DOIS GRANDES
MÚSICOS OLHANENSES
O concelho de Olhão, terra de tantos lembrados
«costeletas» (professores e colegas) foi-o sempre uma terra de grandes
apaixonados pela música. Desde musicólogos famosos, entre os quais referimos o
sempre lembrado médico Dr. Fernandes Lopes e o Dr. Pereira Leal (Diretor dos
Serviços de Música da Fundação Calouste Gulbenkian) a uma plêiade de notáveis
intérpretes, casos dos saudosos pianistas Mello, que acompanhava na RTP o cineasta
António Lopes Ribeiro, os Casacas, pai e filho ou a famosa Raquel Correia, um
dos nomes maiores do piano em Portugal. É-o também através das várias Bandas de
Música, das quais continua em plena atividade e pujança, a de Moncarapacho ou
de famosos conjuntos, dos quais atingiu assinalada e lembrada projeção «Os
Pancas». Tal herança mantemse em nossos dias com uma plêiade de destacados
artistas, emergindo hoje para a nossa crónica quinzenal o
JÚLIO RESENDE, pianista nascido em Olhão, onde aos 4
anos começou a estudar nas teclas e, mais tarde, descobriria «que não ficava
satisfeito em ser apenas um intérprete de peças musicais, em que não pudesse
improvisar». Anos volvidos envereda pelo jazz, ao lado de nomes famosos como
Mário Laginha, Rodrigo Gonçalves e Pedro Moreirá. Trabalha com os maiores
mestres do mediático «Hot Club”, verdadeira catedral do jazz e outros
locais míticos desta especialidade musical - New School for Jazz and Contemporany
Music, Berklee College of Music e Bill Evans Academy et Université de St.
Dennis (Paris). Foi em 2007 que gravou o seu primeiro disco «Da Alma» para a
editora «Jazz Clen Feed», destacando-se em 2015 o 5° álbum, «Fado &
Furlher», com a famosa cantora catalã Sílvia Perez Cruz, uma das maiores vozes
de Espanha. Há dois anos gravou o aplaudido «Cinderella Cylorg», considerado
«um diálogo entre o humano e o desumano»,
E o DOMINGOS CAETANO, o mítico roqueiro do «Atira-te
ao mar e diz que te empurrarem ... », nascido na Fuseta aos 63 anos, que
recentemente (3 de Março de 2020), no programa da RTP 1 «Outras histórias -
Música no Coração», transmitido em horário nobre (2l h30m de 2ªs feiras)
levou, uma vez mais, o nome da terra natal por esse mundo em fora. O artista
«que nunca quis trocar a Fuseta por Lisboa» continua igual a si mesmo -
irreverente, generoso e solidário. Foi um verdadeiro autodidata no início e
depois, havendo frequentado entre mentes o Conservatório Regional Maria
Campina e fundando em finais de 1970 a aplaudida banda «Íris», que encheu os
Coliseus de Lisboa e do Porto e soma êxitos após êxitos por todo o País., como
o provam os «Discos de Ouro e de Prata» arrebatados.
JOÃO LEAL
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