sexta-feira, 9 de outubro de 2009

ISTO É CULTURA

(DCS, o primeiro à direita)


ESTUDO E INVESIGAÇÃO
por Diogo Costa Sousa

Para quem esta profissionalmente ainda activo e gosta de letras, as ferias, mesmo curtas são como um bálsamo, deixam-nos ou concedem-nos o tempo para realizarmos algo que não e' fácil depois de um dia ocupado.
Foi o que me aconteceu,10 diazinhos a' beira mar, acompanhou-me um livro que reli e recomendo para quem goste do tema "A saga do rei menino" de António Cândido Franco.

É uma Época da nossa historia que me da' que pensar, um povo embriagado de esperança, esperando por amanhãs melhores que não vieram, que tardaram ate' hoje....um povo sempre com poetas, embalando a esperanca, cantando a esperança e sempre de braços caídos, raramente sacudindo a ma' sorte.
Nunca a historia deste rei menino foi tão apaixonadamente contada, a lenda e a historia cruzam-se neste romance histórico e biográfico sem igual. Nenhum rei das 4 dinastias foi escrutinado e avaliado como este pobre sonhador, idealista e inocente Sebastião.

O Sebastianismo ainda hoje vive entre nós, ainda esperamos pelos amanhãs que cantam as benesses e os milagres vindos da corte, ainda hoje alimentam a nossa alma, ainda sao o nosso fado.
Sebastião admirou Camões, Camões compensou-o com estrofes inigualáveis das melhores que escreveram ate hoje. O poeta fê-lo sonhar com África, com a Índia. Fê-lo imaginar-se em campanhas contra infiéis...

O outro grande poeta Diogo Bernardes, embora praticamente esquecido a' sombra de Camões, também ajudou a moldar a mente do jovem embevecido com a história de que queria ser ele também um actor de relevo.

Camões foi convidado para acompanhar a armada ao Norte de África, mas o seu estado débil não o permitiu... morreria ele, a Pátria, menos de dois anos depois de Alcácer Kibir.

Diogo Bernardes, fez parte da expedição mas guardou quase silencio absoluto sobre o desastre vivido.

O Rei moço tem sido acusado de tudo um pouco, nem sempre com a justeza devida....diz-se que nada fez para travar a maldita inquisição que tanta dor causou e que era encabeçada pelo seu tio cardeal D.Henrique.

Mas que poderia ele fazer se o poder politico residia na igreja? Sabe-se que assistiu a um "auto de fé em Évora e que repudiou o espectáculo. Sabe-se que utilizou dinheiro de cristãos novos por empréstimo para expedição a Marrocos que tão maus resultados trouxe ao Pais e a ele próprio, que pagou com a vida a incoerência da juventude.

O povo, o bom povo continuou esperando como quem espera o Messias que tarda em chegar...

E, nós hoje continuamos herdeiros dessas mensagens de messianismo, desses mesmos sonhos de grandeza que em realidade não existem.

As ferias foram curtas mas reconfortantes, foram tempo de pausa e de prazer de leitura.
Um abraço.
DCS

PS - O caminho é por aqui..

Texto colocado por
JBS

POESIA DE MARIA ROMANA