segunda-feira, 8 de agosto de 2011

 

HIPOCRISIA OU VERDADE

Alfredo Mingau

Sempre escutei, de tudo e de qualquer lado, aquela velha história de que homem não presta. Calma…!

Na minha opinião cada um tem o que merece, do tamanho certo, da cor certa e com o jeito certo. Na hora que as mulheres generalizam a classe masculina estão defendendo uma hipótese que não é verdadeira e, de certa forma preconceituosa...

Do mesmo jeito que elas afirmam que somos machistas, elas cometem um engano. Adoro ler o que elas escrevem, penso se serão sinceras e realistas. Existe homem bom sim... e se não conhecem um, deve ser porque não devem merecê-lo. às vezes a oportunidade já lhes bateu na porta e a negaram, NÃO ABRIRAM A PORTA! Abrir os olhos de vez em quando funciona, mais do que meter o pau e generalizar a classe.

Um exemplo clássico foi quando as mulheres decidiram assumir o papel do homem na sociedade... Calma, não vou ser machista. A minha crítica vai além deste breve comentário, a grande questão é que as mulheres deixaram de ser mais sensuais, femininas e acabaram assumindo uma rotulagem não muito conveniente. "Mulher que é mulher é a mulher-macho". Porque? Homens gostam de mulheres que se apresentem bem, que saibam utilizar um perfume de forma exacta, ou mesmo as bijutarias. Não sou fã de mulheres que andam largadas.

Do mesmo jeito, as mulheres já rotulam homens que se apresentam e tomam banho como homossexuais. Onde este mundo vai parar meus amigos? Esta é a grande pergunta deste comentário lançado. Assim como pode existir a falça (sic!) democracia que hoje está na boca de todos aqueles que sabem falar um básico português (não me censurem por não usar a nova ortografia), pode existir a verdadeira hipocrisia. Lá dizia o pai dos burros, que hipocrisia é a "Impostura, fingimento, simulação, falsidade". Mesmo que esteja vinculada a crescimento mental!

Eu sou meio perdido, os pensamentos voam. Mas será por isso que este comentário poderá chamar-se Maluco?


A CULTURA DO SLOW DOWN

EXCELENTE ARTIGO PARA LER COM ATENÇÃO E MEDITAR SOBRE O SEU CONTEÚDO


Há já mais de 20 anos que ingressei na Volvo, empresa sueca bem conhecida.
Trabalhar nesta empresa é uma convivência muito interessante. Qualquer projecto aqui demora dois anos a concretizar-se, mesmo que a ideia seja brilhante e simples.
É uma regra.
Os processos globalizados causam-nos a nós (portugueses, brasileiros, venezuelanos, mexicanos, australianos, asiáticos, etc.) uma ansiedade generalizada na busca de resultados imediatos. Consequentemente, o nosso sentido de urgência não surte efeito dentro dos prazos lentos dos suecos.
Os suecos debatem, debatem, realizam “n” reuniões, ponderações, etc.. Trabalham com um esquema bem mais Slowdown.
O melhor é constatar que, no fim, acaba por dar sempre resultados no tempo deles (suecos) já que conjugando a necessidade amadurecida com a tecnologia apropriada, é muito pouco o que se perde na Suécia.
Resumindo:
1)- A Suécia é do tamanho do Estado de São Paulo (Brasil).
2)- A Suécia tem apenas dois milhões de habitantes.
3)- A sua maior cidade, Estocolmo, tem apenas 500.000 habitantes (compare-se com Paris, Londres, Berlin, Madrid, mesmo Lisboa… ou cidades balneares como Mar del Plata, na Argentina, onde vivem permanentemente 1 milhão de pessoas, ou ainda Rosário com 3 milhões).
4)- Empresas de capital sueco: Volvo, Skandia , Ericsson, Electrolux, ABB, Nokia, Nobel Biocare, Etc, nada mal. Para se ter uma ideia da sua importância basta mencionar que a Volvo fabrica os motores de propulsão para os foguetes da NASA.
Os suecos podem estar enganados, mas são eles que me pagam o salário e devo referir que não conheço nenhum outro povo com uma cultura colectiva igual à deles. Vou contar-vos uma pequena história, para ficarem com uma ideia:
A primeira vez que fui para a Suécia, em 1990, um dos meus colegas suecos ia todas as manhãs buscar-me ao hotel. Estávamos em Setembro já com algum frio e neve.
Chegava-mos cedo à empresa e ele estacionava o carro longe da porta de entrada (são 2000 empregados que vão de carro para a empresa). No primeiro dia não fiz qualquer comentário, nem no segundo, nem no terceiro. Num dos dias seguintes, já com um pouco mais de confiança, uma manhã, perguntei-lhe:
- Você tem aqui lugar fixo para estacionar? Chegamos sempre cedo e com o parque vazio, estacionas sempre longe da porta, num extremo do parque!...
Ele responde-me com simplicidade:
- É que como chegamos cedo temos tempo para andar e quem chega mais tarde se não estiver lugar disponível mais perto já vai entrar atrasado, por isso é melhor para ele encontrar um lugar mais perto da porta!... Não te parece?
Imaginem a minha cara! Esta atitude foi o bastante para que eu revisse todos os meu conceitos anteriores.
Actualmente há um grande movimento na Europa chamado “slow Food”. A “slow Food International Association” cujo símbolo é um caracol, tem a sua sede em Itália ( site na internet é muito interessante). www.slowfood.com
O que o movimento preconiza é que se deve comer e beber com calma, dar tempo para se saborear os alimentos, desfrutar a sua preparação, em família, com amigos, sem pressa e com qualidade.
A ideia é a contraposição ao espírito do Fast Food e o que ele representa como estilo de vida.
Verdadeiramente surpreendente é que este movimento está a servir de base para um outro mais amplo denominado “Slow Europe” como referiu a revista Business Week, numa das suas últimas edições europeias.
Na base de tudo isto está o questionamento da “pressa” e da “loucura” geradas pela globalização, pelo desejo de “ter em quantidade” (nível de vida) em contraponto ao “ter em qualidade”, ( “qualidade de vida” ou “qualidade de ser”).
Segundo a Business Week, os trabalhadores franceses, ainda que trabalhem menos horas (35 por semana) são mais produtivos do que os seus colegas americanos e ingleses. E os alemães que em muitas empresas já implantaram as 28,8 horas semanais, viram a produtividade aumentar uns apreciáveis 20% .
A denominada “slow attitude” está a chamar a atenção dos próprios americanos, escravos do “fast” (rápido) e do “do it now” (faça já). Portanto esta “atitude sem pressa” não significa fazer menos nem ter menor produtividade. Significa sim, trabalhar e fazer as coisas com “mais qualidade” e “mais produtividade”, com perfeição, com atenção aos detalhes e com menos stress.
Significa retornar aos valores da família, dos amigos, do tempo livre, do prazer do belo e da vida em pequenas comunidades.
Do “aqui” presente e concreto, em contraposição ao “mundial” indefinido, anónimo.
Significa retomar os valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do quotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé.
Significa um ambiente de trabalho menos coercivo, mais alegre, mais leve e como tal mais produtivo, onde os seres humanos realizam com prazer o que melhor sabem fazer.
É saudável reflectir sobre tudo isto. Será que os antigos provérbios: “devagar se vai ao longe” e “a pressa é inimiga da perfeição” merecem novamente a nossa atenção, nestes tempo de loucura desenfreada?
Não seria útil e desejável que as empresas da nossa comunidade, cidade, estado ou país, começassem já a desenvolver programas sérios de qualidade sem pressa, para aumentarem a produtividade e a qualidade dos produtos e serviços sem necessariamente se perder a “qualidade dos ser” ?
No filme “Perfume de mulher” há uma cena inesquecível na qual o cego (interpretado por Al Pacino) convida uma jovem para dançar e ela responde: “não posso, o meu noivo deve estar a chegar” diz-lhe então cego: “ num momento vive-se uma vida” e leva-a a dançar um tango. É o melhor momento do filme, esta cena que demora apenas, dois ou três minutos.
Muitos vivem a correr atrás do tempo, mas só o alcançam quando morrem, quer seja de enfarte ou num acidente na auto estrada por correrem para chegar a tempo.
Ou outros que, tão ansiosos para viverem o futuro, esquecem-se de viver o presente, que é o único tempo que realmente existe.
O tempo é o mesmo para todos, ninguém tem nem mais nem menos do que 24 horas por dia. A diferença está no que cada um faz do seu tempo, temos que saber aproveitar cada momento, porque segundo disse John Lennon, a vida é aquilo que acontece enquanto planeamos o futuro.

Enviado por: António Palmeiro

O presente texto é uma descrição feita por um português a trabalhar na Suécia e cujo nome desconheço. Recebi através de amigos que também desconhecem o nome do autor.
Quero no entanto referir que, numa opinião muito pessoal, acho que o nosso patrício vive noutro mundo, felizmente para ele, por aqui, no tal cantinho, precisamos de 100 anos, para chegar lá.
António Viegas Palmeiro

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