A Casimiro de Brito (Casimiro Cavaco Correia de Brito), um assumido
«costeleta», um dos maiores poetas europeus vivos, aluno do ano inaugural da
Escola Técnica Elementar de Serpa Pinto (1947/48), fomos buscar este texto do
livro de sua autoria «Apoteose das pequenas coisas» (Edição de «lua de
marfim» - Maio de 2016 que tanto nos diz:
«Comove-me ver o rosto dos meus amigos em meninos, ambos da minha
idade, quando tínhamos dez ou onze anos. E revejo-me nesses sorrisos olhando
para as minhas próprias fotografias dessa época, meio crédulos, meio
espantados, apesar de escudados - como eu fui - por pais que tiveram que
lutar duramente pela vida. Era esse o tempo do fim da guerra e quantas
guerras civis vivi depois dessa para alcançar um pouco de paz que não há! Nem
tem que haver! Olho-as sentado num quarto de hotel, ao lado de um espelho,
vendo-nos de soslaio duas vezes: o menino e o velho em que me tornei.
Sobrevivo como posso por estes dias - com rosto
dos amigos diante de mim e a sua, parece que perene, alegria e indignação.
Assim me vejo ... ».
João Leal
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