HOJE, QUINTA
A TERTULIA TODOS BEM
Por João Brito Sousa
Durante a semana esperei que o "Portalegre" telefonasse e nada. Voltamos à leitaria e não tocamos mais no assunto. O Artur chegou e pediu o seu drink com gelo e água tónica, que ia bebendo aos golinhos. E diz a ele, quando estiveres doente, não vai são médico; é um Old Parr às quatro da tarde e já está. Artur vinha de pessoal da elite, o avô tinha sido um velho republicano seguidor de Afonso Costa e era um apaixonado pelos ideias da Revolução Francesa .que se batera pelo liberalismo e esteve ao lado das causas que julgava justas..
Entretanto chegaram o Tomás Marques e o Pedro. O Artur que embirrava com atrasos. Disse-lhes.
- Éhi, rapaziada, como é? atrasos não.
- Sabes, encontrámos o Chico Costa da nossa turma no terceiro ano, o que era guarda redes da nossa equipa de andebol, lembram-se.
- O Chico, aquele que dizia a toda a gente que namorava com a Lita, mas era mentira, perguntou o Artur.
- Sim, esse. Falou-me com saudade da Escola, daquele jogo com os serralheiros, quando o Vicente, que jogava pela equipa da Escola, saltou na área embalado, rematou coma bola a bater um pouco antes do risco e eu fui buscá-la, diz ele. E recordou o António José de S. Braz que gostava de olhar as pernas das moças. Diz que qualquer dia vem cá.
- Ou a gente vai a S. Braz ver o Toino Zé, disse o Artur.
- Ok, está explicado o atraso, disse eu. Temas para hoje, quem preparou?
- Eu o cábula, disse o Pedro.
- Sobre quê, perguntou o Artur
- Acerca dos franceses, disse Pedro
- A França, a minha segunda Pátria, disse o Artur. Aquela cena do Maurice Chevalier, em frente à Torre Eifel, dizendo-lhe - tu est ma frere, comoveu-me, sabem. Vive la France, disse ainda.
- Pedro, queremos ouvir falar dos franceses em Portugal nos fins do século XVIII, disse eu. Tens a palavra.
E numa improvisação brilhante Pedro disse.
- Os franceses em Portugal, num certo sentido, foram protegidos e graças a isso, alguns comerciantes franceses ligaram-se a empresas mais importantes estabelecidas em Portugal, entre as quais se contam os mercadores de livros, actividade essa que muito contribuiu, para a difusão em Portugal, das correntes do pensamento europeu.
- Mas esses livros entravam aqui facilmente, perguntou o Artur.
- Para a semana Artur, falas tu disso, ok. Hoje o tempo acabou
- Sim senhor, disse Artur.
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