valioso Grupo Coral e Cultural “aCANTE” interpetou várias
peças.
João Leal
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