quinta-feira, 9 de julho de 2015
RECORDANDO ANOS 50
Publicada por
Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira
em 10:35 AM
7/09/2015 12:03:00 da tarde
Sem comentários:
DEIXA QUE ESSA EU CONTO
Um dia, destes encontrava-me
meio enfadado na frente do computador.
A tela em branco e um branco
na mente.
Não me vinha uma ideiazinha
sequer para começar uma nova crónica, mesmo daquelas sem pés nem cabeça. Por
mais que me esforçasse, acabava achando que não iria conseguir escrever nada. Achei
que fosse porque vivia estes últimos tempos escrevendo crónicas sem ninguém
para compartilhá-las ou comentá-las por me ter afastado do blog, era,
realmente, uma coisa um pouco triste para compartilhar uma ideia, por mais
maluca que fosse.
“Afinal, existem tantas crónicas pelo avesso sendo publicadas
hoje em dia em que, uma a mais, ou a menos, não faria diferença!”. Pensei nada
escrever porque não estava nem um pouco inspirado. Se não estava inspirado, não
tinha nada para escrever; se começasse a escrever sem inspiração, algumas
linhas após o início, já não teria mais nada para contar, ou então, ficaria
maçante e chato, sem pés nem cabeça, meio pelo avesso.
Mas não era dessa forma que
eu costumava escrever. Meio pelo avesso e sem pés nem cabeça?. deixa prá lá!.
Vá lá entender esses escritores malucos!
Pensei em todas essas
possibilidades. Não é fácil escrever quando a gente não está inspirado, “principalmente
histórias atrapalhadas para confundir o leitor”. E que até alguns gostam, mas
não comentam.
Quem inventa regras é
inventor e não escritor. Como é que um crítico pode achar-se o tal com suas
opiniões se, não foi ele quem sentiu a história quando ela estava sendo concebida?
Aí é que está a discrepância toda! O crítico da história é o próprio escritor. Além
da história, é claro. Mesmo porque, o escritor vive discutindo com sua própria
história. e a história discutindo com o escritor. Isto não quer dizer que todos
sejam da mesma opinião. E aqui abro um parêntesis para afirmar que gosto de ler
os comentários que me fazem.
“A liberdade de expressão
existe para que cada um possa expor seu ponto de vista”.
Dentro do meu subconsciente
ouvi uma voz a interpelar-me:
“Deixa que essa eu conto, eu
sou a história”.
Achei que a voz estava
tomando o meu lugar e impondo.
Como me encontrava sem
inspiração deixei que a “história” contasse a sua própria história, afinal ela
tinha seus direitos
E a “história” começou com o
seu “blá-blá-blá” e coisa e tal, toda atrapalhada e perdida; começou enrolando;
foi chegando na metade ainda mais enrolada. Fiquei desconfiado que a “história”
não sabia o que fazer, e o que contar, ia chegar ao final daquele jeito, contando
sem contar coisa alguma, mais enrolada que novelo de lã.
Então disse-lhe: “tás querendo me enganar?!”.
E a “história” nem se calou,
continuou no seu “blablablá” que parecia não ter fim, enquanto eu começava a
perder a paciência com tanta lengalenga.
Então, além de enfadado, passei a ficar impaciente
com aquela história mais estranha do que as que costumo escrever. “Para contar
uma coisa dessas, mesmo sem inspiração, muita gente conta”. Pensei e disse, cortando
o blá-blá-blá da “história”.
“Basta!”! Ordenei
peremptório.
A “história” deu um sorriso
amarelo, sem graça e foi saindo de mansinho, sem pedir licença, da mesma forma
que chegara, desapareceu.
“Mas que droga! Nem uma
ideia maluca me ocorre neste momento”.
Foi por isso que, naquele dia,
nada escrevi. Estava cansado de histórias malucas que, na falta de inspiração,
apareciam-me sem pés nem cabeça.
“Histórias sem pés nem cabeça, bolas!”, disse
desligando o computador, guardando papel e caneta e desistindo das histórias. Achara
por bem não insistir, já que, não tinha a mínima ideia do que poderia ocorrer
depois de ouvir novamente aquela voz insistindo:
“Deixa que essa eu conto!”.
d
Publicada por
Associação Antigos Alunos Escola Tomás Cabreira
em 10:35 AM
7/09/2015 11:07:00 da manhã
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