sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

DUAS RECLAMAÇÕES E UMA RESPOSTA


AS RECLAMAÇÕES


1 - SERIA INTERESSANTE ACOMPANHAR ESTES TEXTOS COM UMA FOTO, PERMITINDO AVIVAR A MEMÓRIA AOS COSTELETAS DO SEU TEMPO E APRESENTÁ-LOS AOS COSTELETAS MAIS NOVOS.

jorge tavares


2 - Caro Costeleta.
OS MEUS CUMPRIMENTOS.
Totalmente de acordo com a proposta apresentada pelo Sr Jorge Tavares.Sou de uma geração Costeleta anterior, de 1940 /1950, e a identificação fotográfica iriaajudar a comunicação entre a Família Costeleta.Espero que essa prática seja uma realidade para todos os casos.
Saudações Costeletas
MAURÍCIO SEVERO DOMINGUES

A RESPOSTA


3 – Não aceito nem admito, quer a sugestão do Jorge Tavares nem o total acordo explícito do Maurício. Exijo respeito pelo meu trabalho e quando não servir, out.

Saudações costeletas

DA ESTAÇÃO À BAIXA DE FARO




DA ESTAÇÃO DO CAMINHO DE FERRO AO CORETO

Quem vem da Ventura Coelho, onde eu morava, em direito à estação, vira à esquerda e passa à loja do ZAC, ou o Zacarias , um rapaz angolano, creio eu, que trabalhava aí numa carvoaria, seria? ... o proprietário era português.

Essa loja que eu falo ficava a uma esquina, onde começa ou acaba uma rua que vai dar à sapataria do Professor Renato.

Eu passava lá na carvoaria e olhava para dentro dela e o ZAC estava na sua função Tenho uma pena danada de nunca ter falado com o ZAC. Sei agora que já faleceu e que morou na Senhora da Saúde, casado com uma portuguesa.

Passava a loja do Zac, moravam os Zambujal, o Xico, o Mário, a Lurdes e a Fatinha, que casou com o nosso Inocêncio Costa

Atravessamos toda a Ribeira e chegamos ao Coreto do Seita, mais ou menos onde trabalhava o marreco.

E depois seguiam-se os cafés, Aliança, Marcelino e Atlântico.

O café Aliança é um dos cafés históricos do País. Ao lado do Majestic, do Porto, do Santa Cruz, em Coimbra, da Brasileira do Chiado, em Lisboa, o Café Aliança, em Faro, apressa-se, renovado, a fazer em breve cem anos, importante efeméride, que o classifica no terceiro café mais velho do País e o de maiores tradições culturais na cidade



.Renovado o edifício, um interessante testemunho da arquitectura revivalista, ostenta hoje, na sua parte de restaurante, uma curiosa galeria dos famosos (em fotografia) que por ele passaram e permaneceram. E entre estes está Marguerite Yourcenar, na década de 60, Simone Beauvoir, nos anos 40/45, Fernando Pessoa, quando aqui se reuniu com os seus colegas futuristas algarvios (o pintor Carlos Porfírio e outros), o poeta António Aleixo, que ali ia vender cautelas, Assis Esperança e tantas outras personalidades.


Quem pretenda pode tomar a sua refeição no amplo salão, rodeado de tanta memória viva de outros tempos. Pode aqui tomar o almoço, jantar, pedir o bife à Aliança, o costelão de novilho, deliciar-se com as amêijoas à Bulhão Pato da casa, as conquilhas, camarão salteado ao alho. Se pretende uma refeição mais rápida e brejeira pode conferir a carta de omeletes (de queijo, fiambre, outras), de crepes e de steaks.



Ainda mais fútil, pode decidir-se por uma simples tosta à Aliança. Um gelado à sobremesa pode ser o remate conveniente, ou um típico doce de figo, amêndoa ou alfarroba a acompanhar uma aguardente de medronho. Em plena baixa da cidade de Faro, o Aliança está sempre à mão, no caso com uma lição de história cultural à mistura, a fazer-nos lembrar o tempo em que os cafés eram escolas de vida, neles tinham lugar tertúlias como hoje já não existem.


Texto de JBS e VG/DN