segunda-feira, 19 de outubro de 2009

QUANDO ALGUÉM PARTE

Oscar Valentim

Partiu. - no dia 14 deste mês de Outubro.
À viúva e nossa associada,
Maria José Geada Mendonça Piriquito de Almeida Rodrigues,
a toda a família e amigos, apresentamos as nossas condolências

QUE DESCANSE EM PAZ

A Direcção

AGENDA

Efemérides

Outubro - 19 - 2ª Feira

1889 – N. o escritos Guatemalteco Miguel Angel Astúrias, Nobel da Literatura (1967);
1913 – N. em Gávea, Guanabara, o poeta e compositor brasileiro Vinicius de Morais (M. Rio de Janeiro 1980);
1925 – Itália completa a ocupação da Somália;
1935 – Termina a longa marcha de Mão Tsé-Tung, na China;
1986 – O Presidente de Moçambique, Samora Machel, e outros dirigentes do país morrem na sequência da queda do avião em que viajavam;
1994 – Em Portugal. Entra em funcionamento o Registo Nacional de não dadores.

SAUDADES

A ESCOLA (I)

É lá, na briga com os outros, que formamos o nosso carácter. A Escola será sempre para cada um de nós um poço de recordações. Tenho tantas saudades da Escola. Vinha de fora da cidade e tinha de me levantar cedo para estar pronto às 8 e 45, para entrar na sala 18 do primeiro andar. O meu primeiro parceiro de carteira foi o Zé Júlio, ali dos lados de Tavira, que chegou a Presidente da Junta de Freguesia da Culatra. Mas já não é mais nada; faleceu e não sei onde para.
Deixo-lhe no entanto um saludo.
O António Manuel Ramos José, o meu mano Toino, ou o Sabino, o mais novo do jardineiro da Alameda também já foi. E o Manel, irmão do bife Rui Amaro, que foi barbeiro num salão de luxo da cidade, também. Era o nosso Keeper.
Aí vai um abraço.
A Escola, onde permaneci de 53 a 61, é a referência maior da minha juventude. Jogar à bola, aulas, porrada, exames, alegrias e tristezas.
Chumbos e três dias de suspensão. Em casa o padrasto, João, o que é que fizeste?... e mais porrada.
Aos sábados de tarde Mocidade Portuguesa com o Zé Paixão Comandante em Chefe. Formávamos em paralelo, duas filas, baptizadas ali à pressa com um nome reguila. Eu era dos RASGA A MANTA. Lembras-te Zé ? …
Ser Sporting ou Benfica foi ali que tudo começou. O Sporting tinha os violinos, aquela linha avançada temível e o Benfica tinha Rosário, Arsénio, Águas, Rogério e Corona. Deu – me para o lado dos vermelhos, até hoje…
Os jogos de hóquei palmadinha, bola jogada no chão, com as mãos, grandes jogatanas. Conheci aí o sabor da vitória e da derrota. Aquilo era a sério.
O Ladari e o Manel Dias, o Barracosa, o Guerreiro, o Jesuíno, representantes dessa grande Instituição denominada CASA DOS RAPAZES.
Da minha turma o representante era o Zé Mateus Ferrinho Pedro. Alô amigo.
Na literatura portuguesa, penso que quem melhor escreveu sobre aescola, foi o homem de Mogadouro, José Trindade Coelho. Noutra óptica, Daniel Sampaio, também dá uma óptima panorâmica da força e da dinâmica dessa juventude guerreira. Trindade Coelho fala da Escola com amor.
Daniel Sampaio fala dos problemas da juventude que começam precisamente aí. Aquela alcunha colocada ao Dr. Raimundo, o professor de Geografia, é tal e qual como nós fizemos. Nós tínhamos o Sujo, o Pirpiri, o Fonética e por aí fora e eles chamavam Ratimundo ao Raimundo.
As Escolas Industriais e Comerciais, foram estabelecimentos de ensino técnico-profissional, concebidos e apetrechados para a formação de operários especializados e de quadros intermédios da administração.
A Geração de Ouro, que fala o Jorge Tavares.
A nossa Escola, preparou para a vida, ao longo da sua história, muitas centenas de operários especializados e técnicos comerciais e industriais, nas áreas do comércio, serralharia, marcenaria, electricidade e desenho. E também ofereceu cursos de trabalhos femininos, especificament destinados às raparigas.
Um nome inesquecível e grande pedagaogo; Professor Américo. Falarei dele e doutros, com amizade, consideração e respeito. É o lema costeleta.
Deixo um abraço a todos.
João Brito Sousa