sexta-feira, 3 de outubro de 2008

AS FÉRIAS DE UM COSTELETA




















As férias de um costeleta amigo alegra-me de ver...
O nascer do s ol e o pôr do sol algures no mundo
continuação de boas férias são os votos cá da malta felizes por ver
e saber o que é um amigo,
coisa que eu não confundo ...
AMANHÃ VOU ESTAR NO PRIMEIRO ALMOÇO ANUAL DA MALTA DO LICEU NA FIL. PENSO
QUE PODE SER UMA JORNADA DE SOLIDARIEDADE.
ESCOLA E LICEU JUNTOS...
TALVEZ UM DIA SEJA UMA REALIDADE.
SUGIRO À AAAETCABREIRA QUE PENSE NISSO.
BOM FIM DE SEMANA PARA TODOS OS COSTELETAS E SEUS PRÓXIMOS.
com um abraço do
JOÃO BRITO SOUSA

VAMOS DEBATER?

ACHEI INTERESSANTE O SONETO DE CAMILO CASELO BRANCO E TAMBÉM A IDEIA DO JORGE TAVARES.

VAMOS PARA DEBATE?

AMIGOS

Amigos, cento e dez ou talvez mais,
Eu já contei, vaidades que eu sentia!
Supuz que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal, entre os mortais.
Amigos, cento e dez, tão serviçais
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais
Um dia adoeci profundamente:
Ceguei, dos cento e dez houve um sómente
Que não desfez os laços quasi rotos.

Que vamos -diziam- lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver!
Que cento e nove impávidos marotos

publicação de
João Brito Sousa

BIFES E COSTELETAS EM DEBATE





A VERDADE E MENTIRA
Por ADOLFO PINTO CONTREIRAS/Beef

Nunca ninguém mente a sí próprio, a mentira só existe para o outro. Numa troca de ideias a minha opinião é sempre verdadeira para mim. Quando formulo uma opinião faço-o sempre num quadro mental que configura e expressa a minha verdade. Mais, cada opinião emitida é a focagem num fragmento de um vasto quadro elaborado e em permanente recomposição no meu pensamento.

Sendo a opinião uma extracção de um fragmento de mim mesmo, tomar a minha opinião como falsa seria como considera-me a mim próprio uma falsidade, o que é um absurdo.

Com o outro passa-se precisamente o mesmo, e se o seu quadro de pensamento não coincide com o meu a minha opinião é mentira para ele e vice-versa. Quando os quadros mentais coincidem não há mentira, quando muito divergências de composição em fragmentos do quadro.

Texto retirado do blog http://apcgorjeios.blogspot.com/

O MEU PONTO DE VISTA

Será verdade que, como diz o articulista acima, nunca ninguém mente a si próprio? Eu entendo que, se minto, minto para toda a gente, incluindo-me a mim. O outro pode até não se preocupar se eu minto ou não, a não ser que isso lhe diga directamente respeito e aí é natural que se preocupe. Se eu tenho uma conta a pagar, tenho posses para o fazer e digo que não tenho, será que estou a mentir?
Este tema não é uma matéria clara. Tenho de saber porque motivo eu menti, dizendo que não tinha dinheiro para pagar, tendo-o ...
Entendo que, em primeiro lugar devemos situar o plano da conversa e respectiva mentira. Em que circunstância?...
Numa troca de ideias a minha opinião é verdadeira para mim porque se baseia no meu conhecimento e argumento com aquilo que sei Exacto, tomar a minha opinião como falsa é um absurdo.

Quando o articulista diz... “se o seu quadro de pensamento não coincide com o meu a minha opinião é mentira para ele e vice-versa”

Penso que mentira não será isto. Se um pensamento não coincide com o do outro, cairá no âmbito da diferença de opinião.
MENTIRA?... não me parece.
AÍ VAI UM BOM TEXTO DE TEIXEIRA DE PASCOAES SOBRE A MENTIRA.
A MENTIRA É A BASE DA CIVILIZAÇÃO MODERNA
Por TEIXEIRA DE PASCOAES.

É na faculdade de mentir, que caracteriza a maior parte dos homens actuais, que se baseia a civilização moderna. Ela firma-se, como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc... A mentira formou este ser, único em todo o Universo: o homem antipático. Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita.

A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto, respeitada. De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras.

A mentira reina sobre o mundo! Quase todos os homens são súbditos desta omnipotente Majestade. Derrubá-la do trono; arrancar-lhe das mãos o ceptro ensaguentado, é a obra bendita que o Povo, virgem de corpo e alma, vai realizando dia a dia, sob a direcção dos grandes mestres de obras, que se chamam Jesus, Buda, Pascal, Spartacus, Voltaire, Rousseau, Hugo, Zola, Tolstoi, Reclus, Bakounine, etc. etc. ... E os operários que têm trabalhado na obra da Justiça e do Bem, foram os párias da Índia, os escravos de Roma, os miseráveis do bairro de Santo António, os Gavroches, e os moujiks da Rússia nos tempos de hoje.

Porque é que só a gente sincera, inculta e bárbara sabe realizar a obra que o génio anuncia? Que intimidade existirá entre Jesus e os rudes pescadores da Galileia? Entre S. Paulo e os escravos de Roma? Entre Danton e os famintos do bairro de Santo António? Entre os párias e Buda? Entre Tolstoi e os selvagens moujiks? A enxada será irmã da pena? A fome de pão paracer-se-à com a fome de luz?... Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo

publicação de
João Brito Sousa