terça-feira, 27 de outubro de 2009

AGENDA

Efemérides

Outubro - 27 - Terça Feira

- Dia Mundial dos Jornalistas para a Paz.

- 1782 - N. o violinista e compositor Italiano Nicoló paganini (M. 1840);
- 1807 - França e Espanha assinam o tratado de Fontainebleau, que prepara a primeira invasão francesa a Portugal;
- 1852 - N. em Nova Yorque Theodore Roosevelt (M. ib., 6.1.1919), presidente dos Estados Unidos (1901-1909), Nobel da Paz 1906;
- 1902 - Realiza-se a primeira corrida de automóveis em Portugal. entre a Figueira da Foz e Lisboa;
- 1920 - A Liga das Nações transfere a sua sede londres para G;
enebra;
- 1949 - Prémio Nobel da Medicina atribuido ao investigador português Egas Moniz. (Avanca, Estarreja, 1874-Lisboa, 1955).

A ESCOLA (IV)

OS TRÊS MOSQUETEIROS.

Que eram quatro, J. Xavier Basto (Pepe), Zé Pinto, Hernâni e João Ramos
São quatro elementos que frequentaram a Escola na mesma altura e quefizeram aí uma grande amizade. Conheço-os bem e falei com eles sobre aideia e fomos almoçar todos juntos.
E o resultado da conversa antes do almoço, está nesta peça que aqui vos deixo.
Foi um almoço de amigos e de recordações. Houve emoções que seexpressaram numa lágrima caída. Houve alegria nos rostos de cada um.Era a amizade a falar mais alto. Éramos todos costeletas e tínhamosorgulho em ter pertencido à Escola.
À chegada, abraçamo-nos com amizade. Foram fartos momentos deconversa, sobre isto sobre aquilo. Faro, a nossa cidade esteve emgrande plano. Foi tudo varrido a pente fino. As figuras mascarismáticas da cidade do nosso tempo de alunos foram citadas. Como oDr. Júlio Carrapato, advogado da elite farense, o explicador deInglês senhor Santos, o professor Ferradeira das admissões aoMagistério, o explicador de matemática Gil que chegou a Faro sem chetae depois subiu na vida, o Larguito que jogou na primeira categoria doFarense a central, os cafés Aliança e Brasileira onde paravam osprofessores Daniel Faria, Chico Zambujal e Fortes, o Gaiana e o CaçaBrava, o menino Chico, o escultor Sidónio, o sargento Vitorino e oTorcato, o Vieguinhas e o Pardal dos jornais, o Zé Luís da Luta Livre,o Joãozinho Nobre, o Doutor Juiz Jaime Valente, a linha avançada doLiceu com Tabeta, Aleluia, Monteiro, Adolfo e Balito Uva, ascamionetas do Santos para S.Brás, o Dimas dos óculos, os fotógrafos deFaro, o Arnaldo, o Matos e o Seita do jardim à la minute, os Artistas,o Grémio e o vinte de Janeiro … tanta coisa.
O mesmo com os nossos professores, sem excepção.
O SCFarense, onde jogaram grandes craques que foram alunos da Escola,como nós, também foi ventilado. Os grandes jogadores Campos e Rialito,Vinueza e Queimado, Isaurindo e Rato. E a malta da Escola que jogou noFarense e no Olhanense, como o Jorge Gago, uma elegância na baliza, ZéGonçalves e Manuel Dias no Farense, Manuel Poeira, João Parra, o Nuno,e António Paulo todos no Olhanense, o João Malaia no Olhanense eAlverca, o Ribeirinho no Luso do Barreiro, o Júlio Piloto, no Benfica,Chaves e Vianense e o Arcanjo no Benfica e Setúbal.
E dos juniores do Farense, onde jogaram, os alunos da Escola,Armandinho, Seromenho que chegou a sénior, Fontainhas, Zé Cavaco e omaior de todos Xavier Basto, o Pepe. E o Victor Caronho, o JacintoFerreira, o Agostinho da Fuzeta, que foram júniores do Olhanense notempo do Cava.
E o jogo de juniores com o Lusitano de Évora em Évora, onde jogava omago Quinito e o Farense perdeu e o Zeca Basto fez um grande jogo.
E até os contínuos da Escola vieram à baila. O Armando do bigode queestava colocado na área do Pavilhão de ginástica, o senhor Castro, osenhor Victor, o senhor Viegas e…a menina Libânia e menina Lurdes.
Falou-se de tanta coisa… nos montanheiros também, que vinham àscarradas dos matos, botas cardadas e boina na cabeça. Malta que metiamedo e eram bons para a porrada. Nomes de montanheiros ilustres foramcitados, Aníbal, bom no atletismo e no ping pong, Alfredo Teixeira aotempo Keeper de andebol e mais tarde campeão nacional de atletismo nadistância de 400 metros, o Teófilo Carapeto, assessor do 1º Ministroe, entre muitos outros, o João Cuco de S. João da Venda ou para alidaqueles lados.
Tudo malta que vinha no comboio correio das 5 da manhã e chegava àestação de Faro às sete. Futebol de seguida, com falta às aulas àsvezes.
(continua)
Texto de
João Brito Sousa
OS COSTELETAS E A SUA ESCOLA - II
Dactilografia e caligrafia, sempre andaram de mão dada.
Mestre Carolino e Profª. Mariana, obviamente que não! Só conviviam na sala do corpo docente, como todos os professores, nos intervalos das aulas. Lembram-se, no primeiro andar ao cima das escadas, virávamos à direita e ao meio do corredor lá estavam as entradas para a sala dos nossos professores. Com alguma frequência chegavam dois em simultâneo para entrar na sala, e era uma delícia ouvi-los:
Oh! Dr. se faz favor. Ora essa, primeiro o Dr.. Não senhor, imagine, o Dr. primeiro! Esta troca de delicadezas por vezes prolongava-se por vários segundos e a rapaziada a divertir-se com a cena.
Voltando ao tema do texto: Uma história numa aula de caligrafia, com a Profª. Mariana.
A entrada na sala de aula, cuja turma era mista, era acompanhada com o trautear da canção "Mariana, lá da serra, deixa o marujo ir à vela...", tão em voga na altura.
A minha carteira, tendo como parceiro o José Felix, ficava na fila logo à entrada do lado esquerdo, e era, se a memória não me falha, a quarta. Ocupava o lugar de acesso ao corredor que separava a fila vizinha de carteiras. Na segunda carteira da referida fila, e do mesmo lado do corredor, sentava-se uma colega, que por razões que mais adiante se depreenderá, não vou escrever o seu nome verdadeiro, antes porém tratá-la por Helena.
A referida colega costeleta, era o que na altura se caracterizava, por uma "estampa" de moça. Bonita, elegante, bem falante e que vestia com bastante gosto. Em regra, usava saias plissadas, caracterizadas pelo elevado número de pequenas pregas, que necessitavam muito cuidado para não se amarrotar. A Helena, sempre com a preocupação de se manter impecavelmente vestida, levantava a saia bem alto para se sentar evitando assim que se amarrotasse. Este seu gesto, convidava-me de imediato a não desviar os olhos deste procedimento, e zas! via as cuecas da Helena. Que erotismo! Mas não ficava por este arregalar de olhos. Escrevia um bilhetinho que entregava à Helena, com os seguintes dizeres: Helena, vi-te as cuecas. São brancas (e informava a cor).
Esta cena repetiu-se imensas vezes até que a Helena se saturou desta brincadeira e resolveu agir.
Recebeu o bilhete com os tais dizeres, levantou-se da carteira a mais de 100 km/hora e denunciou-me à Profª. Mariana. O epílogo desta história, foi a suspensão de um dia, comunicada ao meu pai, na qualidade de encarregado de educação, e ainda hoje sinto o " traseiro" doído. Também passou a ser muito complicado nos tempos que se seguiram, olhar para a Helena ou outra Maria qualquer quando, ao sentar-se levantavam a saia por conforto ou prevenir as amarrotadelas.
Jorge Tavares
costeleta 1950/56
FALAR DOS NOSSOS.....
No passado sábado, na revista NS que o Diário de Noticias publica como suplemento, deparei-me com um texto que evocava o costeleta Rafael das Neves Correia. Resolvi transcrevê-lo para o blogue, não só que todos nós gostamos muito dele, como o mesmo representa uma fresta aberta da janela que permite "ver" o que foi a vida profisional do Rafael. Reproduzo o texto, sic:
O ADEUS DE "LUGAR AO SUL
" Durante quasi trinta anos, Rafael Correia gravou os sons em extinção do Portugal profundo. Saído do ar em Agosto passado, ao fim de quase trinta anos, LUGAR AO SUL foi um programa semanal, aos sábados, que tinha um público fiel.
O autor reformou-se e o programa desapareceu. O nome justificava-se por ser emitido de Faro ( RDPSul) e não porque a sua intenção de pesquisa se limitasse ao sul do país.
Foi obra de Rafael Correia, talvez um dos últimos homens "sem rosto" da rádio. O autor correu o país, de norte a sul, com um propósito simples: ouvir gente, gravar os sons dos seus ofícios, as suas lembranças e inquietações num trabalho de recolha que difícilmente se repetirá. Fora isso, era como se o autor não existisse.
Só nos últimos dez anos, porque a energia física já fosse a mesma, limitou as suas incursões ao Alentejo e ao Algarve. Era um programa sem pressas: durava duas horas, as perguntas não se atropelavam e o ritmo de quem falava era respeitado. A constante, hoje, tende a ser o atropelo.
Noel Cardoso, chefe de produção da RDPsul, diz à NS, que o programa foi um marco e que o feed back era alto, o que contrastava com a indisponibilidade de Rafael Correia se dar a conhecer para lá do programa que fazia.
"Era muito metido consigo mesmo, pesquisava sózinho, ia sózinho aos sitios e montava-o sózinho".
E não seria muito amigo de novas tecnologias, preferindo trabalhar com as máquinas que conhecia. Se alguém lhe telefonava ( não obstante o exército de fiéis de um programa tão discreto como as vida que retratava) não atender era a regra. Encontrá-lo foi impossível. Reformou-se e nunca mais ninguém o viu na RDP em Faro, onde o correio se acumula e aonde não voltou a recolher.
Texto
J.A.Souza
Rafael, se e quando quiseres, sabes sempre aonde nos encontrar. Caso te seja inviável, contacta, e nós iremos ter contigo.Um grande e forte abraço da familia costeleta, crente de que esta é a expressão da vontade colectiva.
Jorge Tavares
costeleta 1950/56

DO CORREIO

O Colega António Palmeiro tem muita razão!
O Brasil não pode ser generalizado, mas de facto tenho ultimamente recebido Notícias sobre Brasileiros em Portugal, o que mudou um pouco minha idéia sobre se seria preconceito dos Portugueses sobre emigrantes como o que existiu sobre retornados, Africanos etc.?
No entanto após algumas pesquisas confirmei que não é descriminação!
Há mais de uma dezena de anos quem ganhasse salário no Brasil não tinha hipótese de emigrar para Portugal, já que seria necessário juntar o salário de mais de um ano para pagar a passagem, e nessa forma o fluxo se limitava a pessoas da classe média baixa, ou então a fugitivos da policia que procuravam outras áreas de actuação, extensivo também á prostituição!
Em 1985 perante um advogado brasileiro. alguém que me acompanhava falou sobre Máfia, ao que o mesmo ofendido retrucou “ O Brasil não tem Máfia, tem é Ladrão “ e outras pessoas acrescentaram sobre o facto do Poder do jogo do Bicho que até os ladrões não se intrometiam com os intervenientes! Altura em que até o Banqueiro Ivo Noal emprestava seus Helicópteros á policia para algumas operações .Não é só a Costa da Caparica alvo dos Bandidos Brasileiros , mas quase todo o País, até me afirmaram que o Pior assalto que um cidadão pode ter é o de Brasileiros, já que além de assaltar também matam para não deixar testemunhos!
Aqui sempre que Brasileiros são barrados nos Aeroportos de Lisboa ou Espanha, ficam ofendidos e há cerca de um ano em represália aqui chegaram mesmo a barrar a entrada de Alguns Turistas Espanhóis! É uma realidade que nada tem a ver com as entidades de exportação/emigração, porque mais de metade de brasileiros são emigrantes ilegais.
É lamentável para aqueles emigrantes da mesma Nacionalidade que trabalham honestamente e acabam por ser prejudicados com a fama dos marginais! Sobre o Vídeo da Maite Proença, também ouvi o vídeo das desculpas? me relembraram aqueles entrevistados que ao lhes fazer uma pergunta directa, o entrevistado responde com um tema diferente, que aqui o Brasileiro brinca com tudo até com o Presidente da República não ter cursos superiores etc. é aquela resposta em que gostam de brincar com os outros mas ficam ofendidos quando brincam na mesma forma com eles! Assim que for possível enviarei mais informações sobre este Pais com 27 Estados em que alguns Portugueses conhecem mais do que um percentual superior a 50 % dos Brasileiros.
Saudações Costeletas
António Encarnação

UMA SUGESTÃO

O blogue tem apresentado bons trabalhos, que vão desde poemas, história de Costeletas a relatos sobre a cidade e suas personalidades típicas nos últimos 60 anos, escrito por narradores com memória privilegiada que estão apresentando a História que dificilmente será transmitida num futuro a médio ou longo prazo! Por não se tratar de personagens famosas por qualquer feito extraordinário que tivesse despertado a atenção Nacional como os de Olhão, exemplos do Bugre que há cerca de 200 anos, foi até ao Brasil informar D. João VI da expulsão dos Francesas, e do caso muito comentado já no nosso tempo, ano de 1959 dos Olhanenses José Rodrigues Belchior e sua companheira Felismina que foram de Olhão a Porto Seguro (Brasil) num pequeno veleiro de 6,50 metros de comprimento e 2 metros de boca o Natália Rosa, que fazem parte da história da cidade. Daí esta minha sugestão para alguém selecionar as publicações dos Costeletas e das figuras pitorescas apresentadas da nossa cidade, que tenha possibilidade de acesso para que fiquem disponíveis na posterioridade em algumas bibliotecas ou Museus, e que daqui por exemplo a uma centena de anos nossos descendentes tenham possibilidade de conhecer as denominações de Costeletas, Bifes e dessas figuras!Não temos informações semelhantes por exemplo entre 1850 a 1950, porque não deixar-mos a salvo este valioso espólio que faz parte do blogue Costeletas!Ao mesmo tempo peço a outros Costeletas que não sendo de Faro, mas estudaram na nossa Escola, que escrevam sobre a vossa localidade e suas figuras pitorescas para o mesmo, já que tivemos colegas desde Albufeira a Tavira .
Saudações Costeletas
António Encarnação
NOTA:- Já aqui foi dito que está a ser preparada uma "Colectânea" com as melhores publicações que aqui foram colocadas. Roma e Pavia...
Quanto à sua informação do "bugre" que hà 200 anos saiu de Olhão e foi ao Brasil, o barco é um "caique". Uma réplica deste barco encontra-se em exposição, na Ria, junto ao Mercado de Olhão.
Moderador