terça-feira, 2 de maio de 2017

CRÓNICA DE FARO


 Foi há 70 anos…

OPINIÃO | JOÃO LEAL

Foi há 70 anos, que se completam nos próximos dias 4 e 5 de Outubro, que o Corpo Nacional de Escutismo – CNE (Escutismo Católico Português) se implantou, oficialmente, na região algarvia, com a velada de armas e promessas dos elementos fundadores deste movimento de educação da juventude surgido em Portugal em 1923 por iniciativa de D. Manuel Vieira, arcebispo primaz da arquidiocese de Braga.Trata-se de uma data histórica para o movimento criado por sir Baden Powell of Gilwell, o genial general inglês e que teve a sua primeira presença entre nós em 1911 com a fundação da AEP (Associação dos Escoteiros de Portugal).O CNE surgiu pela vontade determinada desse apóstolo da juventude que foi o sempre lembrado cónego José Augusto Vieira Falé, um distinto sacerdote natural de Lagos, famoso orador sacro e assumido professor das Escolas Técnico Elementar Serpa Pinto e da Escola Industrial e Comercial Tomás Cabreira e que em 1947 era Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Faro.“Contra ventos e marés”, algumas surgidas no âmbito da própria Igreja Católica, o cónego Vieira Falé, que faleceu como Prior da Freguesia de Olhão, levou por diante o seu propósito concretizado na fundação do Grupo 157 – Nuno Álvares Pereira, que incluia, para os mais novos (lobitos), a Alcateia São Luís de Gonzaga e como sede as instalações, então, propriedade da diocese, sitas na Rua do Município onde hoje funciona a PJ (Polícia Judiciária).Recordamos de então, pedindo desculpa por qualquer omissão sur-gida, os Chefes Gama Pinto, (com funções regionais), António Jacinto, João Mateus, Mário Pereira, Manuel Passos, António Nicolau e muitos outros, a que se juntariam mais tarde as chefes Rosa, Helena e Isabel, bem como uma plêiade de lobitos (entre os quais este cronista que foi guia do Bando Castanho), exploradores (juniores) e caminheiros (seniores). O templo religioso era a Igreja da Misericórdia, onde na noite de 4 de Outubro de 1947 teve lugar, com toda a dignidade e simbolismo, a “Velada de Armas”, a que assistiu o chefe Gonçalves Rodrigues, responsável nacional pela expansão do CNE.Depois de Faro surgiram os grupos de Portimão e Tavira e hoje temos muitos, dinâmicos e vivos grupos de escutas, como o demonstrou a recente celebração da capital sulina do “Dia do Fundador”, com quase dois mil elementos desta “escola alegre do dever”.Quase setenta anos decorridos sugerimos à Junta Regional do CNE a plena conveniência nesta, felizmente, fase de vivência do escutismo católico na Diocese do Algarve, de uma comemoração desta efeméride.
João Leal

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