sexta-feira, 20 de novembro de 2009

POESIA

NO FIM DA TARDE


Passeio no paredão junto à praia
E não penso em nada, apenas olho.
E enquanto a luz do sol já desmaia
Regresso a casa e aí me recolho …

E agora sentado à secretária recordo
Os lados bons da vida que tive e vivi
Deixo-me embalar e quando acordo
Verifico que foi utopia o que senti.

Na vida nada é certo; a vida é talvez
É a grande dúvida que não se desfez
É um percurso que terá fim ou não…

Quem nos poderia dizer isso ignorou
E nem um bom dia nem nada deixou
Anda por aí e deixou-nos nesta ilusão…..


João Brito de Sousa

DO CORREIO

Não sei a que atribuir esta minha tendência para rever algumas coisas de Sócrates.
Ainda bem que a noite está chegando e com ela o sono e novos sonhos e pesadelos, só espero que seja com o Euromilhões e não com o mesmo.

Antonio Viegas Palmeiro


O TRIPLO FILTRO


Na antiga Grécia, Sócrates foi famoso por sua sabedoria e pelo grande respeito, que a todos impunha e dispensava.

- Um dia um conhecido encontrou-se com o grande filósofo e disse-lhe:
- Sabes o que ouvi sobre o teu amigo?
- Espera um minuto, replicou Sócrates.
- Antes que me digas qualquer coisa, quero que passes por um pequeno exame, eu chamo esse exame de Triplo filtro.
- Triplo filtro? Perguntou o outro.
- Sim, continuou Sócrates.
- Antes que me fales sobre o meu amigo, vamos filtrar três vezes o que me vais dizer. Por isso chamo o exame do Triplo filtro.

- O primeiro filtro é a VERDADE
- O que me vais dizer é verdade?
- Não sei, disse o homem, realmente só ouvi falar sobre isso e …
- Bem, disse Sócrates, então realmente não sabes se é certo ou não.
- Agora permite-me continuar com outro filtro,
- O filtro da BONDADE
- É algo bom o que me vais dizer do meu amigo?
- Não pelo contrário …
- Então queres dizer-me algo de ruim do meu amigo, mas não estás seguro de de que seja verdade.
- Mesmo que eu agora quisesse ouvir, ainda não poderia, pois falta um filtro,
- O filtro da UTILIDADE
- Servir-me-á de algo, saber o que tens para me dizer do meu amigo?
- Não, na verdade não.
- Concluiu Sócrates:
- Se o que desejas dizer-me não é certo, nem bom e tão pouco ser-me-á útil, porque iria eu querer saber?

- Use este TRIPLO FILTRO cada vez que ouvir comentários sobre alguns dos seus amigos, próximos e queridos.
- A amizade é algo inviolável nunca perca um amigo por algum mal entendido ou comentário sem fundamento.

Antonio Viegas Palmeiro

DO CORREIO


Hoje acordei pensando em Sócrates.

Se me perguntarem o motivo de tal pensamento não sei explicar, não foi sonho nem pesadelo, muito menos inspiração divina.
Foi talvez a procura constante de uma pessoa que nos tenha deixado um legado importante, alguns exemplos de honestidade, um caracter nobre e a tentativa de conseguir a paz (além da morte)

Sócrates, nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 470 AC e tornou-se um dos principais pensadores da Grécia antiga, considerado hoje um dos mais importantes filósofos da antiguidade.

Em anexo, um pequeno diálogo, entre ele e o discipulo Criton.

Um abraço

A IMORTALIDADE DA ALMA

Conhece-te a ti próprio e serás imortal

Alguns séculos antes de Cristo, vivia em Atenas, o grande filósofo Sócrates.

- A filosofia não era uma teoria especulativa mas a própria vida que ele vivia.

- Aos setenta e tantos anos foi Sócrates condenado à morte, embora inocente.

- Enquanto aguardava no cárcere o dia da execução, os seus discípulos moviam céus e terra para o preservar da morte.

- O filósofo, porém, não moveu um dedo para esse fim: com perfeita tranquilidade e paz de espírito aguardou o dia em que iria beber o veneno mortífero na véspera da execução os seus amigos conseguiram subornar o carcereiro (desde aquela época já existia esta prática) que abriu a porta da prisão.

- Críton, o mais ardente dos discípulos de Sócrates, disse ao mestre:
- Foge depressa Sócrates!
- Fugir por quê? Perguntou o preso.
- Ora, não sabes que amanhã te vão matar?
- Matar-me? A mim? Ninguém me pode matar!
- Sim, amanhã terás que beber a taça de sicuta mortal! – insistiu Críton
Vamos Sócrates foge depressa para escapares à morte.

- Meu caro amigo Críton, que mau filósofo és tu. Pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim…

- Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:
Críton, achas que isto aqui é Sócrates? E batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou: Achas que isto aqui é Sócrates? Pois é isto que eles vão matar, este invólucro material, mas não a mim, EU SOU A MINHA ALMA, ninguém pode matar Sócrates.

- E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele achava uma teimosia, ou estranho idealismo do mestre.

- No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e o seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe entre soluços:
- Sócrates onde queres que te enterremos? Ao que o filósofo semi-consciente murmurou!
Já te disse ninguém pode enterrar Sócrates… Quanto a este invólucro onde quiseres, não sou eu EU SOU A MINHA ALMA.

- Assim expirou esse homem que tinha descoberto o segredo da FELICIDADE, que nem a morte lhe pôde roubar.
- Conhecia o seu verdadeiro eu, DIVINO, ETERNO e IMORTAL
- Assim somos todos nós, seres IMORTAIS, pois somos ALMA – LUZ – DIVINOS - ETERNOS.
SÓ MORREMOS QUANDO SOMOS ESQUECIDOS

Antonio Viegas Palmeiro



DO CORREIO


EM FARO E OLHÃO

Estive por aí uma semana. Agora, de vez em quando vou, porquanto estou matriculado na UATI.
Arranjei casa em Quarteira e já disse isso ao Jorge Tavares e ao Zé Elias Moreno. Quero contactar ainda o Victor Venâncio que parece só lá
vai no Verão e também o João Ramos e o Hernâni, todos velhas glórias costeletas.
E vou propôr que nos juntemos em Vilamoura, no café onde o Jorge lê o DN. Para ouvir do Hernâni as histórias da sua motorizada Cuciollo e do João Ramos as cenas do seu Alpino.
E outras coisas mais, obviamente….
Fui a Faro, como não podia deixar de ser. Encontrei o Filie Vieira, num café sito no local onde era a pensão do Zé Luís e também foi o estabelecimento do fotógrafo Arnaldo??? … Apareceu de seguida o Fausto Xavier, BNU e grande jogador de futebol nos juniores do Farense que ainda foi tentar a sua sorte ao Benfica.
Éh pá, tenho de ir. Prometi ao arquitecto Gomes da Costa que ia tomar café com ele. E lá foi. Deixou-me com o Filipe. Este Filipe, além de costeleta é uma óptima pessoa. Simpático mesmo. E depois ri com a vontade toda, quando refere que foi ponta de lança do Sport Faro e Benfica e que levou dez a zero dos juniores do Olhanense com Peira, o Parra e o Nuno. Palminha, guarda redes, Mário Zambujal camisa dez e pensador do jogo do Sport Lisboa, Filipe Vieira o goleador.
Era quinta feira e fui almoçar à Fuzeta com eles, Manuel Poeira, João Parra, Nuno, Fonte Santa, Tony Casaca, João Malaia, estes todos costeletas e ainda o Reina, Madeirinha e Matias.
Sempre que possa, voltarei.
Voltei à Escola e fui à aula de Literatura. Interessantíssimo. As instalações, os professores, os alunos, every thinhg ok
Fica para a próxima crónica.
Deixo-vos as saudações costeletas do costume.
João Brito de Sousa

DO CORREIO


Passeios por Faro IDO I I

Em primeiro lugar os meus parabéns pela iniciativa e pela boa memória.
No entanto eu fiquei com uma dúvida e que até pode nem ser dúvida se a unidade hoteleira a que me vou referir, eventualmente tivesse uma filial em outro ponto da cidade.
Estou a referir-me concretamente à Pensão Luísa. Esta pensão situava-se em 1955/1956 na Rua D. Teresa Ramalho Ortigão, uma rua que se cruza a meio com a Rua Caçadores 4, começa no Largo de São Francisco e terminava nesse tempo, num muro que dava para a horta do Ferragial.
Era um primeiro andar, tendo por baixo uma oficina, a casa ficava a cerca de 50 metros do citado largo.
Morei nessa rua no número 44, no número 42 morava o Dr. Joaquim Magalhães, o tal que foi secretário do grande António Aleixo. As casas era geminadas e o saguão servia as duas casas. A esposa do Dr. Magalhães, todas as tardes tocava piano, não sei se por prazer ou se dava aulas em casa. Sei sim que eu ficava extasiado a ouvir.
Nesse tempo, a rapaziada dos seus 12, 13, 14 anos, divertia-se quando o Zé Luís estava em Faro, o que raramente acontecia, porque sempre trazia uma loira espampanante renovada, o que fazia a alegria da garotada, metidos a homenzinhos, escolhendo pontos estratégicos para espreitar.
Nessas alturas os jogos de futebol no Largo de são Francisco, deixavam de ser junto do apeadeiro e passavam a ser perto da entrada do largo para dar tempo a escolher o melhor ponto de observação.
Um abraço
Antonio Viegas Palmeiro

DO CORREIO


Meu caro moderador

Quero que saiba que o meu compadre Chico existe e que apesar de inculto é um homem de grande sabedoria.
Sabedoria adquirida em tardes de soalheira e outras de rigorosa invernia, com a ponta da navalha talhando a cortiça, de onde saem autênticas obras de arte, que ele não vende, oferece aos amigos.
Sabedoria também adquirida em longas horas de solidão, cujo único diálogo é entre ele e o fiel amigo Piloto, que cumpre as ordens dadas pelo dono, com um rigor e lealdade de um militar da velha guarda.
Tudo isto meu caro amigo para lhe dizer que deixei nas mãos do meu compadre a responsabilidade de identificar o Emplastro.
-Disse que ia investigar e que assim que tivesse dados concretos me diria.
-Disse-me também para ficar atento aos sinais, que eventualmente pudessem servir de pistas.

Quanto ao tinto alentejano prometido, sou um homem dos velhos tempos, como tal de palavra.

Tenho acompanhado a discussão (discussão no bom sentido, óbviamente) por causa do "esqueci-me" e do "esqueceu-me", Não seria melhor esquecerem isso?
Porque quando entrar no nosso léxico a "machamba" e o "maning" dos moçambicanos, o "arretado" dos brasileiros, todos os arrevesados termos crioulos de Cabo Verde e de todas as outras ex-colónias. Haja discussão, meus amigos!
Um abraço

A todos os costeletas que me têm manifestado apoio
A todos o meu obrigado.
Destaco por ser justo o incentivo mais directo do colega João Brito de Sousa.
Saudações costeletas
Antonio Viegas Palmeiro

UM TEXTO...DIÁRIO, SEMANAL, MENSAL...OU DE VEZ EM QUANDO





Passeios por Faro IDO - II

Finalmente descansei o tempo necessário, para continuar o passeio pelas ruas Conselheiro Bívar, Largo da Madalena e Rua Infante D. Henrique.
Neste período de relax, e na sequência da publicação do primeiro passeio, fiquei aguardando leitores que me acompanhassem. Os três voluntários que se perfilaram para o fazer, são os colaboradores do blogue, António Encarnação, João Brito Sousa e Jaime Reis. Lá diz o adágio popular: "Poucos, mas bons".
Vamos então ao passeio!

Na continuidade do Edifício da Junta dos Portos, os Grandes Armazéns do Chiado, cujo nome traduzia a sua grandiosidade e que influenciou igualmente, na atribuição do nome da Rua, que popularmente se chamava Rua do Chiado. Este estabelecimento representou na altura, o grande centro comercial da cidade, se assim se podia chamar.
Continuando neste quarteirão, encontramos uns armazéns de venda de cereais, nomeadamente, aveia, milho, trigo, centeio e sementes diversas. Este estabelecimento, se a memória não me atraiçoa, era propriedade de Ramiro da Graça Cabrita, comerciante com sede em São Bartolomeu de Messines, que tinha no outro lado da rua, mesmo defronte, outros espaços onde funcionavam os escritórios.
Ainda no seguimento do quarteirão e antes da confluência com a Rua de São Pedro, existia uma loja de artigos eléctricos e outras bijuterias: O "Brick-à-Brack".
Do outro lado da Rua, e regressando ao estabelecimento do sapateiro, deparamo-nos com uma travessa que dá acesso à Rua da Alfandega e tem como referência, o estabelecimento dos ameijoeiros Cabeleiras.
Na esquina dessa travessa, o estabelecimento de máquinas e ferramentas do José Azinheira Rebelo, conhecido comerciante na cidade, que se afirmou como excelente basquetebolista da famosa equipa dos Bonjoanenses. Este estabelecimento tinha como vizinhos, no primeiro andar, a família do Dr. Rogério Peres, conhecido médico de crianças (pediatra).
Por cima dos armazéns de cereais referidos anteriormente, existia o Círculo Cultural do Algarve e os escritórios do advogado Carlos Picoito. Não posso deixar de referenciar o papel importante do referido Círculo na cultura da cidade: Local de encontro da intelectualidade regional,, serviu de passagem a grandes vultos das letras de âmbito nacional, bem como de contestação ao regime político ora vigente.
A barbearia que dava continuidade ao quarteirão, era propriedade do pai do Jorge G. Mendonça *, ele também costeleta, que viviam no Patacão. Lembrar o Jorge, é também recordar a irreverência da malta que se metia com ele por causa dos seus lábios muito grossos: "Jorge, china malaca, beiços de matraca, foste à nêspera ficaste caçado, puseste-te a chorar UEM! UEM!" *Depois era correr à frente do Jorge, para não apanhar umas caroladas.
Na loja que se seguia, instalou-se a primeira filial da Banco Pinto & Sotto Mayor, na qual iniciaram a sua actividade profissional na Banca os costeletas Rafael Correia e Casimiro de Brito(?). Dava-lhe continuidade, a Pensão Luísa, estabelecimento importante, não só como unidade hoteleira bastante frequentada, mas porque a sua proprietária Dª Maria Luísa era mãe do famoso farense José Luís, campeão nacional e mundial de luta livre.
No estabelecimento do rés-do-chão do edifício da pensão, existia uma loja de venda de tractores e máquinas agrícolas, propriedade do pai do bife Rui Vilhena, que infelizmente já nos deixou.
Porque este quarteirão chegou ao Largo da Madalena, regressamos ao outro lado e mais abaixo, onde na confluência com a Rua de São Pedro existia a Farmácia Almeida, cujo propriétário - Sr Almeida - era um cidadão farense de elevada estatura intelectual, como aliás, era quase regra na classe farmacêutica. Seguia-se o laboratório de análises clínicas do Dr. Ascensão Afonso e também a sua residência, antes de mudar para a Avenida 5 de Outubro.
O Largo da Madalena tinha três estabelecimentos importantes: As oficinas de assistência ao equipamento vendido na loja de máquinas agrícolas, a que me referi anteriormente, a garagem da Madalena, destinada a oficina e recolha de carros, cujo proprietário era conhecido popularmente pelo Dr. Burro e a loja de ferragens e outros utensílios, que era propriedade do Augusto Vieira dos Reis. Esta loja foi local de muitas visitas da rapaziada, para comprar berlindes abafadores, piões com careta, cordel para os ditos e meadas de fio para colocar no ar os papagaios que fazíamos, utilizando como cola, uma mistura de farinha e água. Quantas mensagens mandávamos pelo fio acima até ao papagaio que estava no ar, com a ajuda dos "rabos" feitos com os trapos que surripiávamos em casa.
Ainda no Largo da Madalena existia uma Igreja ( capela?), que naquela época servia de habitação. Posteriormente foi transformada em café/bar. Presentemente desconheço a sua utilidade, embora saiba que como Igreja já não existe!
Interrompo o passeio, antes do inicio da Rua Infante Dom Henrique, para descansar e mais folgadamente arrancar para a ùltima etapa, que promete grande dificuldade, atendendo ao enorme volume de actividades existentes.

* Esta lenga-lenga, como todas as nossas brincadeiras, eram inócuas, pelo que a sua divulgação deve ser entendida como tal.


jorge tavares
costeleta 1950/56

AGENDA

Efeméride

Novembro - 20 - Sexta Feira

* Dia Internacional dos Direitos da Criança.

1818 - Simón Bolivar declara a independência da Venezuela;
1923 - N. em Joanesburgo (África do Sul), Nadine Gordimer, Escritora, Nobel da Literatura (1991);
1924 - Autoridades turcas esmagam revolta dos curdos;
1963 - Inaugurado o serviço telefónico automático entre Lisboa e o Porto.

Frase do dia: - É preciso saber olhar para os olhos de uma criança para saber o que vai na alma (Torrente Ballester).

Rogério Coelho