domingo, 8 de agosto de 2010

Crise - Você prefere com ou sem açúcar?

Nós já enfrentámos e sobrevivemos a muitas crises. Talvez já tenhamos perdido as contas sobre o número e a origem delas. Mas as malditas já nos surpreenderam diversas vezes enquanto assobiávamos distraídos virando algumas dessas esquinas da vida. Algumas, foram provocadas pelo petróleo, outras, pela Rússia ou pela China, a maioria, gerada internamente, já que em matéria de crise, não somos auto-suficientes. A tal ponto que, se não chegamos a ser fraternos amigos – nós e as crises também não podemos negar que tenhamos nos tornado íntimos conhecidos.
Nenhuma crise é igual à outra. Esta que chegou com toda a força, agora, certamente é a mais diferente de todas. Porque o governo que temos não assume um pingo de responsabilidade sobre o que está ocorrendo e porque o país está no seu pior momento econo-micamente falando. Será que o país (governo) alguma vez esteve em dia com as suas obrigações, dever de casa feito, com um mercado interno forte, com pequenas e médias empresas tão sólidas, modernas e competitivas e com as suas instituições garantidas, para encará-las?
Mas isso não nos exime das consequências da crise. Que, por sinal, é também uma das mais potentes e destruidoras das que se tem notícia. Ela já está sendo dura e será ainda mais devastadora, não precisamos ser profetas para prevê-lo.

Então o que nos resta fazer?
Já toda a gente falou no corte das despesas, mas parece que o “dito” vai conseguindo gastar mais…
Adoraríamos poder contar com mais gente, mais empresários, mais cidadãos para ajudar a contrariar o óbvio, a não aceitar passivamente em todas as suas piores consequências o medo, pelo medo.
Crise nós já enfrentámos e, queiramos ou não, ainda enfrentaremos esta um largo tempo e outras por muitas vezes.
O que deve nos mover é a visão de como nós queremos ser percebidos assim que sairmos dela.
De pé, ou de cócoras.
Na crise, já disseram muitos, é que se separam os Homens (leia-se com H grande) dos outros. Ou seja, crise, pode ser um café pequeno para os Homens.
Eu gosto com açúcar.

Demitir irresponsáveis, ajudar investimentos, suspender novos projectos, são boas e óbvias ideias. Talvez, algumas tenham mesmo que ser feitas, quem sabe!
E é aí que reside o intuito de apelar para os que acreditam que o inóbvio existe. Não só existe, como pode ser feito neste exacto momento onde o óbvio é o que todos pensam, todos fazem, todos professam e todos aconselham mas tudo sai errado.
O intuito é despertar o empreendedorismo que sempre caracterizou o empresariado, a coragem que sempre foi a marca registada das nossas empresas, a capacidade inesgotável de reinvenção que sempre foi o norte dos vencedores neste nosso país.
E também é o intuito de demonstrar que um marketing original é a mais poderosa fonte de energia, capaz de gerar as transformações que uma empresa precisa num momento de crise.
Nós acreditamos piamente nisso. É necessário que o governo (este ou outro que o substitua) também acredite
Acreditamos que se este não é o momento de inovar, que outro será? Acreditamos que se este não é o momento de ser e parecer diferente, que outro haverá de ser?
Alfredo Mingau


O FIM DA CRISE

Não!... Podemos todos ficar tranquilos porque o título desta crónica não é o anúncio efectuado em qualquer um dos “milhentos” canais de televisão disponíveis e feito por um qualquer ministro com tendência humorística, de um desses países do terceiro mundo, espalhados pelo planeta.
O fim da crise no nosso país fui eu que decretei, após ter tomado conhecimento de uma importante entrada de fundos nos cofres do Estado, só possível pelo trabalho diligente e aplicado de zelosos funcionários do aeroporto de Faro.
Passo a explicar melhor:
Desloquei-me no final do mês de Junho ao Aeroporto Internacional de Faro com o objectivo de receber e transportar um casal de amigos, residentes no Brasil há 50 anos, mas que continuam com o seu Portugal e o seu Algarve no coração. O meu amigo do Algoz e a esposa de Paderne.
Até aqui nada de novo, as novidades vêm a seguir. Junto com o casal viajou um amigo que ficou retido no local da entrega das bagagens por lhe faltar um volume.
Solicitou-me o meu amigo que o esperássemos, uma vez que se trata de uma pessoa de 82 anos, que viajava sozinho e que trazia bagagem, que não tinha ninguém à espera. Assim foi feito durante mais de uma hora. Acabámos vindo embora sem que se soubesse o que se passou entretanto, uma vez que o balcão da companhia aérea estava fechado, no balcão das informações de nada sabiam e a polícia nada disse.
Acabámos vindo embora com a preocupação inerente a uma situação quase dramática.
Na última quarta-feira, vim finalmente a saber, contado pelo próprio o que se passou.
O volume que não aparecia continha 60 livros.
Falta aqui referir que este nosso amigo é escritor, com vasta obra publicada no Brasil e natural de Messines, onde se desloca periodicamente para matar as saudades, da terra, de Portugal, do Algarve.
Penso que todos já percebemos o que se passou, mas voltemos aos factos: - enquanto nós pensávamos que estava retido, estava afinal detido, situação que se manteve durante 3 horas e que terminou após o pagamento de um valor próximo dos 250 euros. No dia seguinte já em Faro foram finalmente entregues os 60 livros, mediante um pagamento de mais cento e tal euros.
- Os 60 livros eram de sua autoria e destinavam-se a ser oferecidos num lançamento do
mesmo a ser efectuado na sua terra natal. (legítima pretensão, que se realizou)

Quero agora falar um pouco deste escritor:
- António Neto Guerreiro, romancista e pesquisador da história portuguesa e brasileira, nasceu em Portugal e está radicado no Brasil desde 1952.
Formado em Direito, tornou-se empresário bem sucedido em São Paulo. Depois de criar filhos e netos, dedicou-se totalmente ao oficio de escrever,
É autor de romances como: - “Senhor Comendador”, “Heróis sem Glória”, “Deixo meus milhões ao diabo”, “Portugal, o primeiro país da idade moderna” “Brasil a construção de um continente – o legado da colonização portuguesa” entre outros.
Refuta chavões, repetidos aos quatro ventos, como o de que os portugueses vinham ao Brasil só para fazer fortuna rápida e voltar para Lisboa, que condenados e degredados foram responsáveis pela colonização do Brasil, que o sistema de capitanias hereditárias estaria na origem da falência do Estado brasileiro, entre muitos outros.
Este homem tem feito um trabalho notável na defesa do bom nome do país que o viu nascer, mas que tão mal trata os seus filhos
É figura destacada da comunidade portuguesa de São Paulo, tendo feito parte dos órgãos sociais de várias associações portuguesas e da Casa de Portugal em São Paulo.

Foi pois este “perigoso traficante” este “contrabandista” que foi detido no aeroporto internacional de Faro e só liberado depois de pagar os direitos correspondentes à perigosa mercadoria que pretendia fazer entrar no nosso País.
Quanto deve Portugal a este homem? O conhecimento que transmite, a defesa intransigente de uma posição, por vezes quase indefensável, dos portugueses no Brasil?
Não tem preço meus amigos.
Regressou ao Brasil na última sexta-feira e apesar da tristeza que lhe vi no olhar quando me falava sobre este infeliz episódio, volte breve, Doutor Neto. O senhor merecia um pedido formal de desculpas pela forma injusta, desabrida, cruel, mas reveladora do Portugal actual, como foi recebido no seu País.
Mas a vida é assim, uns nascem na Azinhaga outros em Messines e também ainda não pediu que Portugal passasse a fazer parte da República Federativa do Brasil.
A crise acabou, a verba entrou nos cofres do Estado.

António Viegas Palmeiro

Comentando uma noticia

Caros colegas, agarro a esferográfica para tirar umas notas e, hesito entre o escrevo... e o não escrevo .
Antevejo o Brito de Sousa de “fisga” apontada para me dar nos tornozelos.
O Jorge Tavares....éhh... nem vale um comentário...lá vem ele com o mesmo tema e lenga lenga.
O Rogério no dilema....publico?..não publico?
O Maurício....que terá ele para dizer desta vez?
O Romualdo...bahn...nem leio até ao fim!
O Montinho...???!!!!
Mas enfim, dou o peito às balas que é como quem diz” sujeito-me às criticas”. Acredito que a critica construtiva nos educa e nos torna melhores homens ( ou mulheres)..
Prometi no último texto voltar ao tema do “ revanchismo dos termos” mas não o vou fazer ..pelo menos por hoje. Vou falar de uma noticia que apareceu a meio desta semana , eu vi na “SIC Noticias”... a RTP que eu desse por ela não falou no assunto .Preferem mostrar os membros do governo” assentando” a primeira pedra em obras que nem autorizadas estão como aconteceu em Faro na véspera das ultimas autárquicas. Mas isso é outra estoria.
E, em grosso modo, rezava a noticia:-“ um ministro da defesa de um governo anterior ( Paulo Portas)vendeu por quarenta mil euros (40.000) a uma empresa americana, os planos de uma pistola metralhadora desenvolvida no que era antiga Fábrica Braço de Prata( agora tem outro nome) e que haviam custado ao estado quinze milhões!
A empresa compradora ,informei-me depois seria a “ Smith and Wesson”. Fiquei intrigado e resolvi ir mais fundo. Desloquei-me a um dos armeiros cá do burgo e, na verdade a pistola já existe à venda. Fiz-me interessado e vi a única que tinham em armazém. Foi-me dito que a arma existe em duas versões à venda ao publico. Uma por 1300 dollares e outra por 1200 porque difere na coronha...e que ainda existem acessórios vários como “alças telescópicas” .
Agora vamos ao fundo da questão. Aqui houve um crime de “lesa-pátria” a meu ver.
Ao ver a arma ela não tem nada de especial, para quem sabe, ela fica tecnicamente entre a Israelita UZI e a nossa velha FBP dos tempos do ultramar...difere um pouco da FBP porque tem uma coronha de fibra de carbono e o cano arrefecido por umas alhetas facílimas de fabricar. Disto, deduzo eu, a razão porque foram vendidos tão baratos os planos e, imagino eu, a patente. Então o crime de “lesa-pátria” foi perpetrado por quem?
Não por quem vendeu!. As leis de mercado imperaram. Esse ao menos recuperou 40.000 euros mas, por quem concedeu ou subsidiou 15.000.000 de euros para desenvolver um produto que à partida o mercado está saturado e não o comercializou. Se isto não é corrupção então digam-me o que é! Duvido que uma empresa privada disponibilizasse 15.000.000 para tal efeito e com fracasso adivinhado!
Alguém, neste trilho todo ficou com dinheiro, muito dinheiro!
E, para os colegas que cursaram a “ formação de serralheiros”, posso-vos afirmar que para desenvolver aquela arma, mais não seriam precisos ( se houvesse vontade) que o velho pequeno torno “MIBO”,o limador, o engenho de furar, a forja e umas limas... e claro o mestre Olivio. Porque os conhecimentos gerais já os tínhamos da FBP.
Como sempre termino, se for publicado deixo-vos um abraço .
Diogo