segunda-feira, 2 de agosto de 2010


OS POETAS

S.BRAZ DE ALPORTEL é uma terra de poetas. No jornal da terra, uma página quase não chega para o Director publicar esses belíssimos trabalhos. E são coisas bonitas de verdade que se lêem com muito agrado. Porque que se não for assim não é poesia. O poema tem que nos encantar, digamos, tem que nos dizer coisas que mexam connosco, que nos façam sorrir ou nos faça, inclusivamente, surgir uma lágrima a descer pela face. A poesia, pode ser triste como uma noite fria e escura de inverno, mas é sempre digna, apesar de, às vezes, ser mentirosa. Porque faz sonhar. Mas, apesar disso, é uma boa companheira. Foi António Nobre que disse a propósito do seu livro, o Só, tenham cuidado não vos faça mal que é o livro mais triste que há em Portugal.
Um poeta é tido como um escritor e tem uma missão a cumprir; tornar os seus leitores melhores pessoas. A poesia ajuda-nos a ver a vida por outra forma e se não nos faz feliz, pelo menos evita que sejamos infelizes, como disse Vargas Losa. Um poema é uma obra literária apresentada em verso, ainda que possa existir prosa poética, assim designada pelo uso de temas específicos e de figuras de estilo próprias da poesia.
Efectivamente, existe uma diferença entre poesia e poema. Este último, segundo vários autores, é uma obra em verso com características poéticas. Ou seja, enquanto o poema é um objecto literário com existência material concreta, a poesia tem um carácter imaterial e transcendente. Fortemente relacionado com a música, a poesia tem as suas raízes históricas nas letras de acompanhamento de peças musicais. Tal como na música o ritmo tem uma importância fulcral
na poesia. A poetisa Sophia de Mello Breyner fazia os seus poemas declamando-os em simultâneo.
Os poetas cantam a vida. Como o poeta popular António Aleixo, que sendo mais ou menos analfabeto, cantou a vida em quadras lindas. Como esta: quem trabalha mata a fome/ não rouba o pão de ninguém/quem não ganha o pão que come/rouba sempre o pão de alguém.
Este trabalho de António Aleixo, contem uma mensagem extraordinária de honradez e dignidade, o que torna os poetas, homens de formação moral elevada e de grande capacidade de discernimento.
Entre nós temos muitos e bons poetas salientando-se, entre todos, Camões, Bocage, Pessoa, Torga, Florbela e …
Somos efectivamente um país de Poetas. Como S . Braz de Alportel também é, tendo à cabeça o republicano Bernardo de Passos. E depois o Joaquim Horta, a Donatília Pereira, o Manuel Neves, o António Rosa, o Diamantino Brito, a Margarida Lourenço e o Quim Sapateiro, a quem deixo um abraço.
E também um pedido, que continuem

João Brito Sousa