NANDO, O
CHARMOSO
Quando nos conhecemos, parecia que seria um
mundo de descobertas e felicidades. Durante uma certa época, realmente foi, mas
depois, tudo foi ficando estranho. Com o passar do tempo, fui descobrindo que
aquela pessoa maravilhosa que eu havia conhecido, não era quase nada do que eu
pensava. Será que fantasiei demais, eu costumava pensar. Eu queria acreditar
que havia encontrado alguém com bons sentimentos e que realmente gostava de
mim. O tempo revelou que eu havia encontrado uma pessoa cruel. Era uma pessoa
que costumava enganar os outros para poder obter lucros e vantagens. Aquela
pessoa usava os outros, e quando não queria mais, simplesmente descartava,
virava as costas e sumia.
Certo dia, eu estava em um almoço de
confraternização quando conheci o Nando. Ele era uma pessoa alegre e simpática.
Era um tipo que se comunicava muito bem, atencioso, charmoso e muito empenhado
em agradar a todos. Como era gentil! Eu deveria ter ligado o “desconfiômetro”,
mas fiquei ali, numa boa, assim como todo mundo
Ele deve ter percebido algo em mim, porque
colou em mim feito um carrapato. Claro, quem era eu! Eu era uma pessoa com a
qual ele poderia se relacionar para obter certas vantagens.
Fizemos amizade, ficamos muito unidos, eu
contava tudo pra ele, mas ele me contava algumas coisas, eu sentia que ele era
resistente em certos assuntos. – Família, ele nunca falava na família, quando
eu perguntava, ele dizia que seus pais moravam em outro estado e que raramente
os via. Irmãos, ele dizia que só tinha uma irmã, mas que não se dava bem com
ela.
Eu possuía uma boa condição financeira, ele
vivia me pedindo dinheiro emprestado e nunca devolvia. Ele quase não parava no
emprego, mas dizia que era formado em arquitetura. Jamais me levava na casa
dele. Dizia que era muito longe, enfim, me envolvi com um cara estranho, mas
gostava da companhia dele. Sentia-me bem, quando estava com ele. Mas quando ele
sumia, sim, ele sumia, ficava meses sem se comunicar comigo…
Ele gostava de me chamar pelo
meu nome, ele dizia: Estela meu bem! Bastava para eu me derreter e esquecer os
vacilos dele. Acho que ele sabia me prender.
Um dia, recebi um telefonema
estranho, era um policial, ele falou meu nome e perguntou se eu conhecia o
Fernando (Nando), eu disse que sim, então ele disse: Fica calma, o Fernando foi
preso, ele está sendo acusado de ter cometido um crime. Ele matou os próprios
pais. – Ao ouvir aquela notícia, entrei em choque.
Dias depois, fui descobrindo
através dos noticiários da TV, que aquela pessoa com a qual eu me relacionava,
era um sociopata. Ele tinha uma vida toda bagunçada e já havia enganado muitas
pessoas com seu charme irresistível.
IN Lita
Duarte
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