VERÃO E OUTONO
DE 2017
INCÊNDIOS
Anos e anos as cigarras
cantaram,
cantaram, nada mesmo
acautelando.
E a pólvora, foi-se
acumulando.
Mas eles não a viam e
bailavam,
E, falavam das florestas
que cantavam!
A pólvora, a seca, ia
atingindo regiões;
Os instalados não a viam e
folgavam.
Gente avisada a tempestade pressentiria.
Gente prudente a tempo
preparar-se-ia.
mas eles, as cigarras,
cantavam,
O perigo, esse, nunca surgiria!
mas o perigo, enraivecido,
um dia chegou;
E durante meses, destruiu,
queimou;
Parecia doido, e só tarde
parou.
Quando cansado transformara
um jardim,
Num deserto negro, negro e
sem fim,
Homens e gado ferindo e
aniquilando
E também casas e empresas
queimando.
A dor e o choro atingiram multidões;
Aí, soou um choro
lancinante,
Oue o vento empurrou para
Sul e para Norte,
Côro horrível medonho,
angustiante
O choro da destruição e da
morte!
Te,lo,ão houvido cigarras
tais?
Serão punidas as
responsáveis mais?
No futuro deixarão de novo
tudo à sorte?
Manuel Inocèncio
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