terça-feira, 30 de maio de 2017

CRÓNICA DE FARO


Nos 25 anos
da paróquia de São Luís
OPINIÃO | JOÃO LEAL

“Cidade em quarto crescente” definiu, neste espaço, há cerca de meio século, o conceituado jornalista e uma das referências maiores da literatura portuguesa dos nossos dias, Mário Zambujal, a zona citadina de São Luís e que constitui uma das provas mais flagrantes de como se desenvolveu Faro. Era o impacto vivo e autêntico a um São Luís “rural”, que tinha como matriz a hoje chamada capela da mesma evocação que o grande arquiteto italiano Nasoni, a mando grande bispo que foi D. Francisco Gomes de Avelar mandara traçar. Ali ocorria no primeiro fim de semana de cada ano a “verbena de São Luís”, com arraial e bênção dos animais e, bem perto a fábrica de cerâmica do sr. Barracosa, bem como o Futebol Clube de São Luís, o Estádio da mesma denominação e a venda da tia Murta, onde os adeptos do Farense se refrigeravam e proviam outras necessidades a quando dos prélios jogados naquele recinto, bem como as barraquinhas onde, hoje, se situa o ginásio-sede. Certo é que esta parte integrante e tão definida da capital algarvia se agigantou e para além de uma forte componente habitacional, viu no seu burgo surgir o Hospital, a Universidade e muitas outras infraestruturas que são de um verdadeiro préstimo para a região.
Vêm estes comentários a propósito, bem significativo, da ocorrência no próximo dia 23 de Junho, da ereção canónica da Paróquia de São Luís, acontecida naquela data e no ano de 1992 comemorando-se assim os 25 anos da criação da mais jovem comunidade paroquial citadina, após as centenárias freguesias da Sé e de São Pedro. “São Luís, cidade em quarto crescente” é uma realidade bem testemunhada naquele templo, na Praça de Tanger, que alguém definiu como “a catedral de Faro do século XX)”.
Estas “bodas de prata da criação da novel paróquia”, a serem assinaladas sob o lema “Evocar, Celebrar e Crescer em Comunidade”, com um conjunto de manifestações do mais diversificado âmbito, desde o religioso ao social e do pedagógico ao cultural, não podem ficar esquecidas dos farenses, mesmo residindo noutras áreas citadinas, num testemunho de justo apreço pelo historial havido e em continuidade. É seu pastor, segundo o léxico católico, desde a hora primeira o padre António Rocha, que antes da ereção e quando o era ainda vicariato, veio da Dioceses de Viana de Castelo, para aqui missionar e definir em plenitude a sua génese vocacional, estando na totalidade com as equipas de leigos e o diácono Rogério Emídio, que são seus colaborantes. Ligados a esta efeméride viva da cidade de Santa Maria.

João Leal