quarta-feira, 8 de julho de 2009

CONVERSA COSTELETA




O MEU MANO ROGÉRIO COELHO

Foi ele que começou com este tratamento familiar e eu fui na onda. Um dia escreveu-me neste tom, OHI EIRMÃO... gostei e retribuí-lhe tratando-o por mano. Aceitou e estamos nesta. O ROGÉRIO COELHO para mim é o mano ROGER. Bom homem, matador quanto baste, elegante, galante, tem cenas giras para contar e outras que já contou

Penso que a melhor dele é aquela do pássaro, no Carnaval.

Contactámos com alunos dele e com colegas do mesmo tempo da escola.

UMA ALUNA disse: o Professor Rogério é um homem organizado. Prepara bem as lições, o seu método de ensino estava actualizado, tinha sempre uma piada oportuna, era cumpridor e chegava sempre a horas. Uma vez que a aula não correu bem, fiz-lhe este soneto:

AO MESTRE


O professor Rogério Coelho tem brio
Ensina tão bem como os melhores:
Sabe sempre tudo e ensina horas a fio
E os alunos foram sempre os seus amores

Num dia mau fiz-lhe esta observação
Numa aula já muito perto do Carnaval
Disse-lhe, o Prof. preparou mal a lição
Mas ...atendendo à época não faz mal

E o Prof. Rogério Coelho endireitou-se
E com sentido de humor manifestou-se
E disse: Micas, um prof. mal preparado

Sabe sempre mais que a melhor aluna
O problema não é o saber, é a dor na coluna
Que não deixa explicar melhor estou lixado.

Meu querido PROF, aquela cena da dor na coluna não era tanga!!!..

Do ALMEIDA LIMA, colega e amigo, chegou-nos esta mensagem: -“O ROGÉRIO COELHO foi o amigo das horas boas e das horas amargas. Quando o mar estava encapelado, chegava-se nós e dava-nos uma palmada nas costas, e dava a sua sentença: hoje vamos armar aos pássaros. Somos companheiros do mesmo barco, inseparáveis.

ONDE ELE ESTIVER


O Prof. Rogério Coelho é o meu mano
Fizemos coisas que só nós sabemos
E elas também sabem, não há engano
Só vendo, senão não acreditam que fizemos

Mas se as paredes falassem disso tudo
Muitas coisas elas teriam que contar
Quando tu entraste falador e saíste mudo
Lembras-te e perguntaram-te se sabias amar

O mano Roger embatucou mas ainda sorriu
E pensando que ninguém via ... fugiu
E lá de longe acenou p´ra gente e chamou

Venham dai malta, disse o Rogério Coelho
Pensava que era uma miúda mas era um velho
Que queria brincar comigo mas não brincou.

Não é nada disso que estão a pensar. Afinal nós éramos bons rapazes. Quero deixar para mano Roger o meu forte abraço.


PAULO EMÍLIO, disse:

Tens quase duzentos anos
Mas como eu és um jovem
Recordo-te os anos levianos
Que trazes na memória também

Nos bailes da Sociedade?
A melhor miúda era p´ra ti
São recordações da mocidade
Estas coisas que conto aqui

Lembras-te quando o Tóquim
Começou a correr atrás de ti
Só paraste ao pé da praça

Desculpa lá ó Rogério
Eu desvendar o mistério
Mas pode alguém achar graça.

DO MAURÍCIO SEVERO, recebemos

Somos um país de poetas. Menos eu. Vou falar do ROGÉRIO em prosa. Gosto mais e dá-me mais jeito. Para te dizer meu amigo, que tenho saudade da nossa juventude, das nossas tropelias e fantasias, era tudo bom naquele tempo e como estou longe de ti, sinto a tua ausência como a perda de um irmão, porque calcorreámos juntos a feira de Santa Iria em 23 de Outubro, a feira do Carmo em Junho ao pé da Escola Primária quando chegavam as melancias trazidas pelos montanheiros, fomos com o Almeida Lima e o Paulo Emílio à procissão do senhor Morto na sexta feira santa, fomos todos os da nossa geração, à praia de Faro, recordo os mergulhos na doca ou em S. Francisco, as miúdas no Colégio de S. Pedro, os bailes do campo com o Batão, o filho do padeiro da Senhora da Saúde que tocava acordeon de escala a piano e o Gilberto na bateria, o Inácio Ramos que era sempre o último na Volta a Portugal, o papa sprints do Ildefonso Rodrigues, o Arvela e o João Coelho, taxistas que foram jogadores de futebol do Farense, os engraxadores do Aliança onde o senhor Américo parecia o Presidente da Republica, sempre sisudo, o Pegos a escarrar para o chão, o Seita das fotos à la minute e tanta coisa ... tannta...que presenciámos.
Por agora deixo-te um abração, meu velho e querido amigo.
MAURÍCIO.


Pensei nisto de prestar aqui neste espaço, uma pequena homenagem a um grande homem. Ninguém disse nada disto. As palavras de cada um fui eu que disse por eles. Ao Almeida Lima, ao Paulo Emílio e ao Maurício as minhas desculpas pela ousadia.

E agora eu.

Conheci o Rogério há muito pouco tempo e não me pareceu grande peça. Hoje somos amigos e tem-me dado bons conselhos. À laia de agradecimento pelo que me ensinou e pela honradez que a sua alma contem, aqui vai, para ele

UMA PALAVRA


De amizade, para o colega administrador.
E amigo de fresca data, sim, mas grande
Como não podia deixar de ser, professor
Pessoas que conheço ande por onde ande

Amigo, lembrei-me de ti porque quero
Levantar bem alto o teu nome e pessoa
Porque o teu comportamento é sincero
E estas palavras não as escrevo a toa ..

Não, são palavras sentidas e dedicadas
A um costeleta de honradez já anunciada
E homem justo, que gosta de trabalhar ...

Por isso velho amigo e grande senhor
Se algo estiver errado perdoa por favor
E OBRIGADO é a palavra que quero deixar ..


Texto de JBS