UM PINTOR QUE "PARTIU"
Com a morte do pintor
Fernando da Silva Grade, ocorrida a 8 de Setembro, uma das assinaladas
referências da pintura portuguesa contemporânea, desaparece com todo o profundo
significado e verdadeiro simbolismo que a sua vida representou, um dos valores
maiores da arte nascidos em Faro e um testemunho cívico da mais acendrada
relevância. Alguém que, na sua reconhecida humildade, testemunhava na íntegra
os conceitos maiores que ao Mundo importam e olhava o futuro com a visão
inquietante com que assinalava, sem temor do dedo apontado a denunciar, as
atrocidades urbanísticas e ambientais cometidas na sua e nossa Terra Mãe.
Por isso nos tocou, de
uma forma sensibilizadora e formativa, o comunicado que a Associação
«Almargem», de que Fernando Grade era sócio e colaborador, tornou público, a
propósito do seu desaparecimento, que representa «uma perda irreparável para o
Algarve».
Biólogo, de formação
académica, escritor («O Algarve tal como o destruímos», em 2014), pintor («sua
realização pessoal e profissional»), jornalista, interventor cívico («nas
últimas décadas desenvolveu atividades ligadas à defesa patrimonial, cultural e
ambiental e na promoção da cidadania, criticando desmandos urbanísticos que têm
assolado a Região») e um acérrimo defensor da identidade cultural do Algarve.
Há cerca de um ano (7
de Setembro de 2018), no «Dia da Cidade» o Município concedeu, com plena
justiça, a este seu dileto filho a «Medalha de Mérito – Grau Ouro».
Ao prestarmos o tributo da nossa homenagem a Fernando da Silva Grade reafirmamos a certeza na vivência da frase-chave que era seu ADN – «Por um Algarve mais genuíno».
Ao prestarmos o tributo da nossa homenagem a Fernando da Silva Grade reafirmamos a certeza na vivência da frase-chave que era seu ADN – «Por um Algarve mais genuíno».
João Leal
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