quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016


LOGRO OU INCOMPETÊNCIA


A minha ligação ao Banco Espírito Santo, dura há mais de cinco décadas.
Como depositante, porque foi nele que fiz o meu primeiro depósito, como grande amigo de colaboradores, ex-colegas dos bancos de escola, bastantes outros amigos e conhecidos, na enorme plêiade de excelentes funcionários que sempre constituíram os quadros de pessoal dessa instituição.
Construí por isso, uma ligação afectiva com o BES. 
Fiquei atónito, magoado e duvidoso do descalabro que aconteceu a uma instituição secular.
A sigla BES, muito mais valiosa do que os seus administradores, era algo que merecia o respeito de todas as instituições financeiras a nível mundial.
Quem convive diariamente com estas questões, sabe que edificar, consolidar e projectar  uma empresa, para uma vida longa – como foi o BES – carece de muito trabalho, dedicação e confiança.
O BES tinha todos estes predicados, porque os merecia.
De repente adoeceu. E com um diagnóstico que lhe recomendava uma espécie de eutanásia, agravada por ser contagiosa.
Os decisores resolverem dividi-lo em duas partes: O BES propriamente dito, a que chamaram “Banco Mau”, porque segundo o seu saber, era necessário manter a confiança e criar uma outra instituição em sua substituição, denominando-a  de “Banco Bom” ou Novo Banco, como veio a ficar.
No BEs (Banco Mau) ficou – supostamente – todo o “lixo” (que encontraram nos computadores, dentro das gavetas, debaixo dos tapetes e nas destruidoras de papel). Felizmente, resguardaram os colaboradores. Aliás, não podia ser de outra maneira, porque o “Banco Bom” ou Novo Banco, jamais existiria apenas com a sua denominação. Tratava-se afinal de fazer jus à moderna máxima que  reza: Quem faz as instituições são as pessoas!
De harmonia com as informações dos “sábios”, o “Banco Bom” ou Novo Banco iniciaria do 0, isto é, só com o dinheiro que todos nós colocámos à sua disposição, via orçamento do Estado 3.900.000.000.00€ ( três mil e novecentos milhões de euros), acrescidos de mais 400.000.000.00€  ( quatrocentos milhões de euros ) do fundo de coesão bancário.
Excelentes “sábios”! Pessoas de muito saber, que nos orgulham como portugueses, em que podíamos confiar para grandes decisões.
Finalmente, temos  tranquilidade no sistema bancário português, porque os “sábios” que têm obrigação de zelar, com as suas superiores decisões , dão a garantia do retorno dos valores que os portugueses emprestaram,  via orçamento do Estado.
O BES agora “Banco Mau”, mantém-se com “ventilação assistida”,  para que se possa vender ao desbarato, o seu património.
O “Banco Bom” ou Novo Banco, presenteia-nos agora com uma inusitada surpresa:
A ser gerido por um administrador proveniente do sistema bancário  inglês e com credenciais dignas de respeito, apresentou em 31.12.2015 um prejuízo de 988.000.000.00 € (Novecentos e oitenta e oito milhões de euros)!!! Não duvide porque não há engano! Quando acabar de ler este número, fique ciente que se trata efetivamente de novecentos e oitenta e oito milhões de euros de prejuízo e não lucro, como seria de esperar!
Conhecedor desta realidade, não posso deixar de pensar: Como é possível??
Numa conferência de imprensa, o já referido administrador,  excelente técnico da ciência bancária inglesa, argumentou:
- “Cerca de 50%  (cinquenta por cento) deste prejuízo é devido a créditos não liquidados, provenientes do ex-BES,  agora “Banco Mau”...
A minha surpresa  aumentou. Como é possível apresentar esta justificação?!?!
De duas, uma hipótese é verdadeira: Ou o senhor administrador não está a dizer a verdade ou a ideia que nos venderam de ter estudado, planificado e executado a separação do Mau e do Bom, do ex-BES, mais não foi do que, areia para os nossos olhos...
E agora? Quem paga esta  irresponsabilidade, que na realidade mais se assemelha a uma enorme incompetência?!
Os portugueses, mais uma vez serão chamados a dar o seu contributo financeiro.
As contas são fáceis:
- Se o “Banco Bom”ou Novo Banco, abriu as suas portas apenas com o “filet mignon” e incrementado de 4.300.000.000.00€ (quatro mil e trezentos milhões de euros) e vê agora a sua situação líquida diminuída em cerca de 1.000.000.000.00€  (mil milhões de euros), deverá repor esse valor para voltar a ter uma “boa saúde“ financeira.
- Quem deve pagar os prejuízos? Evidentemente que os  accionistas!
- Quem são os accionistas? Evidentemente que todos os portugueses, isto é, todos nós!!!


Valham-me os 3 F’s: Fado, Futebol e (Nossa Senhora de) Fátima, porque com estes “sábios” venha o diabo e escolha!

Jorge Tavares

"BADALAR CRONICANDO"

Da "Maria Costeleta" recebemos, via nail, a crónica que agradecemos e publicamos:

SERÁ POSSÍVEL?

Será possível falar do impossível? 
É um desafio para qualquer um que ouse tentar. E vejam como nos surpreende a cada momento que acontece! Porém se acontece, nem é tão impossível assim, não é? 
Um filósofo já disse que nossos sonhos devem ser irreais, pois à medida que os conquistamos, os deixamos de lado e partimos para outro. É verdade. Mas o bom é quando ele acontece quando menos se espera. O nosso querer deveria estar contido no subconsciente, pois tudo que é bom deveria ser exposto na nossa singela surpresa. Procurar algo é muito bom, conquistá-lo, melhor ainda; caso isso aconteça quando menos se espera e ainda de forma mais prazerosa… perfeito! Deixo o prazer da busca somente para os filósofos. Quero atingir cada sonho. Uma vida sem meta é uma vida sem propósito. Por mais imprevisível que um indivíduo possa ser, nada mais importante no viver do que colocar sentido à vida. Mas não me deixem ser uma mulher de um prazer só. Meu prazer é ter prazer de todos prazeres da vida. E “badalar” cronicando aqui no Blogue é um deles. 
E não existe o impossível. Não, pelo menos sonhos. Se hoje é impossível para outros Costeletas , é porque vocês ainda não sonharam com a sua realização. 
Fiquem e pensem!

Maria Costeleta