DE COMO CASIMIRO DE BRITO VÊ A MALTA
O «costeleta» Casimiro Cavaco Correia de Brito
(Casimiro de Brito),
um dos mais·conhecidos poetas portugueses contemporâneos, natural de Loulé e que «menino e
moço» veio para Faro, onde os pais abriram uma mercearia na Rua
Bocage (junto à capela
do Senhor dos Aflitos) a fim de ftequentar, com muitos de nós, a Escola
Técnico Elementar Serpa Pinto, dá-nos este curioso apontamento no livro de sua
autoria «Apoteose das pequenas coisas» (Maio de 2016): «Comove-me ver- o rosto
dos meus amigos em meninos, ambos da minha idade,- fotos de quando tínhamos dez.ou onze anos. E revejo-me nesses
sorrisos olhando para as minhas próprias fotografias dessa época, meio
crédulos, meio espantados, apesar de escudados - tal como eu fui - por pais que
tiveram de lutar duramente pela vida Era esse o tempo do fim da guerra e
quantas guerras vivi depois dessa para alcançar um pouco de paz, que não há! Nem tem
que haver. Olho-as sentado num quarto.de hotel, ao lado de um espelho, vendo-me
de soslaio duas vezes: o menino e o velho em que me tornei. Sobrevivo como
posso por estes dias- com o rosto dos amigos diante de mim e a sua, parece que perene, alegria e indignação.
Assim me vejo.»
João Leal
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