sexta-feira, 3 de julho de 2009

A PRIMEIRA PÁGINA


(escola do MAGISTÉRIO PRIMÁRIO, em FARO)
DO MEU PRÓXIMO ROMANCE "NÃO ME ACORDES AMANHÃ..."(já na editora para Revisão, a lançar antes do fim do ano, com apresentação do Dr. Varelas Pires e na presença do Filipe Vieira)
I

A tarde estava chuvosa e o dia triste, dia sem esperança, negro como a plumagem duma toutinegra, céu carregado de promessas de chuva e até o Quim Aleixo recolheu o gado mais cedo, porque dizem que as ovelhas se tornam mais endiabradas quando a chuva está para chegar.
- Já vais guardar o gado ó Quim, perguntou-lhe o Zé Costa que tinha acabado de sair de casa e o encontrou na estrada.
- Sim, vou, o gado quando adivinha chuva, torna-se bravio, disse o Quim. Além disso, há pouco pasto prós animais, sabes, por isso vou recolher e estender por aí um pouco de fenos e palha e está o assunto arrumado. Onde vais?
- Vou até ao Largo a ver se o pessoal está por lá, disse o Costa.
- Então vai que eu já lá apareço....
Quando o Zé Costa chegou ao Largo, verificou que o ambiente não era como noutros tempos, alguma coisa se passava e notava-se isso plenamente nos semblantes de cada um dos presentes. E perguntou ao Joaquim Amaro o que é que se estava a passar.
- O que é que há ó Joaquim? A malta está em baixo, que raio é isto, indagou o Costa.
- Morreu o Cheta e o funeral é hoje, disse o Joaquim Amaro.
- Quem é que morreu, Quim? voltou a perguntar o Costa.
- Foi o Lázaro, o maltez das herdades, repetiu o Amaro.
- Mas então o que é que aconteceu, perguntou ainda o Costa.
- Não sei, parece que se matou ...disse o Joaquim.
- Não o conheci bem, referiu o Costa. Ó professor, o senhor conheceu bem o maltez?
- Conheci mais ou menos, conversamos um pouco todas as manhãs na venda do Zé Gordo. Era um homem de valor.. de muito valor.
E foi o velho professor, homem da terra e estudioso dos usos e costumes locais e, acima de tudo, um homem muito interessado no estudo da História de Portugal, que lia o jornal diariamente pelas manhãs no Gordo e estava a par das questões sociais e políticas do País, que me contou a história do Zé Lázaro.José Lázaro da Conceição, foi um homem que veio do nada disse-me o professor. Fez tudo na vida, tendo com ela uma grande relação de amor, amou-a sempre, fosse em que circunstâncias fossem, dormiu com mulheres da alta e do espectáculo, sempre igual a si próprio, com dinheiro ou sem dinheiro, ter ou não ter era quase a ...

texto de
JBS

PARA O MAURÍCIO SEVERO


NA TUA CASA

Talvez que só tu me fisesses
desviar de rumo
quando me disseste vem
almoçar comigo

Valeu a pena ter ido a esse primeiro andar
de cultura e bem estar
e, percebi depois, de bem querer, vê tu bem
como eu percebi tudo isso

Eu que a maior parte das vezes
não percebo nada disso

nada de nada

E nessa almoçarada
Tiraste fotografias e mais fotografias
e falámos do Rogério
mas o que eu quero dizer não é nada disto

é um mistério

Que tu não entendes
O Di sim
Esse comanheiro vertical e homem sem igual
Mas ...

Voltemos `a tua quinta
e aos costeletas
quer a gente queira ou não
cada um deles é nosso
irmão.

Como tu entendes isso ó Maurício ...

O primeiro é o Ali Bá Bá
e depois o Almeida Lima
e o Paulo Emílio

Já lhes falaste da pera rocha?

Já sabes Mauricio
Eu é que vou colocar a pancarta
Apanhem, pagem e vão-se embora

Velho amigo
estejas onde estiveres
vou estar contigo

para me dares um conselho
não sei o que hei-de fazer meu velho

O Di, sim, esse, dizia logo

Não sabes então qual é o teu destino
Ó meu grande sacana ....

Chegarei a Washington no dia 4.


Texto de
JBS

AS PALAVRAS DO MEU DELEGADO ESCOLAR


SEM VAIDADE

Foi com surpresa que aceitei o encargo desta apresentação, o que não obsta que teça com muito agrado, algumas considerações sobre o Dr. Brito Sousa, tanto em relação à sua personalidade, como ao seu “curriculum”, no lançamento do livro da sua autoria “Lucidez de Pensamento”.
O nosso relacionamento vem de longe e devo dizer que sempre o entendi como fiel representante das suas raízes algarvias, cuja vivacidade e agitação facilmente o denunciavam. Vivia repartido por dois amores – o Mar e a Terra. O chamamento da pequena cabotagem e a sua ligação à gleba, eram as forças antagónicas com as quais intimamente se debatia e que facilmente indiciavam a sua insatisfação.
O convite para o apresentar transportou-me à década de sessenta do século passado e explicito porquê.
A escola Conde de Ferreira – a “Escola dos Rapazes”, (era este o seu nome de guerra) recebeu uma “lufada de ar fresco” com a vinda de um número considerável de novos professores no início de funções.
Este grupo de jovens, consubstanciado pela diversidade de culturas e origens, cuja abrangência ia das Beiras no interior, ao Alentejo e Algarve, (meio país, vejam só), não passou despercebida à margem da minha observação. Com todos, muito aprendi e eles sabem bem disso porque eu nunca oculto a origem das fontes.
Este breve comentário centra-se apenas no grupo dos solteiros, porque outros colegas, igualmente dignos da minha atenção, tinham já arrumado a «vidinha» através do casamento. Este aumento inusitado do quadro docente resultou da explosão demográfica do concelho de Almada, a partir do início dos anos cinquenta.
Alguns vieram para ficar e afirmaram-se como bons docentes. Falo com conhecimento de causa pela boca dos seus ex-alunos, o que me leva a concluir que trataram bem as «Encomendinhas» que lhes foram confiadas, parafraseando Trindade Coelho.
Outros rumaram nos mais diversos sentidos, para outras metas, ao encontro dos seus sonhos e há quem tenha aparecido com obra feita.
Eu, na postura de director de escola e cumulativamente Delegado Escolar, encantava-me naquele universo de irrequietude própria da idade.
Alguns iniciaram funções anteriormente ao cumprimento do serviço militar.
Com a finalidade de quebrar este isolamento e também para melhor nos conhecermos, reuníamo-nos por vezes, em jantares - convívio em minha casa, o que para além da saudável confraternização, contribuíam para cimentar amizades que ainda hoje perduram.
Confesso que vi partir alguns com pena… pelo facto de verificar a sua «queda» para o ensino. Nestes casos, eu sempre vaticinava: «Lá se perde um bom professor». Ora, o meu, o nosso amigo Brito de Sousa, pertence ao número daqueles jovens que não se quedaram por Almada. Calcorreou mundo e, se não foram as «sete partidas», andou por perto. Hoje temo-lo entre nós a completar a trilogia a que o homem, como ser pensante, deve estar abrigado.
Vejamos o seu curriculum:
- Em Faro, sua terra natal completou o Curso Geral do Comércio e seguidamente habilitou-se ao Magistério Primário também na sua cidade.
Iniciou funções docentes em Almada, na Escola Conde de Ferreira, como elemento do grupo de jovens professores atrás mencionado.
Licenciou-se em Lisboa no I.S.C.A.L. em Contabilidade e Administração Fiscal. Frequentou a Universidade da Estremadura em Badajoz, onde tentou o Doutoramento. Do seu curriculum constam ainda contactos no exercício de funções com a T.A.P., Pan American World Airways, Inc e na Companhia de Diamantes de Angola.
Iniciou-se na escrita, na imprensa regional do Sul, nomeadamente em jornais algarvios como: “A Avezinha, O Olhanense, Brisas do Sul, Notícias de S. Brás, Algarve Mais”, entre outros. Hoje traz-nos o seu livro “Lucidez de Pensamento” cuja apresentação cabe ao Dr. Ildo Santos, também ele parte integrante da ala jovem à qual já aludi.
Resta-me felicitar o autor e desejar-lhe que a mensagem intimista contida na obra, atinja aqueles que muitas vezes passam em corrida louca, sem atentarem no mundo dos afectos, onde afinal existe algo de belo que a vida sempre tem para nos dar.

Parabéns Bom e “Velho” Amigo
Texto de Feliciano Oleiro
meu Delegado Escolar em ALMADA 63/ 67

colocação de

JBS

A APRESENTAÇÃO EM ALMADA


PERMITAM-ME QUE FALE DE MIM SEM VAIDADE

A apresentação do meu livro em ALMADA no Fórum Romeu Correia, rodeado de amigos, constituiu uma jornada cultura inesquecível. Não quero falar daobra mas sim do ambiente que me rodeou, como digo nos documentos que apresento a seguir:

CARTA A UM AMIGO

Meu caríssimo Prof. Feliciano Oleiro.

Viva

Dirigir-me por escrito ao Prof. Feliciano Oleiro, ou ao senhor Delegado Escolar, ou ao meu Delegado Escolar, é um trabalho difícil porque exige de mim o meu melhor. Meu caro amigo e colega, vesti o meu melhor fato, coloquei a mais bonita gravata e um bom desodorizante também, e só assim me senti em condições de me sentar à secretária para escrever esta carta.
Meu velho amigo, tenho tido alguns dias de alegria na minha vida, mas o passado dia 30, em que me acompanhaste no lançamento do meu livro, no Fórum Romeu Correia da tua cidade, foi um dos mais importantes e dos que melhor confraternizei, porque senti grande alegria de viver, senti carinho em meu redor, senti o verdadeiro valor da amizade, senti solidariedade e senti honradez e dignidade, em todos os que me acompanharam.

Mas quero abrir uma excepção.

Quero felicitar-te Feliciano Oleiro, pela tua postura de homem culto, acompanhada do teu sorriso e da boa disposição que te acompanharam ao longo da vida, também presentes nesse dia, pelas palavras que proferiste como verdadeiro professor e homem de letras que és e a que sempre estiveste ligado, e, se me permitisses, queria transferir para o teu coração, toda a alegria por mim sentida, porque nesse dia 30, fui eu que senti a grande honra de me sentar ao lado da grande figura de homem que é o Prof. Oleiro.

Mas isto antes de ler as tuas crónicas no jornal da Associação dos Professores. Porque depois de ler aquelas “MEMÓRIAS RÚSTICAS” do lindo poldro baio, o escritor é o Feliciano Oleiro.

Meu velho amigo, face a tudo o que disse, com toda a minha humildade e grande apreço pelas tuas enormes qualidades de homem da literatura, envio-te uma obra minha, a segunda, que já está na editora para revisão, para que me dês uma opinião válida sobre a mesma. É assim entre escritores.

E tem outra coisa, se a obra te agradar, quero que me autorizes a colocar a tua opinião no prefácio.

Sem mais, sou o
João Manuel de Brito de Sousa