Recebido, por Email, transcrevemos na íntegra, esta mensagem do Jorge Tavares:
Meu caro Rogério,
Quando andei nas lides jornalísticas, recebi de oferta três livros, denominados "selecções da Gazeta" e que transcrevem centenas de textos jornalisticos, comentários, poesias, etc, do semanário "Gazeta do Sul" que se publicou entre 1930 e 1955 na vila do Montijo. Hoje ao reler algumas páginas, deparei com esta poesia de Camilo Castelo Branco que achei interessante divulgá-la.
AMIGOS
Amigos, cento e dez ou talvez mais,
Eu já contei, vaidades que eu sentia!
Supuz que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal, entre os mortais.
Amigos, cento e dez, tão serviçais
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais
Um dia adoeci profundamente:
Ceguei, dos cento e dez houve um sómente
Que não desfez os laços quasi rotos.
Que vamos -diziam- lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver!
Que cento e nove impávidos marotos
Um abraço
Jorge Tavares
Meu caro Rogério,
Quando andei nas lides jornalísticas, recebi de oferta três livros, denominados "selecções da Gazeta" e que transcrevem centenas de textos jornalisticos, comentários, poesias, etc, do semanário "Gazeta do Sul" que se publicou entre 1930 e 1955 na vila do Montijo. Hoje ao reler algumas páginas, deparei com esta poesia de Camilo Castelo Branco que achei interessante divulgá-la.
AMIGOS
Amigos, cento e dez ou talvez mais,
Eu já contei, vaidades que eu sentia!
Supuz que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal, entre os mortais.
Amigos, cento e dez, tão serviçais
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais
Um dia adoeci profundamente:
Ceguei, dos cento e dez houve um sómente
Que não desfez os laços quasi rotos.
Que vamos -diziam- lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver!
Que cento e nove impávidos marotos
Um abraço
Jorge Tavares