Do Costeleta António Viegas Palmeiro
recebemos o poema que transcrevemos:
Matemático
Um Quociente
apaixonou-se
Um dia
Doidamente
Por uma incógnita.
Olhou-a com o seu
olhar inumerável
E viu-a do Ápice à
Base…
Uma Figura Impar;
Olhos rombóides, boca
trapezóide,
Corpo ortogonal,
seios esferóides.
Fez da sua
Uma vida
Paralela à dela
Até que se
encontraram
No Infinito.
“Quem és tu?” indagou
ele
Com ânsia radical.
“Sou a soma do
quadrado dos catetos,
mas podes chamar-me
Hipotenusa”
E depois de falarem
descobriram que eram
O que, em aritmética,
corresponde
A almas irmãs
Primos entre si
E assim se amaram
Ao quadrado da
velocidade da luz.
Numa sexta
potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas,
círculos e linhas sinusoidais.
Escandalizaram os
ortodoxos
Das fórmulas euclidianas
E os exegetas do
Universo Finito.
Romperam convenções
newtonianas
E pitagóricas
E, enfim, resolveram
casar-se.
Constituir um lar.
Mais que um lar.
Uma Perpendicular.
Convidaram para
padrinhos
O Poliedro e a
Bissectriz.
E fizeram planos,
equações e
diagramas para o
futuro
Sonhando com uma
felicidade
Integral
E diferencial.
Casaram-se e tiveram
Uma secante e três
cones
Muito engraçadinhos.
E foram felizes
Até aquele dia
Em que tudo afinal
se torna monotonia
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor
Comum
Frequentador de
Círculos Concêntricos.
Viciosos.
Ofereceu-lhe a ela,
Uma Grandeza Absoluta
E reduziu-a a um
Denominador Comum.
Ele, Quociente,
percebeu
Que com ela não
formava mais um Todo
Uma Unidade
Era o Triângulo
Chamado amoroso
E desse problema ela
era a fracção
Mais ordinária
Mas foi então que
Einstein descobriu a Relatividade,
E tudo o que era
espúrio passou a ser
Moralidade
Como aliás, em
qualquer
Sociedade
Autor desconhecido
(Sem aplicação do
novo acordo ortográfico)
Colocado por
Rogério Coelho
ResponderEliminarMeu caro PALMEIRO
Recebi e coloquei no CANTINHO o seu poema.
Encontrei e coloquei a sua foto na galeria dos colaboradores.
Obrigado por autorizar.
Já não precisa de enviar foto.
Um abraço Costeleta
Rogério