sábado, 11 de julho de 2009

OS COSTELETAS DE CINQUENTA


A JUVENTUDE DOS ANOS CINQUENTA


Os almoços anuais têm esta particularidade: os encontros com a malta dos bons velhos tempos.

Nesta foto podemos recordar aqui o Zé Paixão que foi o meu comandante lá na Mocidade Portuguesa. Bom homem, bom contador de estórias, sempre sorridente e muito bem disposto foi um caso sério com as miúdas. Ainda hoje o Zé tem aquele perfil malandrinho, mas a idade não perdoa. O Zeca Basto mandou-lhe estes versos.

UM DESEJO

Que a vida te sorria e a alma se encha
De alegria de viver e vontade também
E se houver escassez que a arte preencha
Essa lacuna com vontade de viver bem

Amigo, já não somos o que fomos dantes
Somos talvez melhores em tudo, vê lá bem
Recordo aqui contigo as matinés dançantes
Onde tu rodopiavas na sala como ninguém

Rompia a música e tu que querias dançar
Colocavas-te em boa posição de sinalizar
A miúda preferida para dançar aquela moda

Uns dançavam e outros não tinham par
E uma outra música ficavam a esperar
Mas tu meu velho andavas sempre na roda


Do JORGE TAVARES, recebemos estas notas acerca do Basto.

O José Correia Xavier de Basto, também conhecido por Pepe, o génio futebolístico do Belenenses, fez tudo bem feito na vida, ou quase tudo. A sua secretária no BNU esteve sempre um brinco. Impossível andar de sapatos por engraxar Jogou futebol na equipa da Escola a meio campo e no Seixal também (aquele treino à noite Zeca...). Fez a tropa com o Zé Pinto em Tavira, foi colega de turma do Alberto Rocha, do Verdelhão, do Vitélio, do Fernando Cabrita ( Aló Alfandanga) e, entre muitos, do Jorge Tavares, que lhe recorda,

ZECA, E O CASACO ?

O Zé Correia Xavier de Basto tinha
Um casaco bom, de pele de camelo.
E quando o Xavier de Basto vinha
A malta apalpava o casaco e o pelo

Móh.. não me estraguem o casaco, dé
Comprei-o no estrangeiro, em Agadir
Com “a massa” que eu recebi do pré
E qualquer um de vocês pode lá ir.

Em África, eu e o Zé Pinto, a passear
Vimos num mercado grande apregoar
Este belo casaco e perguntei o preço

O africano disse; se é para levar é tanto
Achei bom e barato e perguntei, quanto?
E ele repetiu e o preço é porque mereço.


Do Zé Paixão, recebemos a seguinte nota:

Na foto acima estão quatro costeletas de sucesso. O mais “boneco” de nós todos era, naquele tempo, era o Jorge Tavares, que, diziam elas, tinha o seu charme. Muito bom aluno, conhecido pela malta toda, conta histórias com graça e conhece a cidade como os melhores. Conheceu o marreco engraxador no jardim, Vieguinhas e Pardal, o policia Monteiro, o mais novo do Coronel Sampaio, conviveu de perto com o Casimiro de Brito, o Francisco e o Mário Zambujal, o Zé Palminha de Olhão, a Marta Saias e tantos outros. Uma notícia triste, faleceu há um ano ou dois o Hélio de Loulé, que vinha de motorizada e foi da sua turma e era Revisor Oficial de Contas (ROC) . Morava no Largo de S. Sebastião e jogou à bola no Largo com o Víctor Abrantes, o Teófilo Primitivo e o Ludovico. Dizia bom dia à Marciana. Conheceu, no bairro, o homem que vendia a palma, o ferrador com a bigorna e um avental de coiro. Ia à tasca do polícia e era amigo dos filhos, o Zezinho e o Rui. Fez a milícia no posto da GNR no Largo onde nasceu. Andou na explicação do Jorge Primitivo com o Alberto Rocha e o Zé Vitorino Neves do Arco.
É um homem justo. E um grande amigo.
Deixo-lhe o velho abraço.
José Pudim Paixão

Texto de
João Brito Sousa.