sexta-feira, 30 de outubro de 2009

MAIS DO MESMO

VOLTANDO AO BRASIL E AOS BRASILEIROS

Para um batismo considero positiva a minha intervenção e as reações à mesma
Sensibilizou-me a clara concordância do António Encarnação, pelo facto dele conhecer todos os problemas associados ao dia a dia de um país cujo ponto mais ao sul (Chuí - faz fronteira com o Uruguai) dista do ponto mais ao norte (Oiapoque - cidade que faz fronteira com a Guiana francesa) mais de 7 700 Km. Será necessário entrar na Sibéria para se encontrar esta distância na Europa.

Relativamente ao comentário do João Brito Sousa, considero de grande utilidade, pois permite-me esclarecer alguns pontos, que na verdade eram susceptiveis de levantar dúvidas.

Caro João
Da discordância nasce a discussão, da discussão saudável, sairá certamente algo de positivo, quiçá a concordância.
A minha inexperiência nestas andanças, pode não me ter permitido ser clarividente como desejaria, mas o meu pensamento, a minha visão do problema, a minha vivência, está no que escrevi.
Só tenho duas opções, parar ou continuar, mas não sendo teimoso, sou perseverante, assim vou continuar e responder ao teu comentário.
Ponto 1 da tua discordância:
- É rigorosamente verdade o que afirmo.
Penso que levantas a questão porque no ponto 2 eu defendo que não venham para cá mais BANDIDOS, obviamente não incluo as pessoas de bem, todo e qualquer cidadão que venha trabalhar ou fazer turismo, ou simplesmente visitar um parente ou um amigo será sempre bem vindo.
Esta reserva existe essencialmente nas pessoas que viveram ou vivem nas grandes metrópoles como por exemplo, Rio de Janeiro ou São Paulo.
São Paulo e os Municípios limítrofes ( Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema) Uma especie das cidades dormitórios, junto a Lisboa, têm uma população superior a 25 milhões de pessoas.
Estas cidades, hoje, em quase todos os casos fica dificil definir onde acaba São Paulo e onde elas começam.
Fica dificil ter diferentes conceitos (de povo e de povo) quando somos acordados a meio da noite pelo pranto da vizinha do lado, rodeada por 3 crianças pequenas, porque o marido ao regressar do trabalho foi assaltado e assassinado, ou ao chegares a trabalho verificas que te falta um colega, assassinado num semáforo porque o tentaram assaltar exactamente quando ele vinha para o trabalho. Estes dois eram povo, cidadãos honestos, trabalhadores, cumpridores das suas obrigações para com a sociedade. Os que os assassinaram, não eram certamente povo, eram outra coisa qualquer e se alguem os quizer incluir, eu peço a minha demissão.
Em termos sociológicos o bandido será povo? Para mim não é, é só um bandido e deve ser tratado como tal.
Em Portugal, este rouba e mata é relativamente recente, coincide com a entrada em Portugal de muitos destes marginais, citei o Bairro da Bela Vista em Setúbal e a Costa da Caparica, porque nestas localidades a concentração é nitidamente superior. A esmagadora maioria da população brasileira não se revê nestes seus compatriotas .
Este assunto é muito sensivel, muito pouca gente responsável, faz uma abordagem séria ao problema.
Todos temos presentes ainda, pelo menos os mais velhos, o que foi a "descolonização exemplar". O Brasil nessa época foi uma tábua de salvação, para muitos milhares de portugueses, que acabaram por encontrar, mais uma vez "Porto Seguro".
A minha cédula do Consulado de Portugal em São Paulo, tirada há mais de 30 anos, tem o número 975425, juntem os restantes Consulados no Brasil, considerem os descendentes, já registados como cidadãos brasileiros e façam contas. Considerem agora a possibilidade do aparecimento de um novo Jânio Quadros (esta referência é só para quem conheceu) aí, amigo, Portugal afunda, a Espanha vai atrás e a França fica à tona d`agua.
Dizia David Nasser (ilustre jornalista, musico, compositor) em 1980, dias antes de falecer e no seu ultimo artigo de fundo, na extinta revista Manchete "No Brasil todos somos imigrantes, uns chegaram antes, outros chegaram depois"

Caro João, o que não digo está nas entrelinhas.

Um abraço Costeleta
Antonio Palmeiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro António,

Viva.
Bom texto.
Respondi em forma de post. Creio que vai ser colocado.

E deois vês.

Abraço
JBS