sexta-feira, 14 de maio de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO "VENTOS DO SUL"

Hoje, dia 14 de Maio, foi apresentado o livro de poemas
VENTOS DO SUL
da autoria do Poeta Costeleta
Dr. Manuel Inocêncio da Costa
O evento realizou-se na Biblioteca Municipal
A Direcção da nossa Associação esteve representada
pelo Presidente Joaquim Teixeira e pela Isabel Coelho
Outros Costeletas estiveram presentes
Presidiu à cerimónia o Presidente da Câmara Engº Macário Correia
A reportagem fotográfica esteve a cargo do Rogério.
Felicitamos o Autor do Livro










































DO CORREIO ELECTRÓNICO

Poema da insónia vencida

A crise está-me a dar volta
ao sono e à cachimónia,
e o pensamento me solta
a poesia da insónia.

Não vale a pena chorar
sobre o leite derramado.
A crise veio p'ra ficar,
o melhor é ficar parado.

Parado,até que um dia...
um milagre aconteça,
e nos devolva a alegria
sem puxar pela cabeça.

Porque pensar também cansa
não vale a pena inventar,
Há que ter fé e esperança;
alguém nos há-de salvar.

Já temos tantos pensadores,
jornalistas e doutores
a estudar o esquema;
que se formos opinar,
podemos sem querer agravar
a solução do problema.

Mandamos fazer lá fora
para comprar baratinho,
queremos comprar agora
e falta-nos o dinheirinho.

Do Alqueva vamos fazer
Turismo para o ripanço.
Está-se mesmo a ver...
o corpo pede é descanso.

Pescar dá muito trabalho;
-barcos,redes e anzóis?!
Para comer rodovalho
compramos aos espanhóis!

Os férteis campos de outrora,
que davam vinte sementes,
vejam como estão agora;
inúteis e decadentes.

Para entrar em Medicina
só se com vinte valores,
agora que triste sina;
temos que importar doutores.

Demos Novos mundos ao Mundo,
Somos os maiores...já se vê!
Temos o saco no fundo
mas vamos ter TGV.

Mas nem tudo é ruim,
e uma boa aqui vai:
O Pavilhão do Amorim
Lá na Expo de Shanghai.

Todo feitinho em cortiça
para poder flutuar,
não vá ser como a Justiça
no caso de naufragar.

Chega Sua Santidade;
que luxo e que riqueza!
Nem sombra de austeridade
Nem sinais de pobreza.

Está o País a rezar,
no Papa de olhos postos
vem o governo anunciar:
mais taxas e mais impostos.

Do meu cérebro já cansado
vem o pensamento obscuro:
Critica-se tanto o Passado,
Que nos reserva o Futuro?

Entrámos na CEE
Para ficar abonados!
e agora como é?
Vamos ficar depenados??

Um presidente poeta
vinha mesmo a calhar;
para de musa e caneta
pôr o País a sonhar.

Com patrióticas baladas
e heróicas poesias,
ou eram dívidas saldadas,
ou as algibeiras vazias.

A Natureza deu tudo
ao Homem p´ra ser feliz.
Mas egoísta contudo
ele rejeitou e não quiz.

Num Futuro de incerteza,
como ganhar confiança?
Falta-nos saber e destreza
Só nos resta a esperança.

Estou mesmo a caír
de sono e de cansaço.
Boa noite.Vou dormir.
despeço-me com um abraço.

Fez-me bem reflectir
estou menos deprimido,
e na cama vou cair
sem tomar o comprimido.

Mas não vou ficar feliz
amanhã ao acordar;
Vou pensar no meu País,
e a depressão vai voltar.

13 de Maio de 2010

J.Elias Moreno