AS GRUTAS DO CERRO DA CABEÇA
São de
uma grande referência no património espeleológico, natural e histórico do
Algarve as «grutas do Cerro da Cabeça», situadas a 249 metros de
altitude na elevação mais oriental da Serra do Monte Figo, na freguesia de
Moncarapacho, do concelho de Olhão. Famosas o são as suas estalactites,
estalagmites e outras formações rochosas e um grande abrigo de morcegos que ali
têm o seu habitat, constituindo «um monumento natural por via das suas
formações cársicas com o maior lapiás do Sul do País».
Recentemente
este indiscutível e ímpar património olhanense, tão esquecido como
vilipendiado, foi analisado no decurso da meritória iniciativa da Câmara
Municipal de São Brás de Alportel, «De Setembro a Abril, memórias mil» e em
reunião científica e cultural que teve lugar no Centro Explicativo e de
Acolhímento da Calçadinha e onde o reputado espeleologista Mestre Frederico
Tatá Regala (Docente da Universidade do Algarve e Técnico Superior da Direção
Regional de Cultura) dissertou sobre «Grutas do Algarve enquanto património
cultural», explanando sobre as cerca de 90 cavidades cársicas
da nossa Região, com referências desde os Neandertais às Mouras Encantadas.
Nas
grutas do Cerro da Cabeça, a mais de 60 metros de profundidade e até aos 90 metros,
pudemos encontrar as da Algar Medusa, Algar Maxila e Algar João como, os
quantos já lá o estiveram o descrevem e descritas, incluídas nas cerca de 9
dezenas existentes na região algarvia e de acordo com o excelente «Inventário das
Grutas do Cerro da Cabeça», elaborado pelo Centro de Estudos Espeleológicos do
Algarve.
A quando
da nossa residência no concelho de Olhão (1958 / 1970) e, de
modo especial na presidência de Alfredo Timóteo Ferro Galvão na presidência
autárquica, trabalhámos no sentido do aproveitamento desta riqueza natural,
sua preservação, valorização e integração na oferta turística como acontece em
Portugal (Santo António, Alvelos, Mira de Aire, etc.) e no estrangeiro. Sendo o
local propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Moncarapacho devíamos a
constituição de uma sociedade envolvendo esta Instituição, o Município e a
Comissão Regional de Turismo do Algarve, então a surgir. A ideia aplaudida,
nunca conheceu, até hoje, qualquer evolução.
JOÃO LEAL
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