sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

CRÓNICA DE FAMÍLIA


PEDAÇOS DE VIDA I

     Esta tarde, apetece-me dizer algo sobre mim mesmo.
Ao pensar em mim e na Família que tenho, penso ao mesmo tempo nos outros. Como católico assumido, sou a dizer-vos, que a minha maior riqueza é a Família. Como Família, já perdi entre outros, os meus Pais e os meus Sogros, para além do meu Cunhado.
   Tenho na Família, três pessoas maravilhosas para além de um Irmão que vive há longos anos nos EUA e que mantemos um contacto regular através do telefone ou por e-mail.
   Neste momento, faz na próxima segunda feira três semanas, que minha mulher fez uma fratura no ombro esquerdo mas, Graças a Deus, a situação vai melhorando. O serviço, tem sido repartido entre todos da casa e, assim se vai resolvendo os problemas dos banhos, da alimentação e arrumos de casa.
   Para facilitar na confeção das comidas e outros, tenho a ajuda da minha amiga bimby que me vai proporcionando refeições agradáveis e, do agrado da Família.
   Temos ou, tenho que dar Graças a Deus, por ter tido uns Pais que me deram educação e alguma instrução. O resto, aprendi​ no serviço militar, no CISMI em África "Moçambique - Tete e na Beira", e nos locais de trabalho por onde passei. Mas, foi gratificante todo o trabalho que tive na Câmara Municipal de Faro desde 1991a 2014. Durante estes anos, lidei com alguns executivos da Autarquia de Faro que me marcaram mais pela positiva do que pela negativa, assim, como alguns assessores entre eles, um por quem tenho muita consideração, de seu nome António Fernandes. Enquanto funcionário da Câmara Municipal de Faro, desempenhei o cargo de Encarregado do Parque de Campismo e, em 1997 fui colocado como Encarregado dos Cemitérios.
  Em relação a este último cargo, para o qual não tinha qualquer formação profissional nem conhecimentos, foi aquele que mais me enriqueceu em todos os sentidos. Desde o lidar com subordinados com alguns vícios, os quais, ao encontrá-los na rua me agradecem o bem que lhe fiz, e, lidar com a dor dos munícipes na perda de um Familiar, dando sempre uma palavra de consolo e, acompanhando o seu cortejo fúnebre da entrada do Cemitério até à última morada. Para além deste gesto, marquei sempre presença na exumação dos corpos e, sendo curioso neste sector, ainda assisti a algumas autópsias.
   Digo-vos que foi uma experiência com algumas coisas positivas e, outras menos positivas. Mas, as amizades adquiridas ficaram registadas, sendo um enorme prazer da minha parte encontrar alguém na rua questionando-me, isto é, fazerem-me .críticas sobre o estado em que se encontra o Cemitério ou outro assunto de outra natureza.
Peço desculpa por vos ter roubado o vosso preciso tempo, mas senti necessidade deste desabafo depois de ter feito uma visita aos meus Pais.
   Termino, desejando umas boas saídas e umas melhores entradas em 2017

Dezembro de 2016 

Florêncio Vargues