domingo, 12 de dezembro de 2010

UM CONTO DE NATAL



Uma Família


 Maria Romana

A manhã acordava um pouco melancólica, porque o sol se escondia por entre as nuvens.
Na extensa planície, um rebanho pastava a erva coberta de orvalho, que tinha caído durante a noite.
Fazia muito frio, um frio cortante, pois estávamos em Dezembro, precisamente, na véspera de Natal, esse grande dia, em que se. recorda o Nascimento de Jesus, o Rei do Universo.
Uma criança saltitava de um lado para outro, descalça e andrajosa
Luís, era esse o seu nome, aproximou-se do rebanho um pouco tímido,
dirigiu-se ao pastor e pediu-lhe que o deixasse ficar ali ao pé dele, se possível.
António olhou, atentamente, para o miúdo e perguntou-lhe onde vivia e porque andava tão andrajoso. Logo ele respondeu que tinha ficado sem os pais havia já algum tempo e que não tinha ninguém que cuidasse dele; dormia em qualquer lugar: lapas, casas abandonadas ... e pedia esmola. Mas, como naquele dia era véspera de Natal, sentia necessidade duma companhia, de Alguém com quem conversar, além disso, também podia trabalhar em qualquer coisa, com oito anos podia ajudar a conduzir o rebanho.
O pastor ficou pensativo e, ao mesmo tempo, comovido com as palavras da criança e, passando a mão pelos cabelos louros, desgrenhados, disse-lhe que podia ficar e prometeu-lhe também que o levaria a passar a noite com ele e sua mulher, que, possivelmente, teria feito uma ceia melhorada.
Os olhinhos da criança brilharam de contentamento; há quanto tempo ele não tinha um pouco de conforto e de calor.
À hora do almoço, o pastor repartiu com o garoto pão, algumas azeitonas e um pouco de toucinho.
O dia passava, rapidamente, e já o sol se tinha posto, quando o António, o Luís, o rebanho e os cães de guarda chegaram ao outro lado dum monte.
Mariana, assim se chamava a companheira de António, já se encontrava à porta de casa, onde viviam, à espera dele, quando viu aquele menino, que vinha com o seu marido, e perguntou-lhe quem era; o pastor narrou-lhe, em poucas palavras, tudo o que sabia acerca do Luís.
A mulher ficou em silêncio, mas perturbada por saber que, ainda, existiam crianças abandonadas à sua sorte.
Entraram em casa, essa humilde casa, mas muito acolhedora.
No pequeno compartimento, que fazia de sala, logo à entrada, via-se uma pequena lareira acesa, onde o lume crepitava, suavemente, irradiando calor e bem estar; também a um canto estava um presépio alumiado com uma candeia de azeite; perto, uma mesa e sobre esta, alguns doces, frutos secos e outros como laranjas e romãs, também uma travessa com bacalhau guarnecida de couves e batatas.
Todo o ambiente estava enfeitado com plantas silvestres aromáticas, para lembrar que era noite de festa.
Já reunidos à mesa e de pé, agradeceram ao Senhor a dádiva daquela refeição, depois sentaram-se e comeram com apetite; conversaram muito. Por fim, encaminharam-se para junto do presépio e aí contemplaram a Sagrada Família, rezaram e beijaram o Menino Jesus e foram deitar-se, iluminados pela Santa Paz.
Quando Luís se encontrou só, pensou como seria bom ter um lar assim, mesmo pobrezinho, mas onde havia amor, compreensão inter-ajuda.
Dia de Natal, símbolo da família e ele teria que ir-se embora! Deixou-se dormir preocupado e por isso acordou muito cedo; mas uma grande surpresa esperava-o.
António e Mariana tinham trocado impressões sobre a sorte daquela criança e, depois de reflectirem muito, decidiram tomar conta dele.
Quando transmitiram ao Luís o que pensavam fazer, o garoto, num impulso muito espontâneo, agarrou-se a eles, beijando-os e abraçando-os com tanto ternura, que o casal deixou deslizar pelas faces algumas lágrimas de comoção.
A partir desse dia, Luís seria como um filho para eles; iria para a escola e nos tempos livres ajudaria António a apascentar o rebanho.
Agora a família estava completa, nela havia uma criança, que enchia aquele lar de mais vida e alegria, antes tão monótono para aquele casal, que ia entrando em idade.
Luís seria agora feliz; tinha uma família, que o rodeava de carinho, depositando nele a esperança duma velhice mais tranquila...
FESTIVAL  MUNDIAL DAS ARTES
E CULTURA NEGRA

Bom Dia.

De passagem por Dakar, acabo por ser surpreendido com a realizacao deste importante evento.
Nele estao representados 60 paises de todo o mundo, onde a onda da negritude suavemente se eleva.
Os meios de que dispomos actualmente, dao.nos a possibilidade de nos informar, e tirar ilacoes sobre a importancia destes verdadeiros acontecimentos culturais e nao so.
O espectaculo de abertura e os discursos dos anfitrioes e convidados, foram magnificos.
O programa e brochuras, sao redigidos em 3 linguas, Frances, Portugues e Ingles.
Em evidencia estao a Literatura, a Dança, o Cinema, o Desporto, o Teatro, a Musica, o design,a Fotografia, as Artes visuais, o Artesanato Artistico.
A RTP Africa e a Net devem estar a dar a devida cobertura, penso eu.
Abraco
JEM (José Elias Moreno)