JORNAL "o COSTELETA" Nº 130
Este nº do nosso Jornal foi hoje recebido em vossas casas.
Detectámos algumas "gralhas" efectuadas
na gravação/impressão de que lamentamos.
Rectificaremos e publicaremos aqui no Blogue os dois artigos corrigidos, com chamada de atenção para os seus autores.
A Direcção
No Algarve são as laranjeiras, as amendoeiras e alfarrobeiras; são praias lindíssimas de areia branca; é o mar e a Ria Formosa; é um turismo cheio de gente, dos quatro cantos do mundo.
Para o autor dos dois artigos em referência, aqui fica a rectificação das "gralhas", a vermelho, como deveria ter sido impresso e publicado no Jornal "o Costeleta" nº 130:
EDITORIAL
Manuel
Inocêncio da Costa
RECORDANDO
Eles desceram de todos os lugares, da Serra algarvia, do barrocal, de todos os lados deste lindo Algarve, à beira mar plantado, vieram de Silves, de Albufeira, muitos de Olhão, dos arredores de Faro, e toda a Província. Pareciam alcateias de pequenos lobos, que procuravam o rebanho de ovelhas. Neste caso, eles, os Costeletas, procuravam a Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira. Procuravam a instrução, os conhecimentos, que lhes permitiriam enfrentar a vida ativa, com maior sucesso.
Eles desceram de todos os lugares, da Serra algarvia, do barrocal, de todos os lados deste lindo Algarve, à beira mar plantado, vieram de Silves, de Albufeira, muitos de Olhão, dos arredores de Faro, e toda a Província. Pareciam alcateias de pequenos lobos, que procuravam o rebanho de ovelhas. Neste caso, eles, os Costeletas, procuravam a Escola Industrial e Comercial de Tomás Cabreira. Procuravam a instrução, os conhecimentos, que lhes permitiriam enfrentar a vida ativa, com maior sucesso.
Inscreveram-se
na Escola, uns na indústria, outros no comércio. Tiraram os seus cursos. Alguns
ainda transitaram para os Institutos Comerciais ou Industriais, foram para a
Universidade, obtiveram licenciaturas. Depois espalharam-se pelo país. Foram
para os bancos, para as Empresas, para a função pública. Foram professores,
bancários, administrativos, militares, mestres, etc., etc. Outros criaram as
suas próprias Empresas.
Pode
dizer-se eles deram um grande empurrão para o progresso do país, com o seu
labor, a sua competência, a sua vontade de servir e vencer; outros cortaram as
amarras, que os prendiam à Pátria, e, foram para a Austrália, para os Estados
Unidos, para a França, para o Brasil e para outros países espalhados por todo o
planeta. A alguns perdemos-lhes completamente o rasto. Foram e nunca mais
voltaram. Fizeram lá as suas vidas. De outros, quando sabemos, damos conhecimento á
Família Costeleta. E, quando algum desses emigrantes aparece num dos nossos
convívios, que alegria!
Que fez, que não fez, por onde
andou. É um pôr, numa pequena síntese, a escrita em dia. Há tanto que falar! E
aquele abraço afetuoso, como que a vinda dum irmão, que há anos se não via, nem
do qual tínhamos notícias, ou tínhamos muito poucas.
Neste
momento pouso os meus olhos numa caderneta da Escola; refere-se ao segundo ano,
quinta turma, que frequentei, nesse ano letivo de 1 951/52. Fixo os retratos jovens
e felizes de rapazes e raparigas que compunham a turma. É uma saudade! Refiro apenas alguns:
é o Amabélio, o Sérgio Pereira, o Alfredo campos, o Ezequiel Bexiga, o Casimiro
de Brito, o José Manuel Serôdio, o Manuel Pedro Paulo, a Maria Ivone do
Rosário, a Letícia Santos, a Maria Alzira de Sousa, a Maria Clara Vieira, e
muitos outros.
É
claro, que alguns terão partido para muito longe...
Mas
os que ainda estão nesta e noutras paragens,
por onde andarão eles, que será feito deles? o
PUBLICADO NA PÁGINA 1 DO JORNAL
ALENTEJO
Manuel
Inocêncio da Costa
No Algarve são as laranjeiras, as amendoeiras e alfarrobeiras; são praias lindíssimas de areia branca; é o mar e a Ria Formosa; é um turismo cheio de gente, dos quatro cantos do mundo.
A Norte,
temos o Alentejo. Região enorme em termos de País, englobando vários distritos,
tudo com uma área de mais dum terço de Portugal Continental.
É o Alentejo
das grandes planícies, ainda de alguns latifúndios, das estreitas estradas,
formando grandes retas, de extensos montados de sobro - de onde se extrai cortiça,
de que somos o primeiro produtor mundial - e, de azinheiras; é uma região de
grande luminosidade, com grande história. Por
estas paragens, desde o tempo de formação da nacionalidade, em correrias e
batalhando os mouros andaram homens valentes, como Gonçalo Mendes da Maia, o
Lidador, fronteiro-mor do Alentejo, grande combatente, e, um dos maiores amigos
de Afonso Henriques, o Condestável Nuno Álvares Pereira e o destemido Geraldo
Sem Pavor, o heroico conquistador de Évora. Em tempos, não muito recuados foi o
celeiro de Portugal. Hoje, ainda há campos de trigo, mas são as vinhas - de
onde se fazem dos melhores vinhos do mundo -, e os olivais, que dão presentemente um outro colorido e valor à região.
Acrescem os muitos rebanhos de ovinos.
Mas o Alentejo
não é só agricultura. Há zonas onde há indústrias de relevo. E, devido ao
elevado número de horas de sol, estão a ser implantadas, em vários lugares,
grandes centrais de energia solar. Também o porto de água profundas de Sines -
o maior porto artificial de Portugal -, é uma obra de grande relevância,
através do qual o país é abastecido energéticamente, de gás natural, carvão,
petróleo e derivados. É evidente, porém, que não temos a pretensão, de neste
singelo editorial, conseguir retratar esta extensa região, na sua
multiplicidade.
Faremos
apenas uma breve referência a duas cidades e a uma vila, nas quais encontramos
um encanto especial.
Falamos de
Évora, região rica duma história milenar, com o seu templo romano, conhecido
por templo de Diana, da sua grandiosa catedral gótica e dos arredores
megalíticos, com o Anta da Zambujeira e o cromeleque dos almendres. Évora, que
várias vezes foi capital do reino e onde residiam vários reis.
Falamos
também de Estremoz - a cidade branca -, onde as ruas são pavimentadas a mármore
(aliás os seus mármores brancos e rosados, muito puros, são conhecidos e
exportados para todo o mundo), do seu Rossio enorme, no coração da cidade, onde
têm lugar feiras e mercados; do seu Paço Real - uma das residências prediletas
Rosinha Santa -; do lago do Gadanha, com a estátua do Tempo ou do Neptuno,
encostada a uma foice, a quem chamam o Gadanha; do castelo, onde se encontra
uma das torres de menagem, das mais majestosas e bem conservadas do País.
Sobre a vila
de Marvão dir-se-á apenas: para lá de Marvão
está a Espanha; vila medieval, muito bem conservada metida dentro das muralhas;
Marvão é um autêntico ninho de águias, alcantilado a perto de 900 metros de altitude;
a sede do concelho não terá mais de 500 habitantes, o ar é de grande pureza, no
cimo da vila, daí se avistando um grandioso panorama, e dezenas de quilómetros
Espanha adentro.o
PUBLICADO NA PÁGINA 3 DO JORNAL
Os nossos cumprimentos ao Autor dos Artigos em causa,
Roger
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