UM JANEIRO «NEGRO»
Valeu a chuva que caiu, não em todo o Algarve, fazendo subir os índices das defraudadas barragens, não em todas, que as do Barlavento gemem à falta de água que reponha os níveis desejados.
Nem sequer as amendoeiras floriram, com a gente desejava e a lenda, pelo menos nos sítios por nós corridos, não se repetiu. Longe vão os tempos em que a «floração das amendoeiras» era um doa grande cartazes turísticos do Algarve. Até a CP, sempre aziaga no que à nossa Região importa, organizava em colaboração com a sempre saudosa Casa do Algarve, um «comboio especial».
Não será a altura de se lançar no Algarve a ideia vinda de Espanha («Los amigos de los olivos») e já em curso no Alentejo e que entre nós seria «Apadrinhe uma amendoeira». Mas este é assunto para uma próxima Crónica de Faro.
Escrevemos e repetimos «Janeiro Negro» face aos 4 mortos por via da violência doméstica. Nenhum ocorreu no Algarve, o que já não acontece, infelizmente em Fevereiro. Mas é a continuidade de uma trágica saga em que o fatídico acontece com as mulheres e, também em menor número, os homens. Todos temos mãe, a minha tal como a minha mulher, infelizmente, já nos deixou, irmãs, filhas, netas...
Este pesadelo não pode continuar. É preciso, é urgentemente preciso, que se ponha o ponto final decisivo nesta tragédia, que não define o nosso bom povo.
Quatro mulheres vítimas da violência doméstica, «Janeiro Negro» e bem terrivelmente negro no que á violência doméstica respeita. Basta! Chega! Não queremos mais «Janeiro Negro"!
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